Seis

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Mau acordo e já estou morrendo de fome. Levanto-me da cama meio tonta. Estou com a mesma roupa de ontem. Vou direto para o banheiro, tomo um banho quente e escovo os meus dentes. Visto-me com um vestido simples de alça e prendo meu cabelo, porque hoje não está fazendo tanto frio.

Saio do banheiro, olho para meu quarto bagunçado e percebo que hoje Maria não foi deixar meu café da manhã.

- Pelo visto eu vou ter que ir até a cozinha, preciso saber o que está acontecendo. Todos os dias Maria vêm deixar meu café na cama e ainda ajuda a me vestir - afirmo um pouco preocupada.

Mal abro a porta e vejo uma carta branca no chão. Fico muito surpresa e abro imediatamente.

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Estou esperando você nesse exato momento no jardim que tem um lago...

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Mal termino de ler e saio correndo toda empolgada. Os empregados me chamam, todos eles estão com cara de melancólicos, mas não ligo muito. Agora tudo o que eu quero ver é o Kevin dizendo que se cansou de mim.

Eu chego ao jardim. É tão bonito! Tem um lago como a carta dizia. Os peixes estão saltando lindamente como se estivesse dançando. Eu olho em volta do jardim que tem uma grama muito verde, há plantas bem podadas por tudo quanto é lado. Corro mais para frente e vejo uma mesa de vidro com quatro cadeiras.

- Deve ser o Kevin, talvez, muito furioso comigo, estou esperando ele me mandar embora. - Digo toda sorridente.

Quatro pessoas vão direto para a mesa e nesse momento eu paro. O Kevin afasta a cadeira para a Susie e ainda a beija, outro casal senta nas duas últimas cadeiras que sobraram. Eu não sei como reagir a tal momento tão frustrante.

Uma mulher me ver sem reação ela fala alguma coisa para a Susie. Sinto-me completamente infligida. Susie me chama.

- Olá querida, como você está? - Mal chego perto dela e do Kevin, mas já sinto um frio de arrepiar.

- Estou bem - minto, porque desde que acordei minha barriga roncava de fome. Ela pede para um empregado do lado pegar uma cadeira para mim.

- Não precisa senhora Levich - digo quase não tendo força para falar.

- Precisa sim - insiste ela.

- E hoje você vai tomar café conosco, pode se sentar mocinha! - Diz um velho insistindo como a Susie para que eu ficasse.

E sento na cadeira que o empregado acabou de trazer. Na mesa a uma diversificação de comidas. Pego uma salada de frutas dentro de uma taça, que delicia!

Desde que cheguei aqui o Kevin nem se quer me deu uma palavra e muito menos olhou pra mim. Eles conversam sobre negócios muito importantes e acabo de descobrir que o Kevin tem uma empresa de carros mais caros do mundo com o seu mesmo sobrenome, Walker.

- Kevin parabéns a sua empresa está indo muito bem - diz o mesmo velho que insistia para que eu ficasse, ele se chama Charlie.

- Obrigado, Charlie eu sei que sem você e principalmente sem meu pai eu não estaria hoje onde estou.

- Que nada, Kevin você tem um talento nato.

- Eu só tento fazer meu melhor - afirma Kevin.

- Ele já faz isso há muitos anos, é um ato peculiar dele. - Eu não entendi o que a Susie disse e creio que ninguém entendeu. Todos dão um sorriso torto.

- O segredo é sempre dá o seu melhor - concorda Angel a mulher de Charlie.

- Vamos fazer um brinde! - Susie levanta sua taça com um tipo de bebida.

Eu pego uma bebida também e levanto minha taça para comemorar.

- Você não Nath, acho que você não sabe um décimo do que estamos falando. - Replicou Susie.

- Pois você está muito enganada Levich - falo muito confiante e levanto a minha taça.

- Meu filho Éden está indo muito bem na minha empresa - Diz Charlie.

- Meus parabéns Charlie - Susie fala muito contente.

- Éden diz que está cansado de ficar sozinho, amor acho que nosso filho quer uma companheira. - Diz Angel colocando outro assunto no meio da conversa.

Todos se calam por um tempo...

- Quantos anos você tem menina? - Pergunta Charlie.

- Eu tenho dezesseis - minto outra vez, nesses últimos dias eu estou mentindo mais de que meu tio que vivia bêbado.

- Você é muito bonita! Quando eu posso te levar para conhecer o Éden?

- Mais já! - Resmungo.

- O que você disse Nath? - Pergunta Susie.

- Eu disse que o Charlie pode me pegar domingo de manhã.

Kevin olha para mim enfurecido. - Ela tem outro compromisso para domingo.

- E qual é esse compromisso que não sei? - Pergunto querendo ele mais irritado.

- Nath, não acredito que você se esqueceu. Nós vamos visitar sua avó. - Eu começo a sorrir muito.

- Pois, vamos combinar algum dia que você não tenha compromisso? - Pergunta Angel.

- Acho que no domingo da outra semana. - Kevin olha para mim outra vez como se estivesse fazendo uma expressão de ciúmes, mas não diz nada.

- Então, está combinado - diz Charlie. O casal se despede, Susie também não fica muito tempo e vai embora.

Eu fico sozinha com o Kevin. Ele me flagra olhando. Sinto meu rosto arder e fito a grama verde. Ele está bravo.

O  IMPLACÁVEL DESCONHECIDOOnde histórias criam vida. Descubra agora