Dava tudo para não o ter visto novamente, o que é estranho pois passei 3 anos da minha vida a querer tê-lo de volta. Vê-lo estragou tudo, eu deixei-o sem me despedir precisamente para não ter de ver o seu olhar despedaçado, o olhar que se tem quando se é magoado.
Já tinham passado duas semanas e não conseguia esquecer o seu olhar quando disse que nunca faria o que lhe fiz ao Ashton, eu magoei-o e a culpa tem dado cabo de mim. Peguei no meu antigo álbum de fotos e abri-o, logo na primeira página estava guardada a flor que ele me deu no dia em que nos conhecemos…
Continuei a folhear o álbum e acabei por chegar a uma das minhas fotos preferidas, era uma foto que o Harry tinha tirado no nosso primeiro encontro, estávamos no topo de um monte e eu estava sentada no seu colo e a minha cabeça estava deitada no seu ombro, ele estava com o braço à minha volta a segurar-me com força e ele tinha a câmara na outra mão.
[Flashback]
Harry: Vou guardar esta foto para sempre. – disse olhando para a foto.
Eu: Deixa ver!
Harry: Eu mando-te quando chegar a casa, até lá esta foto é o meu segredo.
Eu: Oh vá lá, deixa ver se estou feia ou não!
Harry: Tu estás perfeita, tal como estás sempre. – ele acariciou a minha bochecha e consegui sentir a minha cara ferver. – Pareces um lindo tomate. – ele começou a rir histericamente e eu comecei a fazer-lhe cócegas mas rapidamente ele virou-nos e ficou por cima de mim a fazer-me cócegas.
Eu: Ha-Harry para! – disse tentando respirar.
Harry: Achavas mesmo que me podias fazer cócegas Ana Beatriz?
Eu: N-não uses o meu… segundo nome… PARA!
Harry: Nunca! – riu-se e fez-me ainda mais cócegas.
Eu: Harry… eu não consigo respirar!
Harry: Pronto… fraquinha. – ele deitou-se ao meu lado na relva e ficou a olhar para mim com um sorriso enquanto eu olhava para as estrelas.
Eu: Está uma noite linda, não me lembro de alguma vez ver o céu tão estrelado.
Harry: As estrelas decidiram aparecer para brilhar para ti. – olhei para ele e ele ainda me olhava sorrindo.
Eu: Que lamechas. E só para que saibas, as estrelas não brilham para mim Harry… as estrelas não brilham para ninguém.
Harry: Brilham sim e sabes porquê? Porque tu és a estrela mais brilhante de todas então elas brilham o máximo que podem porque querem brilhar tanto como tu. Mas nunca nenhuma estrela vai brilhar mais que tu, nem mesmo o próprio sol. – eu sorri e senti as minhas bochechas ferver, depois deitei a minha cabeça no seu peito e ele começou a brincar com o meu cabelo.
Eu: Harry, é uma da manhã eu devia ir para casa…
Harry: A menina tem horas para chegar a casa é?
Eu: Tu também tens, Styles. Eu conheço a tua mãe. – pus a língua de fora e ele riu-se.
Harry: Tenho 15 anos, é normal que tenha horas para estar em casa. Apesar de essa hora já ter passado à muito tempo…
Eu: O quê?! Harry, porquê que não disseste nada?
Harry: Porque me estava a divertir contigo. – eu baixei a cabeça e sorri, ele levantou-se e estendeu a mão ajudando-me a levantar. – Anda, eu vou levar-te a casa.
Ele meteu o seu casaco por cima dos meus ombros e ficou a aguentá-lo durante a viagem inteira. Quando chegámos à minha porta eu devolvi-lhe o casaco e sorri.
Eu: Obrigada Harry, diverti-me imenso hoje.
Harry: Também eu, vejo-te amanhã certo?
Eu: Sim vês. – beijei a sua bochecha. – Até amanhã Harry.
Harry: Até amanhã. – ele sorriu de uma maneira tímida e olhou para os pés, era estranho. Somos melhores amigos mas ambos continuamos a ficar tímidos quando estamos perto um do outro.
Eu abri a porta e entrei, depois fechei-a e encostei-me a ela a pensar. Esta noite tinha sido perfeita mas tinha a sensação que faltava algo… ouvi bater à porta e mal a abri o Harry esmagou os seus lábios contra os meus, ele agarrou a minha cintura com uma mão e pousou a outra no meu pescoço, eu agarrei a sua camisa e puxei-o mais contra mim tentado deixar o menor espaço possível entre nós.
Harry: Até amanhã Ana… – disse com um grande sorriso quando nos afastámos, ele largou a minha cintura e afastou-se. – Mal posso esperar para te ver amanhã!
Agora sim, a noite tinha sido perfeita.
[Flashback]
Eu tinha saudades dele, demasiadas para serem descritas por palavras. Mas eu não posso fazer nada, não posso voltar à 3 anos atrás e dizer a mim mesma para ficar na cama porque vou fazer a escolha mais estúpida da minha vida inteira e que vou sofrer todos os dias com isso. E esse é o problema com escolhas, nunca sabemos as suas consequências e caso elas não sejam a nosso favor não temos outra hipótese se não viver com elas.
Ouvi bater à porta do meu quarto e fechei o álbum metendo-o debaixo da almofada, logo depois a Joana entrou.
Joana: Há alguém que quer falar contigo…
Eu: Quem?
Joana: Simplesmente anda, já vês quem é. – segui-a até ao seu quarto e ela acenou para a câmara do computador dizendo que eu já estava lá. – Boa sorte…
Ela saiu fechando a porta e eu sentei-me na cadeira, ela tinha uma vídeo-chamada aberta no Skype e quando dei por mim o Harry e o Louis estavam do outro lado. Porquê que a minha irmã nunca podia estar do meu lado?
Eu: Oh não…
Louis: Não acabámos a nossa conversa, Ana.
Eu: Louis, já disse que não quero falar nisso.
Harry: Mas eu quero. Tenho ao menos direito a uma explicação, certo?
Eu: Harry…
Harry: Porquê? Porquê Ana?! Nós estávamos tão bem… porquê que te foste embora?! Porquê que me disseste que me amavas se era mentira e depois ias deixar-me?!
Eu: Nunca te menti em relação a isso, Harry!
Harry: Então porquê que foste embora?! E porquê que apenas deixaste um bilhete? Eu não merecia pelo menos um adeus?! Porquê? Explica-me!
Eu: Porque eu não queria ver o olhar que tens agora… – ele baixou a cabeça frustrado e respirou fundo.
Louis: Pergunta-lhe… vá Harry, pergunta-lhe.
Harry: Porquê que me deixaste? – notei na voz dele que ele estava a chorar e sei que em pouco tempo eu também estaria,
Eu: Esquece isso… és uma super estrela agora Harry, como sempre quiseste ser. Por isso arranja uma rapariga que te faça feliz e vive a tua vida. – agora sim, quem chorava era eu,
Harry: Não, porquê que me deixaste? Diz-me.
Eu: Esquece Harry. – eu levantei-me ainda a chorar e abri a porta, eu não conseguia continuar com aquela conversa. Não sou do tipo de pessoa que tem conflitos, sou do tipo que foge deles e acho que isso dizia muito sobre as minhas escolhas.
Mal abri a porta embati contra a Joana que ouvia a conversa através da porta.
Joana: Por favor. fala com ele.
Eu: Já disse o que tinha a dizer. E porquê que me fizeste isto? Eu sou a tua irmã, devias estar do meu lado! – comecei a chorar mais e saí de casa quase a correr, eu não sabia para onde ia mas sabia que não podia ficar ali onde todos pareciam estar contra mim mas do que eu já estava.