[Nota de Autora: Peço desculpa por ter passado quase um mês desde que publiquei mas tive imensos testes e trabalhos para fazer. Mas agora estou de férias e vou tentar escrever mais. Boa leitura.]
[POV Harry]
Conseguia ouvir algo familiar ao longe, a cada segundo que passava o som aproximava-se e eu abandonava cada vez mais o meu estado adormecido. Já conseguia sentir longos fios de cabelo sobre a minha cara e uma pele suave debaixo dos meus dedos esfolados, conseguia sentir o cheiro de perfume e uma respiração calma contra o meu pescoço, conseguia ouvir um leve ressonar perto dos meus ouvidos e percebia agora que o som familiar que ouvia antes era o meu toque de telemóvel. Abri os olhos devagar tentando ajustar-me à luz que entrava pela janela e estiquei-me um pouco tentando não acordar a Ana enquanto agarrava o telemóvel, sem olhar para o ecrã atendi a chamada e beijei a testa do anjo que ainda ressonava ao meu lado enquanto esperava que dissessem alguma coisa do outro lado da chamada.
“Finalmente atendeste, telefonei-te 12 vezes!” reconheci imediatamente a voz do Louis e ajustei-me devagar na cama.
Eu: Bem, eu atendi. O que queres? Estou um pouco ocupado. – respondi observando a Ana enquanto ela ainda dormia e eu brincava com as pontas do seu cabelo.
Louis: A Taylor anda a telefonar, ela diz que quer ver-te. Disse-lhe que ainda estavas a dormir mas ela insistiu em passar por cá, por isso para o que quer que estejas a fazer e vem até aqui.
Eu: Não posso simplesmente ficar aqui? – ouvi o Louis suspirar do outro lado da linha então mantive-me calado à espera da sua resposta.
Louis: Ouve, tu estás, dizendo a verdade crua, a usar a Taylor. O mínimo que podes fazer é falar com ela quando ela te visita, ela tem sentimentos, não te esqueças disso. – a realidade dos meus atos caiu sobre mim e agora era a minha vez de suspirar, eu tinha de parar com isto, não era justo para a Taylor.
Eu: Está bem, eu chego aí daqui a pouco. – desliguei a chamada e cocei o pescoço tentando arranjar uma maneira de sair da cama sem acordar a Ana, comecei por levantá-la e sair muito devagar, voltei a deitá-la mas desta vez na cama e beijei a sua testa antes de me dirigir para a janela.
Ana: É feio dormir com alguém e sair antes de ela acordar. – voltei-me para a cama e ela abriu os olhos devagar escondendo a cara devido nos lençóis devido à luz da janela.
Eu: Desculpa ter-te acordado. – voltei para a cama e sentei-me ao seu lado.
Ana: Onde vais? – a sua cara continuava escondida nos lençóis mas desta vez não era pela luz que entrava pela janela, eu conseguia perceber na sua voz que ela estava triste, ela não queria que eu me fosse embora e, honestamente, eu também não queria ir.
Eu: Vou ter de sair, a Taylor vai passar por casa do Louis e há algo que eu tenho de fazer.
Ana: Oh… bem, diverte-te. – ela enterrou ainda mais a cara nos lençóis e ajustou-se na cama obviamente chateada, aproximei-me mais dela e abracei-a durante algum tempo.
Eu: Sabes que eu te amo, não vai acontecer nada entre mim e a Taylor, não precisas de te preocupar.
Ana: Sim, está bem. Vai-te embora. – bufei devido à sua infantilidade e agarrei-a puxando-a para o meu colo, ela escondeu a cara com o cabelo e recusou-se a olhar-me nos olhos. Virei-a um pouco de maneira a que ela estivesse à minha frente, afastei o seu cabelo e agarrei-lhe no queixo fazendo-a olhar para mim.
Eu: Garanto-te que não vai acontecer nada. Acredita em mim, eu amo-te! Percebeste? – ela acenou com a cabeça e sorriu. – Ótimo. Agora eu tenho de ir, mas hei-de encontrar uma maneira de te chatear mais tarde. – o seu sorriso cresceu e, apesar de saber que eu tinha de ir embora, não resisti a beijar os seus lábios claros que tanto amava. O nosso beijo não foi longo, foi apenas algo para aliviar as saudades que já sentia dos seus lábios apesar de os ter beijado na noite anterior. Levantei-me da cama e voltei a caminhar até à janela enquanto a Ana se enroscava novamente nos lençóis, saí pela janela e desci as mesmas trepadeiras que tinha usado para subir na noite anterior, assim que estava suficientemente perto do chão saltei e comecei a correr até ao carro sabendo que já tinha perdido demasiado tempo.
[POV Harry]
Eu tentei. Tentei fechar os olhos e voltar a dormir, mas algo deixava o meu cérebro a dar voltas e voltas o que me impedia de dormir, e eu sabia exatamente o que esse ‘algo’ era. Não conseguia parar de pensar no Harry e na Taylor juntos, por mais que tentasse o pensamento deles os dois estava sempre na minha mente, perguntava-me como o Harry mantia a sua sanidade sabendo que eu passava tanto tempo com o Ashton. Para tentar abstrair-me da ideia de ser a Taylor a ter o Harry nos seus braços agora e não eu desci as escadas e fiz uma chávena de chá enquanto lia um livro que me tinha sido dado de presente. Depois de estar completamente envolvida na história empolgante do livro senti alguém abraçar-me e deitar a sua cabeça nas minhas costas, percebi imediatamente que era a Joana devido à sua altura, por isso rodei a cadeira e abracei-a de volta.
Eu: Fiz chá. Queres?
Joana: Viste a Gemma na tua festa de anos?
Eu: Não respondeste à minha pergunta. Mas não, não a vi.
Joana: Ela pediu-me para te dar isto. – ela abriu um dos armários da cozinha e tirou um álbum de fotos que parecia ter, no mínimo, uns 4 anos. – Ela disse que era teu mas que te esqueceste dele em casa dela e que nunca foste lá buscá-lo. – senti a minha garganta secar ao perceber que álbum era aquele, tinha todas as fotos que eu, a Gemma e a Anne tirámos enquanto ainda vivia perto delas. A Gemma era, basicamente, a minha melhor amiga. Passámos imenso tempo juntas e, tenho de admitir, que às vezes gostava mais da companhia dela do que a do Harry.
Eu: Ela disse mais alguma coisa? – ela acenou com a cabeça e abriu o álbum deixando-o à minha frente.
Joana: Ela disse que tinha saudades tuas e que se quisesses falar ou vê-la outra vez que tinha deixado o número dela na última folha. – fui até à última página e vi o número dela lá escrito, perguntei-me se devia telefonar-lhe porque apesar de ter saudades dela e das nossas conversas não sei se ela iria perceber o facto de eu ter ido embora e de agora estar noiva de outra pessoa. – Ah, já agora, acho que devias saber que fui eu quem convidou a Gemma e a Anne.
Eu: Tu o quê?!
Joana: Não tens de quê.
Eu: Sabes o quão desconfortável foi ouvir a Anne a dizer que sempre imaginou que eu ia acabar por casar com o Harry? Como é que foste capaz? – talvez eu estivesse a exagerar, afinal ter visto a Anne novamente não tinha sido uma experiência desagradável mas tinha sido, sem dúvida, embaraçosa.
Joana: Espero que aquilo que ela disse te tenha chamado à razão. – murmurou esperando que eu não ouvisse.
Eu: Não preciso que me chamem à razão, está bem? – eu tinha ficado um pouco irritada com o seu comentário, eu tinha noção do que estava a fazer e do quão isso era errado. Tinha noção de tudo, apenas não tinha coragem para parar. Levantei-me obviamente chateada com a situação e agarrei no álbum de fotografias caminhando até ao quarto. Assim que lá cheguei fechei a porta e agarrei no telemóvel marcando o número da Gemma pois eu precisava dela mais que nunca.