A carta...tu outra vez?

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Amy- a família do teu pai sabe que estás connosco.

   Lagrimas corriam no meu rosto. Não pode ser! Há 7 anos que eu não sabia deles, nem eles de mim. Eu odeio-os muito, muito, muito. Comecei a andar pelo quarto com as mãos na cabeça.

Eu- não! Eu não quero saber deles, não quero! Eu odeio-os, Amy, odeio-os! Como é que eles me descobriram?

Amy- fomos nos que os contactamos…

   O meu coração parou quando ela disse aquilo. Como é que puderam fazer isto comigo? Porque?

Amy- desculpa, mas eles são a tua família…

Eu- tu e a tia são a minha única família. Mas parece que nem esta família respeita a minha decisão de não querer nada com eles!

  Tentei acalmar-me. Vi que Amy estava com medo no seu rosto. Quando me enervo pareço outra pessoa, uma pessoa violenta, capaz de fazer coisas más. Estame nos genes. Foi isto que eu herdei do meu avô paterno, a sua violência. Sentei-me ao lado de Amy na cama, que estava nervosa.

Eu- porque é que fizeste isso? Eu estava tao bem com vocês. Já não gostam de mim? Estou a ser um estrovo?

Amy: não, não digas isso. Nós amamos-te. Eu amo-te, best. Mas a verdade é que eu mais a minha mãe pensamos em que o melhor para ti era fazeres as pazes com o teu avô. E o teu pai, deixou-te um testamento, herdas-te tudo dele. És rica Mary.

  Fiquei em choque. A família do meu pai era muito rica. O meu pai apesar de ser militar era músico. Usava o dinheiro dos concertos para ajudar instituições pobres. Bom homem. Amy tirou uma carta da sua mesa-de-cabeceira e deu-ma.

Amy- é do teu pai. Escreveu-ta antes de morrer.

   Peguei na carta. Estava bem grande, devia de ter muitas páginas.

Eu- eu vou sair um bocado, ok? Não sei a que horas venho…

  Peguei na minha mala e sai do quarto dela.

Amy- Mary? Não faças nada de mal, por favor.

   Sai de casa e fui ter ao parque local. Sentei-me num banco, bem afastado das pessoas. Respirei fundo, abri a carta. Mal vi a letra do meu pai comecei a chorar. Começou assim:

   Minha querida filha,

Não sei se virei o teu lindo rosto outra vez, pois estou muito mal. Quase não tenho forças para te escrever, mas para ti meu amor, farei todas as minhas forças para escrever.

Eu amo-te minha filha. És a pessoa mais importante da minha vida. Depois da morte da tua mãe, eu não sabia o que fazer contigo, eras tão linda, tao frágil. Dependias de todo o meu tempo, esse tempo que eu não te conseguia dar. Como me arrependo. O meu pai não quis ficar contigo devido a tua herança genética, mas amava-te muito para te deixar com ele. O teu avô, pai da tua mae, foi o único que aceito ficar contigo. Muito bom homem. Sei que passas te muitas dificuldades eu sempre o soube. O meu pai nunca me deixou ajudar-te. Como eu era fraco, estupido. Chorei muitas noites a pensar em ti, como estavas, se já sabias falar, andar, se já comias sozinha… todos esses lindos momentos que eu perdi. Depois de começar as minhas funções de militar, deixe de ser controlado pelo meu pai e decidi ter-te comigo, sermos uma família. Tu e eu, pai e filha. A partilhar mos sorrisos, brincadeiras, memórias. Quando te vi pela primeira vez, lembrei-me da minha mãe. És igualzinha a tua avó, os mesmos olhos, os mesmo cabelos o mesmo sorriso… és o retrato fiel dela. Mesmo no teu interior. Com o meu trabalho sei que nunca tivemos muito tempo juntos, mas os poucos momentos, guardei-os no meu coração. Tenho medo se me acontecer alguma coisa e te deixar sozinha. O que vai ser de ti? Oh meu amor, o meu amor por ti é mais forte do que tudo. Eu amo-te muito. Espero que cresças bem, nunca deixes de ser quem és, não mudes por ninguém. Sê sempre tu mesma. És a mulher mais bonita que eu já vi. Tu és genuína. És perfeita. Sempre que tiveres saudades minhas, olha para o céu e ve a estrala que brilha mais e saberás que sou eu mais a tua mãe a brilhar só para ti. Amo te Mary.

   Comecei a chorar.

Eu- Amo-te pai.

   Disse apertando a carta contra mim. No envelope ainda tinha uma foto minha e do meu pai e uma outra carta com os bens que herdei dele. Não liguei a essa carta. Guardei o envelope outra vez e tentei acalmar-me, mas foi em vão. Estava a chorar, quando alguém me tocou no braço.

Xxx- esta tudo bem?

  Olhei para cima e vi….

Uma Perfeita ImperfeiçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora