Second day.

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[Louis POV]

Depois que eu tenho a certeza de que Harry está dormindo, e sem nenhuma crise, vou para minha cama e tento dormir mas não consigo. Logo depois que o Harry tem essas crises, costuma ter outra novamente, ou fica em estado de choque durante algumas horas. Hoje foi diferente. Ele ficou lúcido e calmo logo depois, conseguiu até falar e me reconheceu.

Tentei ficar calmo e me convencer de que era o remédio que ele vem tomando a anos finalmente agindo, mas não consegui. De meia hora em meia hora, eu ia ver se ele estava bem. Ele dormia feito um anjo. A boca entre-aberta e o nariz meio avermelhado me fizeram lembrar dos tempos em que nós íamos para o campus logo após o almoço, ficávamos brincando um com o outro, e depois nos deitávamos em lençóis para olhar para o céu, Harold sempre acabava dormindo e eu ficava o observando.

São seis e quinze da manhã quando escuto uma movimentação na sala, levanto e calço minhas pantufas e vou caminhando em direção a porta, preciso ver o Harry, garantir que depois de ontem ele está inteiro. Ontem foi sem dúvidas a pior crise que ele teve, eu sei disso porque já estive presente em todas que ele teve. Só de pensar que na próxima - isso se ela acontecer - eu não vou estar aqui, me dá uma dor no peito. Mas eu preciso libertar o Harry, essas brigas vem se arrastando a muito tempo, e eu estou o privando de ser feliz.

Quando alcanço a massaneta da porta, o escuto cantando. Harry nunca canta, só em ocasiões onde está muito feliz ou quando está pensando em algo importante. Então eu fecho a porta novamente e me encosto na mesma. Sento no chão e fico escutando, mesmo que com dificuldade, pois ele não canta muito alto e a distância entre a cozinha e a suíte é grande. Sua voz é graciosa, ele sempre teima e diz que não é uma boa voz, mas é a mais doce que eu já ouvi.

[Harry POV]

Acordo disposto a esquecer tudo o que aconteceu na noite passada. Fazem literalmente duas semanas que eu não durmo, e ontem, não sei se foi pelo choro ou pelo cansaço da semana inteira, eu dormi como um bebê.

O plano era eu reconquistar o Louis com lembranças do passado e coisas que passamos atualmente, não tendo uma crise traumática e chorando igual um idiota em seu colo. Eu comecei com o pé esquerdo, então agora tenho que compensar e fazer tudo certinho. Hoje vai ser um dia bom, sem brigas, sem atrasos e sem choros.

Acordo as seis e quinze da manhã para preparar um café para nós dois, mas aí me lembro que o Louis só come cereal com leite no café da manhã, então arrumo a mesa e me jogo no sofá. Uma música começa a tamborilar em minha cabeça e sem que eu perceba começo a cantar, não muito alto para não acordar o Lou.

"I have loved you since we were 18
Long before we both thought the same thing
To be loved, to be in love"

Então eu decido tirar uma foto do Louis. Sempre adorei ver ele dormindo, e talvez, se o meu plano não der certo, eu possa ver ele dormindo pelas fotos que tiro. Eu tenho ao todo, cem fotos dele dormindo, seja no campus - onde era nosso lugar favorito de ir depois do almoço enquanto estávamos na faculdade - seja no sofá da nossa casa, em nossa cama ou até mesmo no chão.

Me levanto para pegar a minha câmera e ando em direção da suíte, ainda cantando.

"All I can do is say that these arms Were made for holding you
I wanna love like you made me feel when we were 18"

Quando abro a porta, bato em alguma coisa pesada e essa coisa geme. Ai meu Deus, eu bati no Louis. Entro rápido no quarto e fecho a porta.

Procuro por ele e quando olho para o lado, ele está se apoiando em nossa cômoda e tentando levantar. Será que ele estava encostado na porta? Eu espero que não, porque se ele estava, ele deu uma bela de uma voada. Corro ao seu encontro e começo a procurar hematomas.

- Harry - Ele fala, mas eu ignoro, continuo procurando algum sinal de machucado. Merda. Era para ser um dia legal. - Harry, eu to bem, não se preocupa - Insiste ele, mas eu ignoro novamente. Então ele pega minhas mãos e as segura - Olha para mim - ele pega meu queixo e levanta minha cabeça - Eu to bem, foi uma pancada, mas eu to legal, eu não vou morrer! - E dá um daqueles sorrisos maravilhosos. É, parece que hoje acordamos de bom humor.
- Tem certeza? Eu vim... hã... buscar uma blusa que eu esqueci aqui, e não me toquei que você poderia estar encostado na porta, desculpa!
- Não tinha como você prever que eu ia estar encostado na porta, tudo bem. - Então ele olha para mim, e depois foca em algo atrás de mim, na altura dos meus ombros - É.... - Então ele foca em mim em cima dele. Merda. Em um pulo saio de cima dele.
- Desculpa - Não consigo olhar para os olhos dele, então de repente acho a nossa cômoda o objeto mais bonito desse mundo, e decido ver seus detalhes - Eu arrumei a mesa para o café, você quer comer, ou...
- Claro.

Caminho em direção a cozinha com o Louis logo atrás de mim. Estranho. A alguns meses atrás estaríamos de mãos dadas, rindo e conversando normalmente. Deixo isso de lado. Pelo que parece, o Louis também acordou de bom humor, ou pode ser pena pelo que aconteceu ontem. É muito mais possível que seja pena, mas decido fingir que ele ainda gosta de mim e que não estamos nos divorciando, até porque tenho vinte e nove dias para o convencer de não assinar aquela merda.

Sentamos na mesa. Eu na cadeira da ponta, e ele do outro lado, na minha frente. Estamos em uma distância consideravelmente grande, não sei se isso é bom ou não, porque se tudo der errado, eu e ele vamos estar longe demais para achar um motivo idiota para sair gritando um com o outro.

O silêncio entre nós é constrangedor. Meu Deus como isso foi acontecer? Eu tenho tanta coisa para falar, tanta novidade para contar, mas as coisas simplesmente não saem.

- Bom, como você dormiu? - Eu peço enquanto ele pega a embalagem doa cereais.
- Eu não dormi - responde ele, agora mexendo em seu prato com uma colher. - Como você dormiu? - Pergunta ele.
- Bem, foi a primeira vez desde a semana retrasada, então eu aproveitei bem - Por que eu estou contando isso para ele? - Então, como vão os treinos? - Pergunto e tento sorrir, falho descaradamente.
- O que você tá tentando fazer?
- Nada. Eu só preparei a mesa do café, e estou bem humorado.
- Harry, você nunca arruma a mesa do café, ao menos desde quando tudo começou. O que está acontecendo? É por causa de ontem? A gente já passou por isso muitas vezes e voc... - eu interrompo.
- Não é por causa disso. Eu sei que não preciso sentir vergonha, e eu não sinto, eu só acordei feliz e quis preparar um café da manhã para o meu marido, ok? - Respondo eu.
- Ok então... É que é a primeira conversa civilizada que nós temos desde... bom... alguns meses para trás - Ele me olha, triste.
- Eu sei - Olho para o relógio e já são sete e quinze - Droga. Tenho que estar no estúdio em quinze minutos. Que horas é seu treino?
- Merda! É daqui quinze também.

Corremos para os quartos e nos arrumamos, saímos correndo e graças a Deus conseguimos chegar a tempo nos trabalhos.

Hoje tivemos a nossa primeira conversa civilizada em meses, e eu estou muito feliz. Alguma coisa eu consegui com esse café, e eu tenho quase certeza que ele estava escorado na porta para me ouvir cantar.

Não consigo me concentrar no trabalho, e quando chego em casa Louis ainda não chegou. Então eu deito na cama da nossa suíte, e sem perceber acabo caindo no sono.












-x-

Ta aqui a att gente!! Tinha mtt gente pedindo, e o meu plano era demorar, pq sou maldosa, mas até eu fiquei ansiosa skdjksjaja.
Espero que gostem desse capítulo, e só digo uma coisa: vai vir sofrimento por aí. Acabei de programar toda a fanfic e tem muitos capítulos para vir ainda!!!
Bjoooos

Thirty Days » Larry Stylinson [EM CORREÇÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora