[POV Harry]
Enquanto caminhava para o apartamento que partilhava com o Louis perguntava-me como podia ter sido tão insensível e cruel este tempo todo. Estava tão ocupado a pensar em mim mesmo e na minha felicidade que nem pensei na Taylor, apesar de tudo eu importava-me com ela, ela era simpática e gostava de mim e o que eu estava a fazer era errado. Ela tratou-me como prioridade quando eu apenas a tratei como um utensílio que podia usar a meu favor. Assim que abri a porta do apartamento vi o Louis sentado no sofá e uns sapatos vermelhos de queda alta que supus que fossem da Taylor, caminhei para a sala e as minhas suspeitas foram confirmadas. Ela virou-se e olhou-me furiosa enquanto o Louis coçava o pescoço obviamente desconfortável com a situação, limitei-me a olhá-la em silêncio à espera de uma reação que parecia nunca chegar.
Taylor: Eu mereço uma explicação. – foi tudo o que disse, ela cruzou os braços à frente do peito e sentou-se no cadeirão a olhar para mim com tanto ódio nos olhos que nunca nenhuma palavra no mundo conseguiria descrever o quanto ela me odiava naquele momento. Não que pudesse censurá-la, eu também me odiaria se estivesse no seu lugar.
Eu: Primeiro de tudo quero pedir desculpa, peço desculpa por te ter mentido e por ter feito o meu melhor amigo mentir-te também, merecias pelo menos honestidade da minha parte. – ela bufou e revirou os olhos fazendo-me sentir ainda pior comigo mesmo, eu ia definitivamente perder a sua amizade. – E quanto à explicação que te devo, bem aqui vai… eu estou apaixonado por outra pessoa, sempre estive, nunca vou conseguir tirá-la da cabeça e a verdade é que me tenho encontrado com ela em segredo. Lamento imenso Taylor, juro que a minha intenção nunca foi magoar-te mas apenas não te vejo como mais que uma amiga.
Taylor: Tu usaste-me. – respondeu devagar enquanto lágrimas caiam silenciosamente dos seus olhos, odiava-me tanto por fazê-la chorar neste momento.
Eu: Sim, usei. E quero que saibas que me arrependo imenso.
Taylor: É a Ana, não é? – ouvi o Louis rir-se no sofá enquanto eu tentava encontrar as palavras certas para lhe responder. – Eu sei que é, percebi no primeiro dia que havia algo entre vocês, acho que simplesmente quis acreditar que sentias algo por mim.
Eu: Ouve, talvez noutra altura eu pud-
Taylor: Não. Ias ter sempre a Ana na cabeça. – ela limpou as lágrimas e levantou-se. – Espero que estejas pronto para lutar por ela, o Ashton não vai desistir facilmente, ele também gosta muito dela. – ela virou-se e encarou o Louis. – Peço desculpa por ter gritado contigo, eu sei que só estavas a ajudar o teu amigo.
Louis: Não faz mal, acho eu.
Taylor: Eu vou andando, adeus Harry.
Eu: Adeus…
Assim que ouvi a porta do apartamento fechar sentei-me no sofá ao lado do Louis enquanto passava as mãos pelo cabelo.
Eu: Achas que ela vai dizer a alguém?
Louis: Acho que não… só por acaso não recebeste nada da Gemma, pois não?
Eu: Não que eu saiba, porquê?
Louis: Ela disse que ia sair com a Ana, achei que devias saber.
Eu: Espera ela o quê?!
Louis: Vai sair com a Ana, qual é o problema?
Eu: O Ashton já me odeia, não achas que ele vai achar estranho a minha irmã ir sair com a Ana? Isso só vai fazer com que ele tenha mais suspeitas e eu não preciso disso agora. Nós temos de garantir que elas não são vistas juntas.
Louis: Acho que estás a ficar paranóico, Harry. Vai ficar tudo bem.
Eu: E se não ficar tudo bem?
