7º Capitulo - Use things, love people. Not the other way around.

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"Os rapazes vêm aí, o que é que lhes vais dizer?" estava demasiado perdida nos meus pensamentos para ter prestado atenção ao que a minha irmã disse antes ou depois daquilo, acho que apenas ouvi aquela parte pois isso incluía ter de pensar em alguma mentira e eu queria continuar perdida nos meus pensamentos que me faziam esquecer de sentir a dor que estava no meu peito.

Eu: Vou dizer que me senti mal e tinha de vir para casa.

Joana: Eu não percebo. – sentou-se ao meu lado na cama. – O Harry ama-te, porquê que ele está com a Taylor?

Eu: Ele não me ama. Foi exatamente por isso que eu fui embora. Ele nunca amaria uma rapariga como eu.

Joana: Não digas isso, ele ama-te. Eu sei que sim.

Eu: Não, não ama. E isso é uma coisa boa porque eu tenho um namorado que gosta de mim. – respondi tentando convencer-me disso.

Joana: Mas tu não gostas dele…

Eu: Mas vou gostar, nem que seja a última coisa que faça.

Joana: Mas tu mesma me disseste que nós não mandamos no coração.

Eu: E agora eu vou ser uma exceção à regra. Sabes que sou exceção a muitas.

Joana: Não podes simplesmente obrigar-te a amar alguém.

Eu: É melhor do que ser iludida. – ouvi a porta bater com força lá no andar de baixo e várias vozes a falar ao mesmo tempo. – Acho que eles chegaram, podes dizer-lhes para esperar? Quero mudar de roupa.

Joana: Claro.

Ela saiu do quarto e eu fechei a porta encostando-me a ela, ele nunca teria esperado tanto tempo, ninguém me amaria durante tanto tempo e eu devia ter tido noção disso.

Vesti uns calções de ginástica e a minha t-shirt que tinha a imagem do Albert Einstein, calcei os meus sapatos e desci as escadas, quando cheguei ambos os 5SOS e os One Direction estavam lá.

Ashton: Hey amor, estás bem? – ele correu na minha direção e abraçou-me com força.

Eu: Estou ótima.

Luke: O que aconteceu?

Eu: Senti-me mal disposta, nada de mais.

Calum: Nós ficámos preocupados contigo, miúda!

Eu: Pensava que era nem me querias ver à frente. – ri-me e ele abraçou-me.

Calum: Mas és uma pessoa que não quero ver com quem me importo.

Eu: Isso não faz qualquer sentido mas agradeço a preocupação.

Louis: Tens a certeza que estás bem? – ele olhou-me preocupado e eu dei-lhe um pequeno sorriso.

Eu: Ótima.

Louis: Então posso falar contigo?

Eu: Suponho que sim, segue-me.

Afastámo-nos dos outros e eu sentei-me no piano, ele sentou-se ao meu lado e abraçou-me de uma força estranha, quase como se não soubesse o que devia fazer.

Louis: Ele ama-te... – sussurrou depois de algum tempo.

Eu: Diz isso à nova namorada dele.

Louis: Ele fez isso para te fazer ciúmes.

Eu: Como assim?

Louis: Eu estava a brigar com ele e contei-lhe sobre a nossa conversa e ele disse que apenas aceitou ser namorado da Taylor porque te queria fazer ciúmes.

Eu: Por favor, diz-me que estás a brincar. – ele negou com a cabeça. – Inacreditável. – levantei-me do piano enquanto o Louis me olhava confuso e caminhei até perto do Harry. – Tu és um completo idiota sabias? Deves usar objetos, não pessoas.

Harry: Não, tu não estás a perceb-

Eu: Não, eu estou a perceber perfeitamente. Como é que achas que ela se vai sentir? Fazes ideia do quanto a vais magoar?

Harry: E-eu não pensei nisso…

Eu: E quem paga o preço por não usares a cabeça é ela.

Luke: O que é que se passa?

Eu: Nada. Apenas está garantido que eu e o Harry não somos amigos.

Harry: Woah espera, não faças isto Ana.

Eu: Tu estás a usá-la! Como é que és capaz?!

Harry: E-eu…

Eu: Tu?

Harry: Sabes que não o posso dizer aqui… – sei que ele se referia ao Ashton, eles eram amigos apesar de tudo.

Eu: Mas eu posso dizer aqui, à frente de todos, que tu e eu já não somos amigos.

Harry: Porquê que estás a levar isto tão a peito? – ele olhava-me confuso e com receio, tal como uma criança que perdeu os pais de vista.

Eu: Porque ‘ela’ – deixei bastante claro que ela era eu. – já era tua, tu não precisavas de usar alguém. Alguém que gosta de ti e se descobrir que a usaste vai ficar muito magoada.

Harry: Mas eu fi-lo por t- ela.

Eu: Não… fizeste-o por ti. Fizeste-o porque sabias que tinhas as duas na mão e apenas querias que ‘ela’ te pedisse de joelhos para voltares. Não precisavas de ter feito isso, acho que o Louis já te contou isso.

Ashton: O que se passa? Não estou a perceber.

Eu: Nada. – beijei a sua testa de uma forma carinhosa e afastei-me. – Eu vou dormir, obrigada por se preocuparem malta, agradeço imenso. Despedi-me de todos, menos o Harry, com um abraço e subi as escadas o mais depressa possível pois não queria estar naquela sala. Não com o Harry lá. Entrei no quarto e tranquei a porta mas pouco depois ouvi bater.

Ashton: Posso dormir contigo? – perguntou do outro lado da porta, eu fui abri-la deixando-o entrar. – Obrigada. – ele foi ao armário e tirou um pijama que costumava deixar sempre aqui, vestiu-se rapidamente e deitou-se ao meu lado na cama. – Tens a certeza que só saíste porque te sentiste mal disposta? Pareces estar mais chateada do que pareces estar doente.

Eu: Sim, eu estou perfeitamente bem.

Ashton: Eu tenho andado para te dizer uma coisa há muito tempo…

Eu: Sim? – ele fechou os olhos e suspirou.

Ashton: Espera só um pouco. – ele suspirou novamente e olhou-me nos olhos. – Eu amo-te. – encarei-o em estado choque, ele amava-me. Ele amava alguém que amava outra pessoa.

Eu: E-eu também te amo.

Ashton: A sério?! – ele abriu um sorriso que nunca tinha visto antes.

Eu: Umh, sim.

Ashton: Esperei 2 anos para dizer isto mas mesmo assim tinha medo que não sentisses o mesmo, sinto-me tão aliviado agora e sou, sem dúvida, o homem mais feliz do mundo. – ele abraçou com força mas eu não me mexi, era como se a culpa me paralisasse o corpo e uma pequena vozinha na minha cabeça continuasse a repetir que ele merecia melhor, o que era um facto. E outro facto era que eu não o amava; e provavelmente nunca amaria.

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