[Nota de Autora: Este capitulo não é muito emocionante mas foi apenas para não vos deixar sem um capitulo durante muito tempo, mesmo assim espero que gostem.]
As coisas tinham voltado ao que podia ser considerado normal. Eu era uma noiva feliz a planear o seu casamento com ajuda de amigos e família enquanto passava os meus dias stressada em relação aos preparativos.
Excepto que eu não era uma noiva feliz, a única ajuda que tinha vinha da Hope e da mãe do Ashton, que finalmente tinha chegado, e a minha única razão de stress era causada pelo facto que eu estava a trair o meu futuro marido.
Hope: Estás bem? – ela posou os papéis que tinha nas mãos e deu-me a sua completa atenção.
Eu: Estou ótima, porque perguntas?
Hope: Pareces ter a cabeça noutro lugar, consigo ver nos teus olhos que estás… infeliz. – a mãe do Ashton – que continuava a insistir que lhe chamasse Marie – voltou também a sua atenção para mim e ambas me observaram com carinho e preocupação.
Eu: Estou bem, tenham calma. Estou só cansada. – não estava a mentir, pelo menos desta vez. Estava cansada de sentir-me culpada, de sentir remorsos e daquilo que me tornei, sentia-me abandonada pelas minhas morais e isso era cansativo. Sentia-me impotente, estava isolada na certeza de que no fim de tudo alguém iria sair magoado, isso deixava-me furiosa, não com o Harry ou o Ashton, nem mesmo com a situação em que me encontrava. Deixava-me furiosa comigo mesma pois eu tinha abandonado todos os meus morais e a única pessoa que podia ser culpada disso era eu mesma. Tinha passado a minha vida toda a julgar os que traíam aqueles a quem prometiam ser leais e aqui estava eu a ser mais uma participante desta ação repugnante. Mas talvez, apesar de eu saber que era repugnante e detestável, esta não fosse uma ação a condenar como eu tinha passado tantos anos a fazê-lo, talvez aqueles a que chamamos traidores fossem leais, leais ao carinho que sentem por aqueles aos quais já amaram, talvez fosse por isso que não os abandonam. Talvez alguns traíssem por pura diversão sendo tão repugnantes como o ato em si, outros fazem-no sem noção do que fazem e são julgados sem culpa das suas ações e depois deviam haver aqueles que como eu amavam ambas as pessoas mas de formas diferentes, mas não amamos o suficiente para ser honestos, não amamos o suficiente para ultrapassar o nosso medo e vergonha dos nossos atos.
Hope: Marie, pode dar-nos um momento a sós? – ela acenou com a cabeça e saiu da sala deixando-nos sozinhas. – Eu sei que não estás bem. Pareces frágil e vulnerável. Podes contar-me o que se passa, eu sou tua amiga. – a Hope era realmente minha amiga, não tinha quaisquer dúvidas disso, mas se lhe contasse a verdade ela iria odiar-me, não mais do que eu me odiava a mim mesma mas estaria bem perto. – O Ash disse-me que vocês tiverem um ‘pequeno desentendimento’. O que aconteceu?
Eu: O Ashton disse isso? – ela acenou em resposta. – Não disse mais nada?
Hope: Não, porquê?
Eu: Nada… olha Hope, eu sei que estás preocupada comigo e eu agradeço mas não precisas de te preocupar. Eu estou perfeitamente bem, prometo.
[POV Louis]
Estávamos juntos novamente, One Direction e 5 Seconds of Summer, mas desta vez em vez de brincadeiras e partidas estávamos todos sentados na sala a observar os olhares de ódio trocados pelo Ashton e pelo Harry. Eu sabia a razão daqueles olhares, era o melhor amigo do Harry era óbvio que ele me tinha contado tudo, mas os outros limitavam-se a observar preenchidos pela ignorância em relação ao que passava entre aqueles dois.
Zayn: Mas afinal o que se passa entre vocês? – esta era a primeira vez que alguém tinha falado em meia hora, mas em vez de quebrar a tensão a pergunta do Zayn apenas aumentou a fúria que fluía entre o Ashton e o Harry.
Ashton: Pergunta-lhe. – disse não tirando o seu olhar do Harry.
Harry: Não faço ideia do que queres dizer. As coisas estão perfeitamente bem. – os músculos do Ashton contraíram-se, mostrando as suas veias, enquanto ele tentava acalmar-se. Eu sabia que a este ritmo um deles ia acabar a atacar o outro, eu tinha de evitar que isso acontecesse.
Eu: Malta, será que podem dar-me uns minutos a sós com eles? – todos trocaram olhares entre si mas saíram na mesma deixando-me sozinho com duas pessoas que, de momento, se odiavam. – Ashton, eu não sei o que achas que o Harry fez mas e-
Ashton: Sabes sim. – respondeu frio tirando, pela primeira vez, o olhar do Harry olhando para mim. – És o melhor amigo dele, de certeza que sabes de tudo.
Harry: Não há nada para saber, não sei do que falas.
Ashton: Sabes muito do que estou a falar! – gritou levantando-se.
Eu: Calma. Achas que a Ana ia gostar de te ver assim? – ele olhou-me pensativo. Não importava o que se passava neste momento, ele amava a Ana e o que ela pensava era importante para ele. – Ela não ia querer que ficassem chateados, especialmente por umas ideias irreais.
Ashton: Não são irreais. – murmurou. – Eu sei que se passa alguma coisa.
Harry: Confias imenso na tua namorada. – disse entre dentes enquanto o Ashton o corrigia dizendo que não era sua namorada mas sim sua noiva. – Acredita em mim, ela preocupa-se contigo. – qualquer pessoa conseguia perceber os ciúmes que haviam na voz do Harry e, apesar de eu saber que ele apenas queria acabar esta discussão, ele não estava a ajudar de todo.
Eu: Ouçam, assim não vamos a lado nenhum. Ashton, pensa na Ana, ela não ia querer que discutisses com um amigo especialmente se fosse por causa dela. E Harry, ambos somos amigos da Ana e ambos sabemos que ela não ia gostar que discutisses com o namorado dela, certo? – mais uma vez o Ashton resmungou sobre ela ser sua noiva e não namorada. O Harry revirou os olhos e levantou-se esticando a mão ao Ashton.
Harry: Fazemos as pazes? – o Ashton hesitou durante momentos mas apertou a mão do Harry dizendo ‘pazes’. Suspirei de alívio ao ver que esta discussão tinha acabado, pelo menos por agora.
[POV Louis]