8º Capitulo - It's not the goodbye that hurts, but the flashbacks that follow

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[POV Harry]

Ia a passear pelas ruas com a Taylor, tinha de fazê-lo visto que agora éramos um casal. Perguntei-me porque não tinha pensado melhor nisto antes de me meter nesta grande trapalhada mas depois lembrei-me de que o meu cérebro estava demasiado ocupado a pensar na Ana para pensar nas consequências do que eu tinha feito.

A Taylor agarrava a minha mão com força e sorria mas eu não estava a sorrir e, definitivamente, não estava feliz; por duas simples razões:

1) Ela não é a Ana. Acho que isso resume basicamente tudo.

2) Tudo o que a Ana disse tinha-me feito sentir culpado. Eu realmente não tinha pensado no quanto a Taylor podia ficar magoada, apenas tinha pensado em como a Ana iria ficar com ciúmes e talvez voltasse para mim. A Ana tinha razão nós devemos usar objetos e não pessoas, apenas gostava que ela me tivesse dado esse conselho antes de eu fazer asneira.

Taylor: Olha Harry! – ela apontou para um piano que estava na rua que tinha a frase “Play me, I’m yours” escrita, por outras palavras “Toca-me, sou teu”.

Eu: Que giro. – disse sem emoção alguma. Não é que eu quisesse ser "frio" com ela mas a minha falta de felicidade levava à perda de motivação a fingir que estava interessado no que estávamos a fazer.

Taylor: Sabes tocar alguma coisa?

Eu: Umh, apenas sei tocar uma música.

Taylor: Podes tocar? Por favor.

Eu suspirei e sentei-me à frente do piano, imensas pessoas juntaram-se à volta e eu fechei os olhos começando a tocar a música que a Ana me tinha ensinado à muito tempo atrás, Fix You dos Coldplay.

[Flashback]

Eu: Desisto! – gritei pondo as mãos no ar. – Nunca vou conseguir tocar esta música sem me enganar. – a Ana riu-se e sentou-se no meu colo à frente do piano.

Ana: Não desistas. Estás a ir muito bem, anda lá, eu vou ajudar-te.

Ela pegou nas minhas mãos e começou a fazer os meus dedos tocarem, ela mandou-me fechar os olhos e eu obedeci. Ela continuou a ajudar-me a tocar até que de repente ela largou as minhas mãos, ia tirar as minhas mãos do teclado mas ela não deixou.

Ana: Continua! Eu acredito em ti, não pares. – respirei fundo e continuei a tocar, finalmente depois do que pareceram horas eu consegui acabar de tocar a música, sem fazer erro algum. – Vês? Eu sabia que conseguias! – disse com um sorriso cheio de orgulho.

Harry: Mas tu ajudaste-me.

Ana: Apenas no inicio… acabaste por começar a tocar sozinho e as minhas mãos apenas estavam a fazer peso sobre as tuas. Apenas precisavas de confiar em ti e de te deixar levar, por isso é que te disse para fechares os olhos… precisavas de relaxar.

Harry: Então… eu consigo tocar a música sozinho?

Ana: Se consegues fazê-lo de olhos fechados certamente consegues fazê-lo com os olhos abertos. – ela abriu um pequeno sorriso doce e gentil piscando o olho.

Harry: Obrigada. – beijei levemente os  seus lábios e ela sorriu ainda mais.

Ana: Sempre às ordens, capitão.

[Flashback]

Apenas mais tarde percebi que o que ela me estava a ensinar não servia apenas para o piano, ela estava a tentar fazer-me perceber que se eu confiasse em mim isso seria o primeiro passo para fazer o que queria, que eu tinha de relaxar e me deixar levar para poder viver a vida. E acho que ela também me tentou fazer perceber que com estar a “fazer peso sobre as minhas mãos” ela achava que era um peso na minha vida, se assim fosse ela não podia estar mais enganada pois ela era, e ainda é, a minha vida.

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