Nove

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- Quem vamos matar primeiro? – Pergunta uma voz feminina.

- Não, não pode ser Dayse! Cubro minha boca com as mãos.

- Bem, temos três vítimas. Acho melhor nos livrar-nos primeiro... Daquela velha rabugenta a Maria.

- Você sabe muito bem Emma, que se não fosse por mim eu já teria matado aquela criança inocente a tal de Nathália, primeiro.

- Sinto muito querida, mas do segundo em diante fica a critério do chefe – as duas sorrir. – E aquele seu plano se seduzirmos o senhor Walker ainda está de pé?

- Mais é claro, vamos seduzir ele até ficar louco de desejo. Se eu não conseguir, você consegue linda, mas vamos falar à verdade aquele homem é um pedaço de mau caminho, sabe.

Sem perceber levanto-me imediatamente, pensando em se eu ficar vou ser uma presa fácil. Caminho de costa, porque não consigo virar pra frente. Quando tomo coragem em virar... Esbarro em um jarro de porcelana, possivelmente caríssimo. Mais uma vez cubro minha boca para não gritar.

– Puts!

Imediatamente vejo uma mesa com uma toalha longa de cor marfim. Eu não posso ficar lá embaixo, eu não vou fazer isso! Escuto passos próximos a mim... Mudei de ideia, acho melhor eu entrar debaixo da mesa e logo!

- O que foi isso? – Pergunta uma voz um pouco diferente.

- Só foi o jarro que quebrou Ricardão. - Emma fala sensualmente.

- Tem certeza?

- Mais é claro. Amanhã de manhã daremos satisfações concretas para o chefinho. Tenho certeza que ele vai nos perdoar.

- E por que você diz isso?

- Porque essa não é a primeira vez que quebramos algo caríssimo na mansão – comenta Dayse.

- Tudo bem... – O segurança dá um suspiro. – Mudando de assunto, então quando é que vocês vão dançar para mim garotas?

- Aí Ricardão, eu pensei que você tinha esquecido.

- Vocês me prometeram garotas...

- Você só é um segurança de classe média Ricardão. Mas quando você ficar rico como o senhor Walker, aí você nos avisa, ok?

- Mas...

Ouço alguns passos bem distantes no corredor. Depois de um tempo não escuto mais nada. Talvez, foram embora.

Encolho-me mais ainda debaixo da mesa. Só de pensar naquelas mulheres matando a Maria que já é de idade e não tem como se defender, coitada! E o que dizer do Kevin? Aquelas mulheres seduzindo ele. Eu preciso pensar rápido em algum plano, eu não vou deixar isso acontecer.

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Acordo escutando vozes...

- Nathália, Nath... Nath!

Deve ser o Kevin, saio imediatamente debaixo da mesa. Levanto-me, bato com a cabeça na mesa.

- Aí – Aí – resmungo sem parar.

E quando eu olho acima de mim percebo que ele estava com os olhos fixados em mim. Fico envergonhada, por isso apenas olho para ele.

Ele crispa os olhos e levanta a mão com a palma virada para mim. Meu coração está a mil.

Encolho-me.

Então sinto seus dedos tocando meus cabelos... Ele toca na minha nuca e me puxa para mais perto.

- O que...

- Shhh – ele rosna.

Kevin leva-me em direção ao meu quarto. Está muito violento como sempre.

É como se repetir-se a mesma cena. Nossa, ele sempre me leva de maneira abrupta para meu quarto, já estou me cansando disso.

Chegamos ao meu quarto, ele me leva até o banheiro e pega uma roupa.

- Tome banho, quando terminar estou esperando você para tomar café da manhã. – Diz sem olhar para mim, ele fecha a porta. Tomo banho e me visto com que o Kevin escolheu pra mim. Hoje uso um vestido rosa de renda que roça meus joelhos e calço sapatos pretos de saltos baixos. Faço um rabo de cavalo médio.

Assim que saio de meu quarto vejo Maria e faço um sinal com as mãos que depois eu quero falar com ela. Ela deve ter entendido, quer dizer eu acho que ela tenha entendido. Mesmo assim sigo em frente.

Vejo o Kevin lendo o jornal. Tento disfarçar que está tudo bem. Sento-me na cadeira tentando agir normalmente. Ele abaixa o jornal e fita-me por alguns segundos.

- Eu preciso ter uma conversa séria com você, Nathália.

- Eu também preciso ter uma conversa séria com você, Kevin. – Tento agir com mais rigidez.

A campainha toca como um sino estridente. Ufa! Dessa eu me livrei. Eu começo a sorrir do Kevin resmungar o tempo todo.

Quem será? 

O  IMPLACÁVEL DESCONHECIDOOnde histórias criam vida. Descubra agora