Por que será que o Kevin mexe comigo? Sinto borboletas voarem na minha barriga, sinto meus dedos formigarem. Ele age tão intimidante e ao mesmo tempo sinto que já o conheço. Como esses últimos dois meses passaram num piscar de olhos. Fico impressionada comigo mesmo, eu sobrevivi. Feliz? Talvez. O que eu passei não foi para qualquer um. Mais uma vez obrigada Deus!
Kevin quer me mandar para uma faculdade interna. Não irei. Eu sou uma mulher não sou mais uma adolescente. O que eu preciso é crescer na vida e o que eu quero é trabalhar, talvez eu possa ser uma garçonete, babá ou doméstica. Tudo que eu não quero é viver a custas de um homem.
- Você não vai, não deixarei!
- Mas não está certo o que está acontecendo. – Finjo não olha-lo.
- O que não está certo? – Ele joga seu celular na poltrona e me fita com seus olhos congelantes.
Não o respondo.
Pegamos um jatinho. A viagem irá durar duas horas. Decidi me afastar de sua poltrona e ir para trás. Peguei um fone de ouvido que já tinha no avião e decidir escutar algumas músicas. Até que não é nada mau um avião que tem Wi-fi, fiquei horas escolhendo músicas no youtube. Ás vezes eu ia de fininho o olha-lo e via-o mexendo em papéis e mais papéis, assinando ou amassando. Ele bagunçava seus cabelos incontáveis vezes, poderia ver que ele estava meio perdido. Eu queria poder oferecer minha ajuda, mas ele seria capaz de me estrangular e jogar do avião! Creio que é melhor ficar na minha, não sou nem doida.
O piloto pede para todos colocarem o cinto, parece que o avião irá entrar em turbulência. Nunca peguei uma na minha vida essa é a primeira...
O avião treme fortemente. Faz-me ranger todos os meus dentes de uma só vez. É como se eu estivesse dentro de uma carga sobre um caminhão que balançasse muito por causa da estrada. Quer dizer três vezes pior.
Fico a maior parte do tempo imóvel, me tremo toda. Cubro minha face com as mãos. Como um negócio desses durou trinta segundos para mim foi à eternidade. Não sinto os meus pés, só de nervoso. Acho que sou imortal por eu não ter morrido ainda. Olho-me na tv desligada e vejo meus cabelos todos bagunçados como seu eu estivesse levado um choque daqueles. E QUE CHOQUE!
Obrigada pela uma pequena amostra de como é um avião cair a seis mil pés.
Olho para o lado e vejo minha mochila caída.
- Oh meu Deus que não seja a mochila que eu coloquei meus perfumes. – Murmuro.
Imediatamente abro-a jogo todas minhas coisas para fora a fim de achar meus perfumes. Não os encontros... um papel aparece debaixo de minha carteira de documentos.
Éden.
- O que a senhora tanto procura poderei ajudar? Uma aeromoça se aproxima para ajudar.
- Não se preocupe, só foram meus perfumes... – Pauso para olha-la. Por que será que todas as mulheres que trabalham para o Kevin tem que ser bonita? Continuo - fiquei com medo de ter quebrado meus perfumes sabe como é eu só tenho esses. – Sorrio.
Ela franzir a testa.
- Então, senhora deseja alguma coisa? – Ela me oferece um cardápio.
- Estou sem fome, talvez só um copo d'agua.
Ela se distância.
- Hey espere um pouco. – Pego o pequeno papel e vou até ela.
- Será que aqui não tem algum celular? – Sussurro em seu ouvido.
Percebo que fica curiosa, porém não pergunta o por que eu não tenho celular. Melhor assim, muito melhor.
Ela faz que não.
- Mas você tem. – Afirmo com plena convicção.
Ela me puxa para uma cabine pequena e escura e me entrega seu celular.
Olho seu crachá - Obrigada Renata.
Não sei se devo confiar em Éden, mas por que não? Ele foi muito simpático comigo. Sei que não deveria ter contato com ele, mas fazer o quê sou teimosa mesmo.
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Hey Éden, preciso de sua ajuda.
Nath.
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Se o Kevin não me deixa arrumar um emprego eu não me importo. Tenho certeza que eu arrumarei sozinha.
Decidi começar uma vida nova. Que Nova York me espere.
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O IMPLACÁVEL DESCONHECIDO
RomanceO que você faria se fosse acusado(a) de ter matado seu próprio pai? Essa é a terrível situação de Nathállia Watson. Uma garota que mal completa seus 18 anos e possivelmente poderia ficar presa durante anos injustamente. O que você faria se uma das...