Vi a minha tia e a Amy. Mas não só elas, o meu avô ainda lá estava. Mal me viram entrar, vieram ao meu encontro.
Eu- por favor, vamos conversar com calma. Vamos para a sala.
A assim fizeram. Sentaram-se no sofá enquanto que eu fiquei de pé em frente de eles.
Eu- eu estive a pensar muito antes de tomar esta decisão. Eu não vou para a Alemanha consigo, nem hoje nem nunca. Mas também não vou ficar mais com vocês…
Eles ouviam atentamente tudo o que eu dizia. Ate o meu avô falar.
Avô- compreendo-te. Mas se precisares de alguma coisa, a porta de minha casa estará sempre aberta para ti.
Não disse nada. Mas sei que é mentira.
Tia- e se não vais ficar connosco, para onde vais?
Eu- já que agora tenho dinheiro e vou fazer 18 anos, quero começar a minha vida independente. Vou procurar casa e trabalho e viver sem ser a vossas custas, já está na altura. Quero começar uma vida nova, talvez com mais felicidade, porque foi algo que ate agora eu nunca soube o que era.
Ninguém disse nada. A minha tia chorava apenas. Cortava-me o coração vê-la chorar devido as minhas palavras frias e cruéis, mas eu tinha que dizer. Não queria ser um estorvo para mais ninguém. Elas foram as únicas que me apoiaram e me amaram de verdade, estava a altura de as deixar viver mais como mãe e filha, só elas, sem mais se terem de preocupar comigo. Eu amo-as muito.
Avô- e a casa que o teu pai te deixou na Alemanha? O que vais fazer com ela?
Eu- você quer ficar com ela?
Avô- não… ela é tua não minha.Eu- eu não vou para a Alemanha nunca, por isso, vou vende-la.
Ele não disse nada. Ficou triste com as minhas palavras. Mas continuo a não acreditar nele.
Eu- irei apenas tratar dos meus bens e da casa e depois nunca mais lá vou. E por favor, não tente contactar-me. Vamos fazer como me disse quando me expulsou de sua casa, fingir que eu não existo.
O meu avô deixou cair uma lágrima.
Avô- assim o queres assim o vais ter. Mas acredita, eu estou realmente arrependido. Eu adoro-te Mary e isso, eu não posso fingir.
Saiu de casa.
Tia- vais deixa-lo ir?
Eu- sim, vou…
Tia- Mary…
Eu- tia, eu não a quero abandonar, apenas quero começar uma vida sozinha, porque acho que tu já fizeste muito por mim estes anos todos… quero te dar liberdade e a Amy de viverem apenas as duas, sem mim a estorvar… quero que vocês sejam livres de mim…
Amy- não, por favor, não digas isso. Tu és como minha irmã, não és um estrovo para nós… não te vás embora, fica connosco.
Disse Amy abraçando-me. Corta-me o coração vê-las assim, mas tem de ser. Já está na altura.
Eu- eu amo-vos muito.
Nessa noite, Amy veio dormir comigo. Eu amo-a como minha irmã. Ela é o meu anjo da guarda. Lembrei-me que prometi ao Niall que lhe ligava e assim o fiz.
#chamada on#
Niall- sim?
Eu- Niall, é a Mary.
Niall- aaaah afinal ligas-te. Então como estás?
Eu- bem, aconteceu…
E contei-lhe tudo o que se passou hoje. E não foi só isto, contei-lhe mais coisas, pois ficamos muito amigos, melhores amigos.
Já tinha passado dois anos depois de isto acontecer. Resolvi as coisas na Alemanha, fiquei a saber que o dinheiro que herdei não era assim tao pouco e vendi a casa a uma jovem casal que se tinha acabado de casar. Nunca mais vi o meu avô, nem ele a mim. Agora tenho casa própria, uma casa linda, grande com jardim e piscina. Comprei um pastor alemão e chamei-o Lucky, para ver se me dava sorte. Arranjei um trabalho, apesar de ser muito rica, num restaurante a fazer sobremesas e refeições. Estava a amar a minha nova vida. A Amy mais a minha tia, continuavam bem e por vezes ficávamos em minha casa a fazer serões e a divertir. A Amy muitas das vezes dormia lá em casa, comigo, apesar de ter quarto vago.
A minha felicidade chegou finalmente.