Ninth day.

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[Louis POV]

     Meu celular toca as duas da manhã. Confiro quem é, e está sinalizando que é minha irmã, Lottie. Desligo a chamada e volto a dormir. Se fosse Niall eu saberia que está acontecendo alguma coisa com Harry, mas é minha irmã, e ela deve estar bêbada em algum lugar.
    
     Meu celular começa a tocar de novo, sinalizando novamente Lottie do outro lado da linha.

- Lottie, são duas da manhã, o que você quer? Tem que ser uma coisa muito importante para você ter me acordado essa hora.
- L- Lou- Louis - fala ela, soluçando.
- Lottie? O que está acontecendo? - falo, com meu coração na mão.
- A-assaltaram nossa casa, e-e - ela interrompe o que está falando e dá um grito misturado a soluços - Lo-Louis! Nosso pai.... No-nosso papai...
- Lottie, continua - falo, e meu coração já está saindo pela boca, não consigo mais respirar e estou entrando em desespero.
- Nosso pai morreu Louis.

O quê? Como assim? Eu falei com ele ontem, e ele estava bem! Disse que estava louco para me ver e contar as boas novas. Não. Não. Não.

- Que? Não, não pode ser! Você tem certeza? Conferiu o pulso dele?
- Louis, nós estamos no hospital, em uma sala de cirurgia. No lugar onde ele morreu, na frente dele, morto.
- Não. - Esse é o único som que sai da minha boca. Eu não consigo falar mais nada.

Eu começo a chorar. Não, meu pai não pode ter morrido. Eu nem mesmo me despedi dele, eu nem mesmo disse um "eu te amo". Qual foi a última coisa que eu disse para ele? Talvez um "até logo pai" ou talvez um simples "tchau".
- Lottie, passe para a mãe, ela está aí? - ela não responde, e só ouço seus soluços. - Lottie?
- Ela está no quarto, levou um tiro no braço, mas está bem.
- A polícia conseguiu pegar o bandido? - tento manter a calma. Sou o irmão mais velho, e talvez se eu manter a calma, possa fazer ela manter a calma.
- S-sim.
- Ok! Lottie está escutando?
- S-sim.
- Quem está... - seguro o choro - quem está com você?
- Fizzy e Toby. As gêmeas estão com a mamãe e os gêmeos ficaram na creche do hospital.
- Bota no viva voz. Agora.
- O-ok. - ela meche no celular, e logo retorna a falar - Deu.
- Fizzy? - pergunto.
- Isso não pode estar acontecendo Louis! - responde Fizzy.
- Me escutem: Vai ficar tudo bem. Agora vai ser a pior parte, óbvio, ele é nosso pai. Mas eu vou estar com vocês, durante todos os segundos de todos os dias, eu vou estar do lado de vocês! Vou arrumar minhas malas agora e vou me encontrar com vocês. O papai gosta quando... - tento respirar, mas não dá certo. O choro começa a vir, e não consigo o controlar - Quando estamos juntos. Uma vez ele me contou que quando nós estamos juntos ele se sente... sentia forte, sentia que tudo pelo que ele lutava, estava dando resultado. Então eu vou ir para aí, e vou ficar do lado do vocês. Ok? Vai dar tudo certo, tudo vai ficar bem.
- Ok - respondem os três em uníssono.
- Agora vou arrumar minha mala para poder ir para o aeroporto. Beijos.
- B-beijos.

     Desligo o telefone e as lágrimas começam a rolar. Primeiro caem calmamente. Depois começam a cair mais rápidas, e quando percebo, estão caindo desesperadamente.

     Quando digo que não consigo pensar, é porque eu literalmente não estou conseguindo pensar. Estou confuso, e não sei se estou sonhando, ou se isso é realidade. A única coisa de que tenho certeza é a tristeza. Todas as memórias alegres que tenho com ele se agarram a mim, e é tão forte que não consigo respirar, como se o ar se negasse a entrar em meu peito, para que talvez a dor que eu esteja sentindo aumentasse, até virar uma dor insuportável. O vazio que sinto no peito é inexplicável, é como se tivessem arrancado uma parte de quem eu sou. Acho que é porque tudo o que sou hoje, é graças ao meu pai. Ele estava sempre ao meu lado, me apoiando em tudo.

    Como vai ser a minha vida sem meu pai? Sem telefonemas quatro dias por semana para falar sobre futebol, ou sobre como ser preguiçoso é bom. Tento imaginar uma vida em que eu não tenho o meu pai, uma vida em que meu pai não está presente, me fazendo sorrir quando eu preciso, e eu odeio essa vida. Essa vida não pode ser minha agora. Eu sempre pensei que passaria por isso muito mais tarde, nunca nem mesmo me preocupei com essa situação. E agora aqui estou eu, e ele deve estar em algum lugar por aí, lá em cima, ou do meu lado, eu não sei.

Thirty Days » Larry Stylinson [EM CORREÇÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora