[Nota de Autora: Peço imensa desculpa pela demora para publicar este capitulo mas o 9º ano é um pouco stressante e tem-me mantido bastante ocupada. Obrigada por terem sido tão pacientes.]
[POV Ashton]
Entrei no meu Twitter para responder a algumas fãs, como normalmente fazia, e a primeira coisa que vi foram várias fotos do Harry e da Ana a passear num parque de mãos dadas.
Este era um daqueles momentos em que realmente sabia que tinha um coração pois conseguia senti-lo a partir-se em mil pedaços. Nunca tinha sido o namorado ciumento mas a Ana também nunca me tinha escondido que ia sair com alguém. Porquê que haviam tantos segredos à volta do Harry? Porquê que ela não podia simplesmente dizer-me que ia sair com um amigo? Talvez se tivesse esquecido por ser insignificante ou talvez, e esta possibilidade realmente me assustava, o Harry não fosse apenas um amigo.
Sentia-me mal comigo mesmo, eu não devia duvidar da minha futura esposa mas ao mesmo tempo sentia-me zangado com ela pois ultimamente ela mantinha imensos segredos e isso magoava-me. Não que a visse como minha propriedade e quisesse controlar tudo na vida dela, ou qualquer tipo de coisa parecida, mas aquela situação era importante; apesar de ela não saber disso.
Fechei a tampa do meu portátil e peguei no meu casaco dirigindo-me para a porta, assim que a abri vi que chovia torrencialmente, coisa que não era invulgar visto que estava em Londres. Meti o capucho do meu casaco na cabeça e saí de casa, ficando completamente ensopado numa questão de segundos. Andei pelas ruas londrinas na estúpida esperança que a chuva levasse a minha dor consigo, não demorei muito mais que 15 minutos para perceber o quão inútil seria andar sem rumo pelas ruas. Percebi que a única maneira da minha dor poder, eventualmente, desaparecer seria se eu falasse com a Ana e esclarecesse tudo. Então, naquele preciso momento, parei de andar pelas ruas como um cachorro perdido e comecei a minha caminhada em direção à casa da Ana que, felizmente, estava apenas a uns 500 metros de onde me encontrava, fazendo-me chegar à conclusão de que mesmo sem pensar os meus pés me conduziam até ela.
Assim que cheguei a casa dela bati à porta com um pouco mais força do que devia ter batido, talvez por esse motivo tivessem passado apenas uns segundos antes da Ana me abrir a porta.
Ana: Ashton?! Estás todo molhado, vais ficar constipado! – sem me deixar dizer o que quer que fosse ela puxou-me para o interior da casa e fechou a porta, depois correu para o seu quarto e voltou com alguns cobertores que colocou sobre as minhas costas. – Eu tenho roupas tuas lá no quarto, vou buscá-las e podes mudar de roupa.
Eu: Não é preciso, a sério.
Ana: Se não o fizeres vais ficar doente e a culpa será minha porque não tomei conta de ti. – ela começou a fazer beicinho e a inclinar a cabeça para o lado como uma criança faz e soltei uma pequena risada não conseguindo resistir à sua fofura. – Por favor, muda de roupa e deixa-me fazer-te um chá. – por muito que quisesse estar zangado com ela naquele momento eu não era capaz de resistir ao quão adorável ela era e à maneira como tentava tomar conta de mim como se eu fosse um miúdo de 5 anos.
Eu: Está bem. – ela sorriu e beijou a minha bochecha dizendo que ia buscar as minhas roupas.
Sentei-me no sofá enquanto tremia percebendo finalmente o quão frio o meu corpo estava, na verdade se tivesse um ataque de hipotermia não seria surpresa nenhuma. Quando regressou a Ana entregou-me as minhas roupas e saiu em direção à cozinha para fazer chá, perguntei-lhe se a Joana estava em casa e ao ouvi-la dizer não mudei-me de roupa mesmo no meio da sala. Depois de guardar as roupas numa cesta voltei para a sala enquanto a Ana chegava com duas chávenas de chá, peguei numa delas e ambos nos sentámos no sofá. Conversámos sobre tanta coisa que nem me lembro de metade, o que era extremamente agradável pois ultimamente mal falávamos, estávamos sempre demasiado ocupados com alguma coisa para sequer conviver.
Ana: Então, o que fazes aqui? Pensava que ias passar o dia em casa para escrever algumas músicas. – e foi aí que tudo ficou arruinado, na última hora nem me lembrava do que era estar zangado mas a pergunta da Ana lembrou-me da razão pela qual tinha vindo aqui e não pude evitar que a raiva percorresse as minhas veias como se fosse o meu próprio sangue.
Eu: Na verdade, eu queria falar contigo sobre umas fotos que vi… não me disseste que foste sair com o Harry, ou que andaram de mãos dadas no meio da noite.
Ana: Nem me lembrei disso, não era importante.
Eu: É sim! Porquê que estavas com ele?!
Ana: Estávamos a trocar ideias para a recepção depois do casamento. Ele é bastante original.
Eu: E tinham de andar de mãos dadas?! – por esta altura já estava a gritar e consegui ver na cara da Ana que também ela estava irritada.
Ana: Porquê que estás a agir como uma criança, Ash?! – o seu tom de voz aumentou também fazendo-me perceber que ela não estava apenas irritada, estava tão zangada quanto eu. – Também ando de mãos dadas com o Mikey, o Calum e o Luke às vezes e nunca disseste nada sobre isso, porquê que estás a agir desta maneira? – realmente ela tinha razão, ela andava de mãos dadas com o Michael milhares de vezes, porque ambos eram pessoas que gostavam demasiado de carinhos, e eu fazia o mesmo com a Hope, não havia realmente um motivo para eu agir assim.
Eu: Tens razão mas nunca me disseste como conheceste o Harry. Ficou bem claro que o conhecias no dia em que te levei ao concerto.
Ana: Não me lembro… devo tê-lo conhecido por aí, lembrava-me dele apenas.
Eu: Então nunca foram melhores amigos?
Ana: Onde foste buscar essa ideia? É claro que não.
Aquela tinha sido a gota de água mas estava demasiado magoado para ter uma discussão com ela. Aquela era a mulher que amava mas não se parecia nada com ela, a mulher que amava diria-me a verdade, a mulher que estava mesmo à minha frente estava a mentir-me na cara. Amava-a, mais que tudo, mas neste momento eu nem sabia quem ela era.
[POV Ashton]