Doze

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Hoje é um dia bonito, tudo está tranquilo, estou na janela sentindo um pouco o aroma das flores do pequeno jardim do lado do prédio. Já faz quatro dias e nem sei alguma notícia sobre o Kevin. Vivo dentro desse quarto, gosto de ficar sozinha e só abro a porta quando alguma empregada vem deixar comida. Em todos esses dias Susie sempre traz roupas novas para mim, ela está sendo muito prestativa comigo. Com certeza seria muito melhor para mim parar de pensar na minha família e principalmente na Maria. Meus pensamentos sempre são levados a investigar os fatos, porém minha coragem é pouca e desisto depois de alguns minutos.

A campainha toca.

Será que o Kevin veio atrás de mim? Deixo a curiosidade agir por si própria. E imediatamente abro a porta para espiar.

- Angel, quanto tempo querida? - Susie começa.

Esse nome me é familiar. Uns flashs na minha cabeça passam... o dia do encontro, o café no jardim do Kevin . Angel mulher do Charlie? Não pode ser, será que ela veio me levar?

- Eu sinto muito que o aconteceu. O Kevin deve está muito abalado. - Escuto sua respiração pesar.

- Ele está se sentindo muito triste.

- E a menina Nath como está se sentindo?

- Ela está pior de que o Kevin, passa a noite chorando. Ah ela está aqui, mas não sai daquele quarto de jeito nenhum. Se pelo menos você a fizesse sair de lá eu iria agradecer muito.

- Mas foi para isso que eu vim aqui, faz um tempinho que combinei com ela de leva-la para minha casa. - Sua voz tem um tom entusiasmado.

Vou direto de novo para meu quarto assustada. Meu Deus ela vai me levar, para me apresentar para aquele homem. Minha respiração fica ofegante. Eu devo me esconder dentro do banheiro ou devo me esconder debaixo da cama? Escuto umas as batidas na porta. Saio correndo por todo o quarto com o lençol na mão. A fechadura abre e vejo as duas olhando para mim com os olhos arregalados. Paro e olho para mim mesma fico sem reação na hora, porque eu só estou de sutian com um short. Droga, como eu pude me esquecer de está desse jeito?

- Eu já ia atender... eu sinto muito está...

- Não, não se preocupe - Ela olha para as unhas possivelmente tentando não olhar para mim.

- Somos todas mulheres Nath. - Diz Susie - Nath, a Angel veio te levar para da um passeio. Com certeza vai ser bom para você, quer dizer se você aceitasse.

- Eu não quero ir - Abaixo minha cabeça.

- Ah vamos, por favor. Eu não aceito um não.

- Ok - Pigarreio. Sou vencida pelo convencimento.

Não sou de dizer não para as pessoas. Às vezes a gente tem que fazer uma coisa mesmo não querendo por conta própria se não quem vai fazer por nós? Se for para nosso bem.

- Ótimo te espero na sala.

- Nathália eu sei que não está sendo fácil para você. Tudo o que aconteceu foi muito inesperado. Você é uma pessoa jovem e passar por isso não é nada fácil principalmente na adolescência. Aproveite a vida por mais dura que ela seja, porque você vai perder todo o seu tempo e tempo é uma coisa valiosa.

- Esqueça por hoje tudo o que aconteceu só hoje e vá em frente você merece! - Susie levanta meu queixo. - A vamos flor!

Ainda me sinto mal sobre o Kevin mentir para ela que tenho 16 anos, apesar de parecer. Sem mais nem menos ela pega no armário umas roupas de banho, e me ajuda a me preparar. Fiquei em dúvida de vestir esse tipo de roupa. Eu só iria visitar pessoas desconhecidas, mas não hesitei em perguntar.

O  IMPLACÁVEL DESCONHECIDOOnde histórias criam vida. Descubra agora