Capítulo 10

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- Se você ver o Gustavo me avisa, eu não quero ver ele.

- Luana. Você não vai ser criança a esse ponto, por favor.

- Vou. Eu não quero ver ele. - Ela me olhou e viu que eu estava com uma expressão que mostrava minha indignação. - Tô falando sério.

Revirei os olhos. Mal sabia ela que, com essa criancisse toda, ia ficar mais difícil de fazer as pazes, voltar ao normal, etc.

Eu só torcia para fazerem as pazes até a hora de ir embora. E minha carona? Eu posso estar sendo egoísta mas na hora de vir pra faculdade, eu e a Luana sempre viemos de ônibus, ou meu pai ou o dela, dão uma carona. Para ir embora, a gente ia de carona com o Gustavo, pra almoçar todo mundo junto e pra ganhar mais tempo voltando pra casa. Tudo bem. Eu voltaria de ônibus, sem problemas, com um esforcinho.

Quando eu olhei pro portão, o Gustavo estava entrando, com a mochila em mãos e o mesmo olhar de sempre. Aquele que fazia as meninas da faculdade desviarem o olhar, o que normalmente, deixava a Luana irritada. E ela dizia "para de olhar todo mundo assim".

A Luana deu uma respirada funda e me puxou pelo braço. Obviamente, todos ao redor começaram a se questionar o que havia acontecido. Não era igual o colégio que todos queriam saber e todos reparavam, mas alguns observavam e percebiam. Não tinham tantas fofocas e notícias vazadas. Era bem melhor.

- Você não vai mesmo falar com ele? - Eu perguntei, acho que pela décima vez.

- Não! Já disse que não! Ele que venha falar comigo.

- Meu Deus. Como você é infantil! - Eu não conseguia acreditar nessa briga.

- Eu não sou infantil. Mas se eu for falar com ele, vai parecer que eu percebi que fiz errado em não contar do teste.

- E você fez errado?

- Melissa! - Ela me olhou, cravando os olhos em mim.

- Não mais aqui quem falou. - Sorri, ironicamente.

- Vou pra minha sala. Te vejo no almoço. - A Luana saiu, se dirigindo para a sala.

Dei meia volta e fui andando pelo corredor, em direção à minha sala. Vi o Gustavo parado, conversando com algum cara. Exitei em me aproximar mas foi o que eu fiz. Joguei um olhar pro garoto que estava conversando com ele e o mesmo entendeu o recado e saiu de perto.

- Eu sei que você deve estar com raiva de mim também. Mas calma.

- Não tô com raiva de você. - O Gustavo falou.

- Ótimo. Já é alguma coisa.

Ele assentiu com o olhar, para que eu prosseguisse.

- Então. Não vai falar com a Luana?

- É isso que você vai me falar? - Ele perguntou, indignado.

- Não. Gustavo, pelo amor de Deus. Eu sei que ela não devia ter escondido mas não é muito drama? - Perguntei

- Muito drama? Eu sou o namorado dela! E ela disse que não sabia qual seria a minha reação! Porra!

- Tudo bem. Tudo bem. Mas você falou que iam se falar depois... Não foi? - Ele disse mesmo, quando brigaram.

- Foi. E daí?

- Quando vai ser isso? A Luana mal, é sério. Conversem. Ficar assim não vai adiantar nada.

- Você acha que eu bem? Desculpa Melissa, mas se for só isso eu vou pra minha sala.

- Calma! Me espera na pracinha aqui de frente, no final da aula? Quero uma carona pra almoçar. A Luana vai embora pra casa. - Falei.

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