o meu anjo morreu... a minha vida acabou.

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   A minha vida não estava a andar bem, outra vez. Mas a esperança é sempre a ultima a morrer. Conheci o meu verdadeiro anjo, sim ele era o meu anjo, a pessoa que mais me fez sentir, perfeita.

   Tudo aconteceu quando eu estava no restaurante. Ia arrumar as taças de mousse de chocolate no balção, quando tropecei num banco e cai. As taças caíram e o mousse estava tudo espalhado.

Eu- porra!

   Cortei-me num dos vidros das taças. Escorria muito sangue da minha mão.

Xxx- estás bem?

   Disse uma voz masculina. Era forte e fez-me arrepiar. Olhei para essa pessoa. Era um rapaz, de rastas castanhas claras, olhos cor de amêndoa e um sorriso lindo.

Eu- sim, estou bem…

Xxx- deixa-me ajudar-te.

   Agarrou em mim e levou-me a casa de banho. A minha mão não parava de sangrar. Ele abriu a torneira e colocou a minha mão debaixo da água. Depois retirou do seu bolso um lenço de pano. Olhou para mim e sorriu. Tirou a minha mão da água e pôs o pano em volta da mesma, tapando a ferida.

Xxx- por agora chega, mas é melhor ires ao médico, para ele ver se não ficas te com algum vidro na ferida.

Eu- obrigada,…

Xxx- Tom, o meu nome é Tom.

Eu- Mary. Obrigada mais uma vez.

   Quando saímos já as minhas colegas tinham limpo a porcaria que eu fiz e o meu patrão veio ver se eu estava bem. Pedi-lhe imensas desculpas, mas ele disse que estes acidentes acontecem, que não havia problema nenhum. O Tom saiu. No dia seguinte, ele veio ao restaurante outra vez.

Tom- oi linda.

   Disse-me com um sorriso lindo.

Eu- olá. Toma o teu lenço. E mais uma vez, obrigada.

   Ele pegou no lenço.

Tom- foste ao médico? O que ele te disse?

Eu- foi só uma ferida sem importância. Apenas me colocou esta liga mas logo a noite já a posso tirar.  

Tom- ainda bem… queres sair comigo logo a noite? Não para nenhuma discoteca, dar uma volta por um jardim fixe que conheço. Aceitas?

   Não sabia o que responder. Mas ele ajudou-me ontem, por isso aceitei.

Tom- boa. Sais a que horas?

Eu- às 20h.

Tom- então até já.

   Foi uma das melhores noites da minha vida. Conhecemo-nos muito bem, ele era uma pessoa alegre e divertida. Descobri que era musico e tocava guitarra elétrica, tal como o meu pai. A partir de essa noite, nunca mais nos separamos. Ficamos namorados. Foi com ele que eu dei o meu primeiro beijo. Foi um momento lindo. Ele era lindo. Eu gostava mesmo muito dele. Ele fez-me esquecer os meus problemas e seguir com a minha vida. Ele era carinhoso comigo, protegia-me e era verdadeiro. Ele fazia-me sentir perfeita… ele era tudo para mim. O que eu mais gostava era quando ele tocava para mim, adorava esse momento.

   Mas parece que tudo o que de bom eu tenho acaba sempre por morrer. Numa noite, eu estava a espera dele porque íamos jantar fora quando recebo um telefonema do hospital a dizer que ele tinha morrido num acidente de moto. Chorei muito a sua perda. Ele era o meu anjo. Ele era tudo para mim. E para piorar as coisas mais ainda, a Amy abortou e a minha tia está cada vez pior… só tenho uma coisa a fazer… acabar com este sofrimento todo.

   Peguei numa faca e fui até a praia. Subi uma colina e cortei os pulsos. Quando ia para me lançar, alguém atras de mim gritou o meu nome, mas já era tarde de mais… 

Uma Perfeita ImperfeiçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora