ACRONÉPOLIS

CAPÍTULO 3 - AMIGOS

          Todos paravam para olhar os dois andando pela cidade, as pessoas já conheciam o anão, mas era novidade o cavaleiro que o acompanhava, com sua armadura prateada ele seguia ao lado de seu companheiro puxando seu belo cavalo negro vendo todos na cidade encarando o viajante e cochichando em seu nome.

          - Fique tranquilo, nós não temos visita nessa vila há muitos anos. - O anão dava outra gargalhada.

          - Por qual motivo você escolheu logo uma vila pequena e afastada para viver? - O guerreiro estava curioso.

          - Justamente por este motivo, é uma vila pequena e afastada, sabe que somos caçados pelo governo, preciso ficar o mais longe da cidade.

          - O que você faz aqui neste lugar?

          - Sou o ferreiros deles, eles não são de usar espadas, mas de vez em quando surgem alguns pequenos trabalhos aqui e ali - Novamente gargalhou.

          - Quem diria que o anão ficou calmo - Desta vez foi o guerreiro quem começou a rir.

          Depois de muito caminharem chegaram a uma taverna, era bem simples com uma porta que ia e voltava rangendo quando alguém passava, os dois entraram e chegaram até o uma mesa, logo uma garçonete bastante esbelta os atendeu.

          - Esta cidade pode ser pequena, mas vou lhe mostrar o que ela tem de melhor - O anão falava com um sotaque bem diferente do guerreiro - Me traga um copo do melhor hidromel que tem nessa espelunca pro meu amigo e pra mim e a maior caneca que tiver - Novamente gargalhou.

          Os dois beberam a noite toda e contaram as aventuras que haviam vivido durante o tempo que ficaram separados.

          - Mas agora indo direto ao assunto Astron, você não veio de tão longe depois de 5 anos até aqui só para me contar das suas histórias, você disse que nosso mestre nos chamou, o que poderia ser tão sério para ele nos chamar?

          - Barton ele não me deu detalhes, pelo que me parece receberemos uma nova missão, desta vez parece que vamos escoltar alguém.

          - Ah por favor, agora viramos babá? O anão deu um forte soco na mesa, ninguém olhou, pois havia muitos bêbados dançando e gritando a música que tocava bem alto.

          - Ainda não sei quem é que será escoltado, mas para ser um pedido do nosso mestre deve ser algo bem sério.

          - Seremos só nós dois? - O Anão soluçava, mas ainda não estava bêbado

          - Não, precisamos reunir toda nossa equipe - Astron tirou um pedaço de pergaminho que estava em sua mochila e o abriu em cima da mesa. - Este é o mapa do reino, a informação que consegui coletar é que Samira está aqui na floresta maldita - Ele agora apontava para uma floresta que ficava perto de uma montanha - Nos vilarejos que ficam em volta corre a notícia que aquele lugar é amaldiçoado.

          - É bem a cara da Samira mesmo criar uma lenda urbana pra poder afastar os guardas. - Barton ria debochado.

          - Depois dela iremos até nosso mestre.

          - Mas e quanto a Allana?

          Astron desviou o olhar demonstrando não estar muito satisfeito em falar sobre o assunto.

          - Allana está aqui - Astron apontava agora para um local no mapa onde estaria localizada uma prisão de segurança máxima.

          Barton no mesmo instante cuspiu fora toda a bebida que estava em sua boca

          - Você só pode estar brincando, de todos os lugares que ela poderia estar tinha que ser logo neste?

          - Sim ela foi capturada quando tentou proteger uma cidade de ser destruída pelo governo, não sei o motivo.

          - Aquela bobona se deixou capturar por causa de uma cidadezinha? Bah - Barton estava começando a se embebedar.

          - Não ouse falar assim dela - Astron ergueu o anão pela gola de seu casaco colocando-o rumo aos seus olhos e o encarando profundamente.

          - Ei amigão relaxa ai, você pode ter tido um casinho com ela, mas eu também gosto muito dela, debochei não por ela ter ajudado a cidade, mas por ela ter sido capturada, a Allana é quase a mais forte entre todos nós.

          Astron foi se acalmando até perceber que estava quase brigando com seu amigo, o colocou no chão novamente e voltou sua atenção para o mapa.

          - Parece que o exército possui alguns soldados que eles chamam de paladinos, estes soldados possuem a força de inúmeros homens, dizem que eles podem se equiparar a nós.

          - Bahh - Barton começou a gargalhar debochando novamente - Ninguém pode se equiparar a nós, não duvido muito que ela se deixou ser capturada por algum motivo maior.

          - Isto eu não sei, mas de qualquer forma não conseguiremos enfrentar todo o reino de uma vez, fiz uma estimativa e já possuem mais de 300 mil soldados, fora estes tais paladinos, precisaremos de ajuda.

          - E aonde conseguiremos alguém de confiança?

          - Nosso mestre me ordenou que me encontrasse com você e Samira e depois fosse ao encontro dele, lá ele poderá nos instruir melhor no que devemos fazer.

          - Fazer o que né espero que não esteja enferrujado amigão, logo logo entraremos em uma guerra.

          - Sim meu amigo, vamos descansar esta noite, amanhã partiremos na jornada.