CAPÍTULO 12 - A MORTE

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Samira abriu os olhos, sentiu a chuva que caia, algumas gotas caíam em seu rosto, escorriam pela bochecha rosada, respingavam pelo queixo caindo sobre os volumosos seios e escorriam para o centro acompanhando sua respiração e passando pelas suas curvas vindo a surgir novamente pela barriga.

- Sua casa.

Samira olhou em volta e não viu ninguém, notou ao longe uma pequena vila, já era noite e o tempo estava chuvoso, mas era possível ver as velas acesas em seus candelabros iluminando as pequenas casinhas ao longe.

Samira correu até se aproximar do vilarejo.

Assim que se aproximou ouviu um ruído, então parou de correr e começou a caminhar por meio da rua principal que estava iluminada devido aos vários candelabros que cada casa possuía, a cada passo que dava observava a sua volta procurando qualquer coisa suspeita.

- Eles tem medo.

Samira olhou novamente em volta, haviam várias pessoas observando pelas janelas, todas estáticas apenas paradas a perseguindo com os olhos.

Um trovão.

Uma família a observava, um pai, esposa e dois filhos, os olhares a faziam pesar, eram olhares que a julgavam, a culpavam, ela tentava ignorar mais era impossível.

Caminhou mais alguns metros na rua até chegar ao fim, no fim havia apenas uma casa, diferentemente das outras esta estava com a porta aberta.

A loira entrou pela porta e todo o exterior pareceu desaparecer, o lugar agora estava mais quente, ela estava seca.

- Você se lembra?

Samira se lembrava perfeitamente, aquela era sua casa, a casa onde morou em sua infância muito antes de se tornar guerreira. Ela parou, fez menção de voltar, mas algo não a deixava, era como se seu corpo não obedecesse seus movimentos, como se ela agora não possuísse mais o controle.

- Você precisa ver.

Ela caminhou por alguns cômodos, as paredes eram feitas de divisórias assim como as casas japonesas sendo fácil atravessá-las ao exercer a devida força.

Chegando a cozinha viu os pratos revirados, havia comida caída no chão, e no faqueiro faltava uma peça na coleção, que aparentemente era muito bem cuidava. Ela então subiu uma escada chegando aos andares superiores, assim que venceu o último degrau viu alguns quartos, um deles estava com a porta aberta.

- Minha pequena criança... não deixe o mundo vencer... a escuridão quer te tragar... mas você não pode a deixar vencer.

A melodia começou novamente, o som ecoava tendo início no quarto e se propagando por toda a casa, quem cantava possuía uma voz doce, que acalmou seu coração no mesmo instante, mas ao mesmo tempo a fazia sentir apertado, a voz era conhecida, ela a havia ouvido a muitos anos atrás e desde então havia guardado aquelas palavras com carinho em seu coração.

Samira então se aproximou do quarto, assim que chegou a porta viu uma criança deitada na cama com uma mulher de cabelos negros sentada ao seu lado acariciando seus cabelos loiros.

A mulher cantava enquanto separava os cabelos da criança e os colocava atrás da orelha, junto a doce voz ouvia-se soluços, pequenos soluços que apertavam cada vez mais o coração da caçadora. A mulher de cabelos negros chorava, lágrimas caíam e molhavam a mão que agora segurava firme as mãos tremulas da criança.

Uma batida.

- Mamãe... A criança tentou falar algo mas foi calada no mesmo instante pelo toque do dedo indicador de sua mãe em seus lábios.

ACRONÉPOLISOnde histórias criam vida. Descubra agora