CAPÍTULO 23 - O ANJO (atualmente)

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5 dias para a morte de Allana



          – Você só pode estar brincando. – Barton não conseguia acreditar.

          Ele permaneceu calado. Com seus olhos azuis fitou o anão em um olhar que fez com que o pequeno tivesse todos os pelos do corpo arrepiados.

           – Com certeza aquela pena que usamos provém destas asas – Jullr se aproximou do enorme par de asas estendidas como um troféu.

           – Não toques nelas! – O homem acorrentado bradou quando o mago tentou tocar a penugem. Jullr parou no mesmo instante.

           – Ele não é perigoso? – Samira questionou.

           – Estas algemas são feitas de Kaziru – Observou Jullr – pelo modo que ele está, elas devem afetar também criaturas como ele.

           – Mas afinal, – Barton levantou a questão – OQUE É ELE?

           – Sou um anjo, seu humano imundo. – Falou o prisioneiro sem deixar de olhar o anão nos olhos enquanto erguia um tom à voz. – Um ser celeste, um dos principais oficiais do exército do Arcanjo Miguel, o mais habilidoso entre os lutadores do esquadrão...

           – Tá, agora me conta – Samira se abaixou à altura do anjo – o que o senhor, o anjo celeste, o principal oficial do exército de sei lá quem está fazendo trancado, acorrentado e todo arrebentado neste lugar acabado?

           O homem virou-se para a caçadora, encarou-a por alguns segundos, mas ao ver que ela tinha razão abaixou a cabeça.

           Astron segurando no braço de Jullr o leva para a outra extremidade do salão.

           – Você acha que ele é quem viemos procurar? – Astron pergunta em um tom mais baixo, esperando que os outros não viessem a ouvir.

           – Pela pena que achamos antes eu acreditava que sim, mas olhando para ele agora, tenho minhas dúvidas. Arkamalls disse que seria um monstro que traria destruição para o reino.

          – Podemos ter procurado pelo cara errado.

          – Concordo com você, mas o oráculo nunca erra uma profecia – Jullr ouvira falar muito sobre o oráculo e suas previsões que nunca erram.

          – Isso é o que você diz. – Astron ainda mantinha suas dúvidas sobre as previsões do oráculo. – Condenei dezenas de pessoas que até o momento não haviam cometido crime algum.

           – O que você sugere então? Que o soltemos? – Jullr ironizou – E se ele realmente for o destruidor do reino.

           – Se pretendes decidir se vivo ou morro, ao menos façais isto em minha frente. – O anjo falou sem tirar o olhar do chão – Nenhuma decisão será pior do que viver com esta vergonha – virou a cabeça o máximo que pode para observar as asas, expostas como troféus. Algo tão perto, mas ao mesmo tempo tão longe.

           Samira caminhou ate os dois companheiros e apoiou sobre os ombros do mago, que ficara mais uma vez desconcertado perante as atitudes da loira.

           – Sinceramente, não vejo maldade nele – A caçadora afirmou.

           – O que acontece a ele dependerá das respostas que nos der. – O guerreiro se colocou frente a frente com o prisioneiro – O que você é nós já sabemos, agora me diga, - desembainhou o punhal amaldiçoado e o apontou diretamente para o pescoço do anjo. – O que você veio fazer aqui?

ACRONÉPOLISOnde histórias criam vida. Descubra agora