Capítulo 21

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Retomando a história...

•••

Eu tentei esquecer aquele dia. Além do mais, eu não podia me dar ao luxo de ficar me remoendo em casa, eu tinha que ir pra faculdade. E não era novidade pra ninguém que o Rafael poderia me tratar daquele jeito, como sempre fez. 

Tentei me concentrar em pensar só na festa surpresa pra Luana. E funcionaria, já que eu tinha milhões de coisas para organizar.

A Luana ia ficar em casa hoje à tarde mais uma vez, porque pelo visto, o Pedro estava em maus lençóis com as notas da escola. E ela teria que ajudar. Missão de irmã mais velha e eu agradecia nesses momentos por não ter um irmão – nem mais novo nem mais velho.

E o Gustavo viria aqui em casa hoje para conversamos sobre a festa surpresa. Ele teria que ser bastante cuidadoso para que a Luana não o visse passar pelo andar dela e continuar a subir as escadas.

Dimdom.

Campainha.

- Oi! Entra rápido. - Falei, quando ele chegou.

- Oi! Então... A Luana vem aqui hoje?

- Eu espero que não mas é imprevisível. - Observei a cara de preocupação que ele fez. - Mas relaxa. Vai dar tudo certo. - Ele assentiu.

- Eu trouxe umas idéias no meu computador e o telefone de alguns lugares...

- Ótimo. Também pensei numas coisas.

Nos sentamos na minha escrivaninha, no meu quarto.

- Onde vai ser? Você já sabe? - Perguntei.

- Lá em casa mesmo. É o lugar mais fácil dela ir sem ficar desconfiada.

- Ok. E quem vai chamar?

- Pensei em te perguntar isso... Você conhece o pessoal da faculdade melhor do que eu... Pode ficar de fazer a lista?

- Claro.

Por fim, eu tinha ficado de fazer a lista de convidados, encomendar comida, olhar a música e arrumar a decoração.

Sim, bastante coisa. O Gustavo ficaria na função de falar com o pessoal, comprar as bebidas e enganar a Luana. Bem mais fácil mas eu não queria ter que falar com todo mundo e digamos que eu não conheço muitas bebidas e nem conseguiria enganar a Luana tão bem. Eu sempre entrego um segredo.

Foi uma tarde inteira planejando e escrevendo tudo que a gente tinha pensado pra festa sair perfeita. Sem nenhum erro e sem que a Luana perceba.

Porém...

Parece que na minha vida, tudo ocorre ao contrário e quase – mas quase mesmo – tudo, vai por água abaixo.

Eu e o Gustavo estávamos no meu quarto terminando de anotar as últimas coisas quando a Luana – sim, a própria – abre a porta da minha casa, que por um acaso, eu tinha esquecido de trancar.

- Mel! Tá aí? entrando... - Por sorte ela gritou avisando que entraria.

Meu coração parou e me passou um frio na espinha. Pensem comigo. Primeiro, o que achariam de encontrar seu namorado no quarto da sua melhor amiga, sem ninguém em casa? Totalmente sozinhos?

E segundo, para explicar o motivo de estarmos juntos no mesmo quarto, teríamos que falar sobre a festa surpresa.

Ótimo, não?

Por meio segundo, eu pulei da cadeira e quando percebi o Gustavo já estava em pé e visivelmente, mais desesperado que eu. O empurrei pra debaixo da minha cama e escondi o notebook dele na primeira gaveta que vi.

Respirei e na metade da minha respiração, a Luana já estava dentro do quarto.

- Tá tudo bem? Gritei e você não foi...

- ! - Soltei o ar - Tudo bem sim. Terminou de estudar com o Pedro?

- Terminei. Quer dizer... Mais ou menos né... Ele não aprende fácil. Pensei em sair pra tomar um sorvete. Não são nem 19:00 ainda... E como é horário de verão...

- É... - Eu não sabia o que dizer. - Por mim tudo bem... Vamos.

Se eu negasse, ela poderia desconfiar, já que mais cedo eu disse que só ficaria de bobeira em casa copiando um slide da minha última aula.

- Eu só tenho que pegar um outro short que tá na área de serviço. - Falei, já pensando em como o Gustavo sairia dali.

No caso, a área de serviço ficava perto da cozinha e não dava visão pra sala, por onde o Gustavo iria sair.

Ela foi caminhando na minha frente e eu tive exatos cinco segundos pra virar e indicar pro Gustavo que era pra ele sair.

Escutei o barulho da porta abrindo quando estávamos pegando o short na área.

Meu coração voltou a bater normalmente. Dei graças a deus pela Luana não ter falado nada sobre o Rafael e sobre ela não ter visto o Gustavo.

Meu Deus, obrigada.

Eu não teria ideia do que fazer caso alguma das duas coisas tivesse acontecido.

Fomos caminhando até a sorveteria da esquina, onde sempre costumávamos tomar sorvete.

- Seu aniversário tá ai, hein. - Puxei algum assunto, já que não estávamos conversando na hora.

- Pois é, mas tô desanimada de fazer alguma coisa...

Ufa, pensei.

Imagina se ela dissesse que queria fazer uma festa ou algo do tipo, a surpresa iria por água abaixo...

- Ah... A gente pode sair no dia só.

Ela assentiu, como se estivesse mesmo planejado algo assim.

- E o que eu te dou de presente?

- Ah Mel, você sabe que eu nunca sei responder isso! - Todo ano que eu perguntava, ela não sabia o que pedir. - Qualquer coisa. Um pijama, um perfume, um vale presente...

- Vou te dar uma coleção de livros. - Comecei a rir.

- Não é pra tanto, Melissa. - Ela se divertiu. - Mas sério, qualquer coisa. Você faz ideia do que o Gustavo pode me dar?

- Nem sombra. - Eu não tinha ideia mesmo.

- Tomara que algo especial.

- Alguma vez ele já te deu algo que não fosse especial?

- Verdade. - Ela riu.

Me lembrei do presente naquele momento. Eu ainda teria que olhar mais isso.

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Pronto!!! Demorei um pouco mais do esperado mas me perdoem... Estive esboçando outras histórias... Enfim!

Me contem o que estão achando e deixem seu voto. Ideias pra festa? (contem!)

Ah, marcando o primeiro dia de 2017 já com capítulo novo – quem sabe não seja para que tenhamos muitos capítulos esse ano, hein?!

Beijos. ❤ Feliz 2017! 🙌😊

Quase Amigos #2Onde histórias criam vida. Descubra agora