Capítulo 15

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Chamei a Luana para ir pra minha casa, pra gente poder conversar e tentar criar uma ideia para eu ir falar com o Rafael e tentar convencê-la de me acompanhar.

Contei à ela sobre o encontro de quinta, sobre as coisas que o rapaz novo disse e as minhas ideias.

- O que você acha de ir comigo?

- Ver o Rafael? - Confirmei com a cabeça. - Você tá doida? Melissa! Eu ir ver o Rafael? Você sabe muito bem o que eu acho disso tudo. Não tente me...

- Tá legal! Tá bom. Entendi. - Falei e ela pareceu satisfeita.

Eu já estava tentando fazê-la concordar com algo fazia cerca de vinte minutos, e nada.

- Então, o que você acha que a gente pode fazer? - Perguntei, forçando a Luana a tirar os olhos da revista que ela começou a folhear.

- A gente? - Ela levantou os olhos. - A gente não vai fazer nada. Eu já te falei que não quero me envolver com essa história do Rafael... Se o Gustavo sonha com isso... Ou nem por isso... Tudo o que o Rafael fez... Eu não vou me meter nessa história, por amor a quem eu faria isso?

- Por amor à mim! Mas tudo bem. - Me conformei. - Eu não vou brigar com você. Mas você tem alguma ideia do que eu possa fazer?

- Sei lá Melissa. Leva uma comida... Um brigadeiro.

- Nossa Luana. Você ajuda tanto que nem imagina.

Ela me olhou com uma cara de quem dizia "não tenho ideias e essa foi a melhor delas".

A Luana continuou passando o olho na revista enquanto eu andei pela casa, de um lado pro outro, tentando fazer com que uma ideia qualquer viesse na minha cabeça.

Nada.

Olhei pra um porta retrato meu e da Luana. Nós duas estávamos abraçadas, no dia das bruxas que teve na escola, e nós nos vestimos de bruxa, obviamente. Devíamos ter uns 10 anos de idade.

É isso.

- Luana! - Gritei, chamando-a.

- Que foi?

- Acho que tive uma ideia.

- Qual? - A Luana perguntava com falta de interesse, mas isso não me fez abalar.

- Vou levar uma foto pro Rafael ver! - Falei, empolgada.

- Uau. Que ótima ideia. - Ela ironizava.-  Depois a ideia do meu brigadeiro que é ruim.

- Eu to falando sério.

Ela tirou os olhos da revista e me encarou.

- Uma foto? Que foto? Você acha que o Rafael vai se comover com uma foto?

- Uma foto de nós quatro. Eu tenho essa. - Peguei uma foto que ficava guardada no fundo da gaveta da sala, em meio a documentos do meu pai e algumas bagunças. Eu, Luana, Gustavo e Rafael. Abraçados, na época em que comecamos a nos entender. Tiramos a foto numa festa da Catarina e eu revelei.

A Luana sorriu quando viu a foto.

- Que saudade. - Ela falou.

- Viu...

- Não. Eu não vou... Eu não quero Mel. Sei que sempre estivemos em tudo juntas, mas desculpa... Eu não sei se...

- Luana, eu não estou te obrigando... Se você quiser ir... Quiser me ajudar. Eu não quero te prejudicar com o Gustavo ou fazer você fazer algo que não quer.

- Eu não sei tá? Não sei se eu tenho coragem de ir... Esse moleque fez tanta coisa pra mim.

Ele realmente tinha feito muita coisa com a Luana. Eu entendia que ela não gostava dele, mas guardar rancor não ia adiantar nada.

- Há quanto tempo isso, Luana... - Tentei argumentar.

- Eu sei que faz muito tempo. - Ela fez silêncio, me encarando. - Tá bom. Eu vou. Mas decide isso logo antes que eu desista.

Ela largou a revista de lado e eu, automaticamente abri um sorriso. Pelo menos eu ia ter alguém pra me acompanhar, já que eu não ia mesmo pedir o Felipe pra me ajudar.

Agora, eu precisava de planejar alguma coisa pra encontrar o Rafael. E mostrar o que ele perdia. Eu não tinha certeza se era um bom plano, muito menos se ia funcionar.

- Tá. Você vai levar a foto então? - A Luana perguntou.

- Acho que sim. Não tenho outra ideia. - E eu não tinha mesmo.

- Ótimo. Vamos amanhã mesmo.

- Amanhã? Mas é o dia com o Gustavo...

- Eu dou uma desculpa. Quero ir logo e pronto. Não vou aguentar esperar até outro dia. - Ela falou.

Por mim, perfeito. Eu estava livre mesmo, praticamente todos os dias.

Mentira.

Eu não faço nada nenhum dia.

Já estava tudo pensado. Eu e a Luana íamos pra faculdade normalmente de manhã e ela inventaria uma desculpa pro Gustavo - que ela estava surtando por ter que contar alguma mentira pra ele. Não era bem uma mentira mas tudo bem. Depois, iríamos pra minha casa, buscar a foto e ir de táxi pro tal ponto que o Rafael sempre ficava - o mesmo que eu fui da outra vez.

Tudo milimetricamente calculado e bem pensado para ser um tiro certeiro. E eu rezava para que realmente tudo desse certo. Dessa vez no mínimo, eu precisava conseguir ficar sem chorar.

Né.

E tudo corria como planejado.

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Terminei o capítulo mega de uma vez! Desculpem mas eu não podia escrever tudo num mesmo capítulo... Tem que ficar uma curiosidade pro próximo!

beijos. ❤ não se esqueçam do voto e do comentário!

Ah, o próximo capítulo já está em andamento e ATÉ sexta que vem sai.

Quase Amigos #2Onde histórias criam vida. Descubra agora