Capítulo 11

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Devido a reconciliação do Gustavo e da Luana, eu meio que fui obrigada a ceder o dia de meninas, para que os dois ficassem juntos, aproveitado aquela bela tarde de quinta.

Eu não achei tão ruim assim. Já estava na hora de voltar ao assunto do Rafael e nos últimos tempos, eu não tive tempo de ver nada disso. Era só faculdade, correria e imprevistos.

Finalmente, uma tarde livre.

Eu estava decidida, ia até a clínica, falar com o Felipe para que ele pudesse me ajudar com a coisa toda do Rafael. E eu torcia para que pudesse fazer esse grande favor.

Pareceu até coincidência. Quando eu cheguei em frente à clínica, o Felipe desceu de um carro, que provavelmente era dele, e abriu o melhor dos sorrisos.

- Achei que você tinha desistido. - Ele falou.

- Jamais! Inclusive, vim para poder falar com você. - Comuniquei.

- Opa! Pode falar então.

- Então. Lembra que você disse que podia me ajudar com aquela coisa do meu amigo?

- Lembro. Seu amigo. - Ele fez aspas com as mãos quando disso amigo.

- Sim, meu amigo! Nada mais que isso.

- Sei...

Por quê ele não acreditava em mim? O Rafael era meu amigo mesmo, ou costumava ser. Não sei. Mas já foi, um dia. Isso que importa.

- Enfim! Você pode ir procurá-lo comigo, hoje? - Fiz uma cara de piedade, como se implorasse.

- Só porque você fez essa cara de cachorro que caiu da caçamba! - Ele riu, mirando seus olhos verdes nos meus cor de mel. - Mas tenho que avisar o Rodrigo que hoje vou ficar fora do encontro.

- Meu Deus! Eu esqueci que hoje tinha encontro! Não quero te atrapalhar...

- Não tem problema. É por uma boa causa. Ele falou.

Eu sorri. Feito boba. Até que olhando assim, ele não era tão empata e tinha um charminho, vai. O cabelo, os olhos, as costas, as mãos... Melissa!

Voltei a me concentrar nele, que me indicou o carro, para que eu entrasse enquanto ele ia avisar o Rodrigo que não ia participar da reunião ou encontro, sei lá.

Não demorou muito e partimos. Em busca do Rafael. Eu não sabia o que falar no carro e o Felipe também parecia não saber qual assunto puxar.

- Quem diria. A gente se conheceu na balada e estamos aqui... Buscando seu amigo que é viciado.

Eu ri.

- Eu nunca diria que você trabalha numa clínica de reabilitação e cursa psicologia! - Falei.

- Por quê? Só porque eu sou bonito?

- Quem falou que você é bonito? - Brinquei, rindo.

- Poxa. Achei que eu era. - Ele fez uma cara de chateação, ironicamente, e eu ri.

Bonito. E sem atitude. Nem um beijinho na balada. Só eu lembro disso?

- Ali! - Apontei, para onde o Rafael estava, da última vez.

- Ali? - Felipe fez uma expressão incrédula.

Assenti.

- Mas ali... Ali é onde ficam os que usam crack, moram na rua. Melissa, esses caras perderam a vida. É um pessoal que... Ninguém nunca conseguiu. - O Felipe dizia, com uma entonação que me preocupava.

Era impossível?

- Ele vai ser o primeiro então! - Respondi, querendo descer do carro.

- Desculpa. Eu não... Não achei que ele era um desses. Achei que ele só usava maconha por achar divertido... Não quero te dar esperanças... Vai ser difícil.

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