CAPÍTULO 14 - AS ARMAS LENDÁRIAS (dez anos antes)

118 20 38
                                    


           — As armas foram forjadas meu senhor. — O homem usava um macacão sujo, botas de couro sobrepondo uma calça rasgada, por baixo do macacão utilizava apenas uma camiseta branca toda suja com alguns rasgados, seus braços eram fortes e respingava suor.

            — Ótimo, quais foram os procedimentos? — Quem dizia era um homem loiro, sentado em um enorme trono dourado ornamentado por várias pedras preciosas (rubis, esmeraldas, safiras), possuía um porte esbelto e usava uma coroa dourada com várias pedras preciosas e uma cruz no centro (símbolo dos paladinos).

             O homem possuía uma feição carrancuda, seus cabelos caiam ao ombro encaracolados e usava um manto real rubro que esparramava por todo o trono, o salão onde estavam possuía uma forma oval com dezenas de pilares que sustentavam toda a estrutura.

              — As armas foram forjadas através das essências de suas entidades, coletadas através da energia espiritual contida em seus templos.

              A energia espiritual é a força que se acumulava nos templos de adorações, a exemplo dos tempos construídos ao deus Rá, onde milhões de fieis se curvavam em adoração a suposta divindade. Independentemente se a divindade existisse ou não, com o passar do tempo o acúmulo de orações ou sacrifícios fazia-se surgir a chamada Presença

            Todos possuem o Karyo, — Energia residente em todos os seres vivos — Mas nem todos sabem controlá-lo, aqueles que adquirem a habilidade de controle desta energia são capazes de feitos sobrenaturais perante os olhos humanos.

            Em tempos antigos, em exceção dos sacerdotes, ninguém possuía a habilidade de controle do Karyo, em muitos casos, aqueles que possuíam esta habilidade acabavam sendo considerados deuses e por fim eram adorados.

           Sempre que os fiéis se dedicavam as orações ou sacrifício, parte de seu karyo era emanado — Mesmo sem ser intencionalmente — E acabava por se acumular no plano etéreo, formando assim a chamada Presença.

           Por milênios, os magos ou fanáticos por poder vinham tentando conquistar e controlar a Presença para fins individuais e egoístas. Alguns acreditavam que poderiam dar a vida aquela divindade, outros acreditavam que se viessem a dominar esta força se transformariam em deuses.

          Todas as tentativas se submetiam ao fracasso.

          Dependendo do nível de devoção dos fiéis, com o passar do tempo, a Presença viria a ganhar emoções, estas emoções eram formadas pela crença de seus seguidores.

          Cerca de cinco mil anos atrás, em diversos templos Hinduístas era adorada a entidade Kali, — deusa da vingança e da morte — Sempre ao findar de uma batalha, os vencedores decepavam a cabeça de seus inimigos e as ofereciam como oferenda à deusa, fora o fato de periodicamente sacrificarem virgens ou crianças recém nascidas como forma de agradecimento ou somente para deixar a deusa "satisfeita". Todos estes atos apenas colaboravam para tornar a Presença uma energia completamente carregada de emoções negativas ou repleta de ódio e morte.

         Um sacerdote certa vez tentou controlar a Presença da deusa, mas assim que a energia apossou de seu corpo a carga de emoções negativas fora tamanha, que a mente do sacerdote não suportou e entrou em colapso.

         O homem arrancou duas espadas de um guarda próximo e começou uma chacina. No total foram cento e cinquenta fieis mortos, — As emoções eram tamanhas que o usuários os herdavam — Assim que todos os presentes tiveram suas vidas ceifada o sacerdote sem nenhum tipo de controle mental ou físico atravessou o estômago com ambas as lâminas, cometendo assim suicídio.

ACRONÉPOLISOnde histórias criam vida. Descubra agora