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Cinco anos depois daquele dia



- Doutora Sophia, Emy acabou de acordar... - ergo meus olhos que estavam presos em alguns documentos e olho para a porta.

- Ah obrigada Luan, já estou indo. - digo deixando a caneta de lado e me levanto da cadeira.

Devem estar se perguntando o que está acontecendo. rs, calma, já vou explicar.

Passaram-se cinco anos depois daquela viagem ao Brasil, conheci o homem da minha vida, tive algumas aventuras e novas sensações. Sim, estou namorando com o Wellington há três anos, e noiva há dois. Depois daquela noite em que ele se declarou, muita coisa mudou. Começamos a namorar e logo após duas semanas tive que voltar para os Estados Unidos, ficamos distantes por alguns meses até que no dia do meu aniversario, ele me fez uma linda surpresa aqui em casa e disse que havia conseguido uma casa bem próxima a onde eu morava dois meses depois ele se mudou pra cá.

Loana e Leo se casaram, oficialmente, e se mudaram para uma cidade mais distante daqui. Os gêmeos, Gustavo e Gabriel, ficaram no Brasil, o pai deles estava abrindo uma empresa e precisava de alguém para gerenciar tudo, então eles foram trabalhar lá. Marcos e Gemma assumiram um relacionamento serio e decidiram morar juntos. Matheus e Roberta também estão juntos, eles foram chamados para fazer um ensaio fotográfico e conseguiram um contrato. Camila ainda continua no Brasil, Adrian e Luke sumiram como se fosse novidade.

Mas uma coisa que mudou muito depois daquele dia, durante esses cincos anos eu não via mais Harry. Ele sumiu, chamo por ele, penso nele, mas ele não aparece, o que será que aconteceu...



- E como está minha pequenina? - digo entrando no quarto de Emy.

Me formei na faculdade, consegui um emprego em Oxford, eu sei disse que nunca mais iria voltar aqui, mas apareceu uma vaga e catchau...aceitei.

Trabalho em um hospital regional, metade do país vem para esse hospital e Emy, uma pequena paciente que está aqui há alguns meses, precisa de uma atenção especial. Nenhum outro medico quis pegar o caso dela, fui a única que tive coragem, talvez por ela ainda ser criança.

- Bem, tive um sonho estranho. E você Sophi? - disse ela se arrumando na cama. Vou até ela sorrindo e acaricio seu rosto.

- Bem. Quer falar sobre o sonho? - digo examinando ela.

- Sim. - ela me olha. - Sonhei com um homem lindo.

- Homem lindo Emy? - gargalho enquanto olho ela. Me sento na beira da cama enquanto encaro ela .

- Sim, ele tinha duas piscinas nos olhos. - arqueio a sobrancelha.

- Piscinas?

- Olhos azuis, Sophi. - ela revirou os olhos enquanto eu sorria. - Disse que era para confiar nele e que não era para ter medo.

Emy havia sofrido um acidente, o carro onde estava bateu de frene com um caminhão e caiu de um penhasco, ela quase não resistiu.

- E você ficou com medo dele? - digo acariciando seus cabelos.

- Claro que não, eu já disse que ele era lindo. - rio baixo e deixo um beijo em sua testa.

- Acredite nele sempre okay?

- Okay. - ela sorria enquanto eu levantava da cama.

- Tenho que ir, prometo voltar. - ela mostra seu mindinho direito. - Pelo mindinho. - entrelaço nossos mindinhos e saio do quarto.

Ando pelos corredores do hospital até entrar em um quarto de outra paciente, chegou ao hospital semana passada totalmente irreconhecível e até agora não descobrimos seu nome. Reconstruíram seu rosto e colocaram em um quarto afastado, até agora sua família não veio procurar por ela. Tentamos falar com ela mas a moça não responde ninguém, apenas fica deitada o dia inteiro na cama olhando a janela.

- Bom dia. - digo olhando ela. - Como está se sentindo?

Ela me olha e algo me prende a atenção.

- Be-bem...eu acho. - sorrio assim que ela me responde.

- Acho que ainda não nos conhecemos. Sou Sophia, Doutora Sophia, e você é a ? - me aproximo dela.

- Eu.me chamo..- alguém interrompe ela.

- Doutora emergência...Rápido. - olho Luan me chamando na porta do quarto.

- Okay, moça tenho que ir. Mas prometo que volto. - saio do quarto às pressas e sigo para a sala de emergência.

Vejo quem menos esperava, ele estava com machucados espalhados por todo o corpo, seu rosto estava todo ensanguentado, roupas rasgadas e tudo o que imaginarem de ruim. Me aproximo rapidamente e começo a dar os primeiros socorros.

- O que aconteceu com ele? - digo enquanto faço meu trabalho.

- Ninguém sabe ao certo. Encontraram ele assim na cabana no meio da floresta. - sinto um arrepio passar pelo meu corpo e uma sensação ruim.

Será que algo estava para acontecer? O que será que aconteceu com ele naquela cabana? E por que a cabana?

Linda, Louca e Mimada 2Onde histórias criam vida. Descubra agora