O IMPLACÁVEL DESCONHECIDO

Vinte e dois

A fumaça empoeirada invade meus pulmões. Meu corpo está muito dolorido, um peso muito grande  me aflige, como se estivesse um elefante em cima de mim. Tento empurra-me para fora dos escombros, não consigo. Só consigo ver poeira e mais poeira. Minha vista está um pouco embaçada nada está muito nítido.

Kevin está desacordado, na mesma hora entro em pânico.

Muitas pessoas pedem socorro. Devem estarem soterradas nos escombros. Ouço sirenes a todo o momento. Nomes sendo chamados, choro e dor, muito dor agonizante.

Cutuco várias vezes o Kevin e ele nem se mexe. Sua respiração está fraca. Tiro seus cabelos do rosto e vejo o quanto ele parece um garoto inocente ao está desacordado.

Precisamos sair daqui.

Subo as pedras. Corto minha mão com pedaços grandes de vidros. Ainda assim não tiro minha atenção.

- Me ajudem! – Grito.

Um homem e uma mulher vêm imediatamente me socorrer. Me carregam pelos braços até a ambulância.

Multidões olham para mim. Flashes me rodeiam.

- Kevin. Ele está lá – aponto os dedos para baixo – salve ele.

Éden vem correndo até mim. Abraça-me com todas as forças.

"Ainda bem que você está aqui".

- Éden salve ele. – Uma seringa entra na minha pele. E não vejo mais nada.

"Mamãe não me deixe só. Não viverei sem você mamãe".

A noite está fria. As janelas de madeira batem com o forte vento. Não paro de ouvi zunidos, raios e trovões que clareiam a noite e faz me pensar em que é dia do julgamento.

A menina continua clamando.

Sinto que são os últimos suspiros de vida da mulher.

- Jhonn, não há deixe. Cuide de nossa filha, ela precisa de você. – A mulher que está deitada na cama pega as mãos de seu marido – Prometa para mim meu amado, que sempre vai seguir em frente apesar das circunstâncias.

- Não consigo meu amor. Você é tudo para mim. – Ele chora.

- Minha preciosa filha, venha para a mamãe. – A mulher da com a mão para a filha e a mesma sobe em cima da cama. – Lembra de que sua tia Rosie falou?

- De que você não vai morrer, mas só vai dormir num sono profundo?

- Sim. Me escute bem, eu voltarei! – Ela pega a mão de seu marido e sua filha. Formando um laço entre o três e dorme no seu sono profundo. Seus olhos fecham lentamente, sua boca fique entreaberta fazendo com que seus últimos suspiros se acabem lentamente por ela. A pele rosada fique esbranquiçada rapidamente. Sua última lágrima passa pela sua bochecha, atravessa seu pescoço caindo em seu vestido de seda.

Um raio cai próximo a casa, queimando plantações e animais. Nunca tinha visto, tal raio, como antes já se viu.

"Senhor, fogo nas plantações!"

"Nada me importa mais." O homem senta em sua poltrona. Olhando para a preciosa foto de sua mulher sorridente. Nada de si se move, nem mesmo seus dedos. Ficando lá pela eternidade.

A bela menina não para de chorar ajoelhada ao lado da mãe morta. Ela olha para mim, Se pronunciando rapidamente.

"Quem é você?" Perguntamos juntas.

E novamente nós respondemos em uníssono "Nathália".