CAPÍTULO 13 - A PROVA

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Astron estava em um local escuro.

Sentado em cima de um círculo com algumas velas em volta estava uma espécie de monge a sua frente, um velho sem cabelos com uma pequena barba branca e sobrancelha grossa.

- Sente-se - O homem o convidou com um gesto, ele tinha em mãos a Fafnir e limpava constantemente sua lâmina com um pequeno pano branco.

Astron apenas obedeceu, caminhou até o monge e sentou-se frente à ele.

Passados dois minutos de total silêncio onde o monge apenas limpava a lâmina da arma com movimentos repetitivos.

- O que você teme guerreiro?

- Eu não temo a na...

- Todos sentem medo de algo, inclusive você.

Astron não possuía resposta para aquilo, jamais havia pensado sobre o medo, se o tinha não sabia em que seu medo era baseado.

- Sabe o que você teme guerreiro?

- Não senhor, não sei.

- O futuro, você teme o que pode acontecer a você e principalmente seus amigos.

- Como posso temer algo que nem aconteceu ainda?

- Não aconteceu? Sim talvez ainda não tenha acontecido, mas o futuro é inevitável, independentemente do seu desejo ou esforços ele chega, o futuro sempre chega. Levante-se guerreiro irei te mostrar o futuro - O monge então se levantou.

- Não tenho interesse no que vai acontecer, sei que o futuro é moldado pelas nossas escolhas e ações. - Astron se levantou, não por sua vontade, apenas se levantou mediante a ordem do monge, quando se deu por conta já estava de pé.

- Exatamente, suas escolhas moldaram o futuro que está por vir, caos, é isto o que suas escolhas o levarão, te mostrarei agora as consequências das suas ações e cabe a você decidir se irá ou não mantê-las - O monge rapidamente fez com que Fafnir se envolvesse por sua aura, ela brilhou com uma aura vermelha e azul, ambas crepitando ao mesmo tempo como se ele houvesse conjurado o poder das duas espadas Fafnir e Naelyon ao mesmo tempo. Após conjurar as chamas ele em um movimento rápido enfiou a espada no estômago do guerreiro atravessando do outro lado. Astron cuspiu sangue e depois fechou os olhos perdendo a consiencia.

- Este será seu futuro meu caro guerreiro.







A escuridão total avançou consumindo tudo. Barton tentou correr, de nada adiantava, não havia para onde correr, o que o tornara tão covarde. Sim sua arma não estava consigo, não tinha com o que se defender.

A sombra se aproximava cada vez mais e aos poucos foi tomando forma, cores, quando se deu por conta aquilo que o anão via possuía exatamente a mesma imagem que ele, mesmas feições, idênticos, exceto pelo fato de seu inimigo possuir dez vezes o seu tamanho e portar consigo a marreta Brakan, a lendária.

Qual a chance o anão teria? Estava desarmado, enfrentando a alguém que possuía sua arma, sua aparência e era dez vezes maior, enquanto ele era apenas ... uma não.

- Você é um inútil, vai ser derrota por si mesmo, esta é sua arma? - apontou para Brakan, interessante, vamos ver o que ela pode fazer.

O inimigo então carregou um golpe e tentou o acertar em cheio, mas por um milagre Barton conseguiu ser mais rápido e com um salto desviou do golpe que acertou em cheio o chão estraçalhando completamente o local onde estava.

- Você é só um peso morto, sem sua arma você não tem serventia, um dia vai acabar matando seus amigos.

Seus amigos, não havia nenhum ali, todos o haviam abandonado, estava sozinho. Este era seu maior medo não ser útil, sempre depender de tudo e de todos, Barton tinha o medo de algum dia não poder ajudar, algum dia ter um amigo morto por causa da sua falta de capacidade, afinal era apenas um anão, não tinha velocidade, seus braços eram pequenos, era um ignorante desprovido de beleza, não tinha nenhuma qualidade.

ACRONÉPOLISOnde histórias criam vida. Descubra agora