Dez

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Um telefone toca, como eu não tenho celular deve ser de uma pessoa que está na minha frente. Sem esperar Kevin sai imediatamente da sala de jantar. Olho para o jornal que estava em cima da mesa, não espero nenhum segundo e já vou espiando.

Sr. Walker mais uma vez foi pego saindo com a mesma mulher de sempre. Essa loira do momento está arrasando nos tabloides, mas afinal quem é essa mulher? Vamos descobrir...

- Hum... interessante.

- O que você está fazendo Nathália?

- Estou lendo, não está vendo? – Desvio o olhar.

- Criança você tem que parar de bisbilhotar minhas coisas. – Ele arqueia uma sobrancelha, talvez imaginando mil sermões para me repreender.

- Quem é essa mulher? – Aponto para a foto do jornal. Engulo em seco.

- Não te interessa! – Range os dentes.

- Não, muito pelo contrário se isso não me interessasse eu não teria te perguntado. – Minhas pernas cambaleiam. Afinal o que deu em mim hoje para responder o pior homem da face da terra?

- O que te deu hoje criança feia?

- N-não foi nada – gaguejo. Como ele pode me chamar de feia? Ninguém tem esse direito não.

Nessa discussão inacabável, me lembro do que aconteceu na noite anterior. Eu preciso falar com o Kevin, mas não sei como. Ele é tão frio comigo.

Fazemos silêncio por alguns segundos.

Um homem com afeição de sessenta anos aparece de repente.

- Sr. Walker prevejo que essa é Nathália Watson. – Ele tem uma voz firme, apesar do que aparenta ser. Mas como ele sabe meu nome?

- Nathália eu sou o juiz Hernesto Tavares – ele me cumprimenta de maneira espontânea.

- Prazer senhor Tavares.

- A que devo sua visita Tavares? – Kevin indaga.

- Assuntos urgentes.

- Venha me siga, vamos até meu escritório!

E como sempre, sozinha outra vez. Olho para o lugar onde o Kevin estava. Cadê o jornal? Não acredito que ele tirou o jornal sem nem eu perceber, infeliz.

- Ainda bem que tenho uma Tv.

Vou para a cozinha, preciso falar com Maria.

- Querida você já deveria está no seu quarto.

- É eu sei Maria. Eu preciso falar um assunto muito sério com você.

- Então fale lindinha.

Reparo se tem alguém na cozinha, mas pelo visto só a gente.

- Olha, eu vou direto ao ponto... você está correndo um grande risco de morte.

- Sério Nath, quem quer matar nossa tão adorável Maria? – Uma voz ecoa atrás de mim. Essa não Dayse.

Maria sorrir, não parece acreditar no que eu disse.

- Bebê, como você sabe disso? – Dayse vem em direção a mim.

Eu preciso fazer alguma coisa.

- Há-há-há estou zoando a Maria – rio fraco e coço o antebraço.

- Ham, sei – ela fala em um tom desconfiante.

- Maria, você quer me ajudar a limpar os meus livros lá no quarto? É que eles estão muito empoeirados. – Minto tentando desfaçar.

O  IMPLACÁVEL DESCONHECIDOOnde histórias criam vida. Descubra agora