Trinta e dois

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Estou no carro a caminho da festa, Kevin não pôde vim comigo, não que eu fique triste com isso, sinto só pontadas em meu coração de angústia como se eu tivesse para prevê alguma sensação ruim. Maria me falou que ele teve que ir mais cedo porque era o príncipe da festa, não que eu esteja com ciúmes, mas ele poderia está aqui, poderíamos adentrar a festa juntos.

O carro para em frente a um gigante portão revestido com muitas flores. Isso é um casamento e eu não sei? Desço com a ajuda de uma empregada por causa do meu grande vestido. Fico nervosa, eu nunca fui convidada para uma festa com o Kevin.

- O convite, senhorita. – Uma mulher vestida com um uniforme parecido de uma policial indaga.

Maria não me falou de convite algum, acho que ela se esqueceu de me entregar.

- Eu não tenho convite – Digo remexendo em minha pequena bolsa para todo o lado.

Todos na fila sorriem.

- Sem convite, sem festa – ela fala séria.

Kevin deve está aqui, então ele sabe que eu venho.

- Você poderia fazer o favor de chamar o Kevin Walker.

Recebo olhares espantados.

- Você não deve chamar as pessoas importantes assim! – Ela dá um suspiro – Faça o favor de sair da fila, você está atrapalhando.

Fico super irritada. Por que festa de rico sempre tem essas besteiras? Mas na verdade devo me conformar, não adianta ficar em um lugar que não é para mim.

- Sr.Walker essa garota está atrapalhando a fila de convidados. Não sei mais o que fazer.

Viro-me para trás, ele caminhar mais um pouquinho para perto de mim, seu rosto está sem expressão, sinto-me como uma minúscula pedra perto de um elefante. Ele está incrivelmente lindo! Veste um smoking, por cima está repleto de um casaco de pelos negros e seu cabelo está penteado para trás. Se eu tivesse com os meus dezessete de volta eu acharia esse estilo mais tosco de que meu tio bêbado quando vinha da festa sujo de urina, o problema é que era nele, esse é o problema, como uma pessoa pode cair tão bem nesse tipo de roupa?

Ei esperar aí, do que estou falando quem é meu tio? "como uma pessoa pensa sem pensar". 

Novamente a mulher fala – Você a conhece?

Ele olha para mim, depois para mulher e novamente olha para mim.

Num instante todos se calam, só ouço a coruja piar.

- Não a conheço – Sim, essa era uma resposta fria e direta, depois de tudo o que aconteceu ele ainda foi capaz disso.

Não chora Nath, você nem estava tão animada para essa festa patética mesmo.

Saio da fila e caminho para a rua que estava a minha espera, tenho certeza que o carro em que eu vim já foi embora, o que me resta é ir para casa a pé.

E é isso que eu faço.

Ouço murmúrios atrás de mim, não me importo, estou mais acabada de que os cachorros da rua. Não tenho coragem nem de voltar para trás.

Já me distanciei a ponto de ver o pequeno portão bem pequeno, quase sumindo.

A noite está muito fria, fumaça sai de meu nariz, e eu não trouxe nem um casaco. Aqui não existe nenhuma casa só floresta do meu lado direito e do esquerdo e uma estrada sem fim na minha frente. Penso que eu vou embora, mas não tem nem como eu ir embora eu nem sei onde fica a casa do arrogante Walker.

Os galhos das árvores batem muito fortes, escuto arbustos se mexerem, a luz que tenho é de pouco portes elétricos que ainda tem o prazer de piscar.

Não. Eu não estou com medo.

Digo para mim mesma, até... que uma mão sai detrás da árvore e me toca. 

O  IMPLACÁVEL DESCONHECIDOOnde histórias criam vida. Descubra agora