por favor nao se assustem! Eu apenas gosto de por "ação" nas minhas histórias :)
Acordei cheia de dores de cabeça. Meu deus, aqueles gritos histéricos não saiam da minha cabeça. Levantei-me, tomei banho e vesti-me. Deixei o meu longo cabelo molhado solto. Desci as escadas e só vi a minha tia.
Tia- bom dia meu amor. Anda, vem comer, o pequeno-almoço está quase pronto.
Eu adorava a minha tia. Ela foi a única que me acolheu quando ninguém queria ficar comigo. Foi depois da morte do meu pai.
#flashback on#
Que frio! Como é possível estar tanto frio no mês de Maio? Ia caminhando pelas ruas de Berlim, cheias de pessoas, muito agasalhadas e encolhidas devido ao frio. Vinha da escola e dirigi-me para casa. Quando cheguei abri a porta.
Eu- Guten tag!
Estava toda a minha família paterna na sala
Eu- Guten tag.
Ninguém me respondeu. Vi Hanna, a minha prima mais velha, com os olhos cheios de lagrimas e muito vermelhos.
Hanna- Mein mädchen (menina), minha linda mädchen.
Eu- o que se passa? Porque estas a chorar? O que se passa?
Olho para o meu avô. Ele nunca gostou de mim e sempre me disse isso. Estava também ele a chorar, mas limpou as lagrimas e levantou-se da sua poltrona.
Avô- senta-te- disse-me com um olhar frio. O olhar com que sempre me olhou. O olhar frio.
Avô- recebemos uma carta do quartel onde o teu pai está (o meu pai era militar). Houve um ataque terrorista, caíram bombas no quartel e…
Começou a chorar. Estava em choque.
Hanna- o teu pai morreu.
Lagrimas caíram do meu rosto. Tremia, o meu coração começou a bater forte e depressa.
Eu- NÃO NÃO NÃO!
Comecei aos berros pela sala. O meu mundo desabou, agora estou sozinha. O meu avô olhou para mim outra vez com aquele olhar frio, olhar de odio. Ele nunca gostou de mim, porque a minha mãe era judia e eu não era propriamente a típica alemã, apesar do meu pai o ser.
Avô- tens uma semana para falares com alguém da família da tua mãe. Não te quero aqui em minha casa. Nunca mais quero pensar que existes. Sai!
Todos ficaram em choque com as suas palavras. Ninguém disse nada, nem Hanna que sempre me defendeu.
Eu- seu porco nazi. Odeio com todas as minhas forças.
Fui a correr para o meu quarto, peguei nos meus bens e sai daquela casa, que nunca foi minha.
Hanna- onde vais? Volta, vamos resolver isto.
Eu- eu vou para bem longe de vocês! Odeio-vos.
Hanna- Mary!
Apanhei o táxi e fui para o centro da cidade. Sentei-me num banco e chorei até não conseguir mais. O meu avô materno morto e agora o meu pai. As duas pessoas mais importantes da minha vida, mortas. E a família do meu pai não gosta de mim. O que vai ser de mim? Quem me vai querer? Lembrei-me de uma carta, de uma prima do meu avô materno, que vivia em Portugal. Fui a minha mala e tirei uma caixa, onde guardava as cartas do meu avô e de meu pai. Procurei um envelope rosa e procurei um contacto. Vi um número e fui ate a cabine telefónica. Ganhei coragem e liguei.
xxx- estou?