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Estava aflita, só em pensar que algo poderia estar acontecendo com minha pequena já me dói o coração. 
Mal chegamos na casa dos meus pais e já sai correndo pro quarto, arrumei as malas e tomei um banho rápido enquanto Weri se arrumava.  Mandei uma mensagem rápida para  Luan perguntando o que aconteceu,  mas ele não me disse. 

Me despedi dos meus pais,  de Juli e Henry e dei um aperto de mão em Heliot.  Saímos as presas e pegamos o primeiro avião para  Oxford.  Pensava mil  coisas sobre o que poderia ter acontecido  e ao mesmo tempo não pensava em nada certo. 




Não  consegui dormir um minuto se quer,  acabamos de pousar e já saímos do aeroporto indo direto para  o hospital onde trabalho.  Entro pelos corredores e antes de entrar no quarto Luan se aproxima com lágrimas nos olhos, e foi aí que pensei no pior. 

- O que aconteceu com Emy? - digo já me preparando para  o pior. 

Ele me olhou e logo me abraçou fortemente.  E o pior já parecia aceitável,  ela só pode ter morrido... Mas isso logo sumiu quando ele sussurrou. 

- Os pais dela...faleceram hoje de manhã.  -  me solto dele e entro no quarto. 

Vejo minha pequena encolhida na cama,  agarrada a um bicho de pelúcia que havia ganhado de sua mãe. 

- Oh pequena... -  me aproximo e deito em sua cama. 

Ela se vira para mim e me abraça fortemente, envolvo meus braços em torno dela e acaricio seus cabelos.  Percebo que ela não estava ligada à nenhum aparelho, nem ao soro e vejo que suas roupas não eram a de sempre.  Ela já iria sair do hospital. 

- Eles estavam vindo me buscar Sophi.  - ela disse baixinho,  sua voz quase  nem saia. -  Ia ver eles depois de meses.  Queria tanto sentir o abraço dela.  -  percebo minha blusa sendo molhada pelas suas lágrimas. 

- Meu amor,  não chora... Eu tô aqui com você. -  abraço ela fortemente, mas com cuidado para não sufoca-lá. 

Aos poucos ela foi se acalmando e adormecendo, ouvia sua voz baixa dizendo algumas coisas  do tipo, "não tô com medo, a Sophi tá aqui  comigo.", e sabia que era Harry fazendo o que ele faz de melhor.  Cuidar da minha pequena. 





- Orfanato? - digo me levantando da cadeira.  -  Não vou deixar ela ir para um orfanato. 

- Sophia calma.  É apenas uma suposição. -  disse Weri. 

- Não achamos nenhum parente dela, a única família que ela tem é  uma avó que mora em um asilo.  -  disse o oficial de justiça. 

Já havia se passado um dia depois do enterro.  Emy ainda está no hospital em observação, não quis comer nada nesses dias e está super fraca.  Não queria que ela fosse para um orfanato, queria ter ela por perto sempre.  Me apeguei aquela garotinha como se ela fosse uma irmã, uma filha pra mim.  Isso já sei o que vou fazer. 

- Ela vai ter que ir para o orfanato para ser adotada.  -   continuou o oficial. 

- E se já tiver alguém que queira adotar ela? -  pergunto me sentando perto do Weri.  Ele me encara e acho que já descobriu a intenção da minha pergunta. 

- Bom,  teríamos que analisar se tem moradia e emprego fixo, se tem condições de dar uma boa educação.  -  sorrio enquanto olho para  meu lindo noivo. 

- Nem pense nisso... - disse Wellington. 

- Por favor amor... Por mim?

- Sophia, é uma criança não um animal.  - disse ele.

- Por isso mesmo.  Vai deixá-la jogada em um lugar que ela nunca foi? - me levanto.  - Pelo amor de Deus Wellington.

Saio de perto deles e  vou até minha sala, fecho a porta assim que entro e  começo a andar de um lado para o outro.  Emy não podia ser adotada por alguém que ela nem conhecia,  eu queria tê-la  comigo, cuidar dela, fazer parte da vida dela. E não vai ser meu noivo que vai impedir, eu vou conseguir a guarda dela. 

Linda, Louca e Mimada 2Onde histórias criam vida. Descubra agora