Dezessete

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Adentramos por um enorme portão de ferro um pouco desgastado por o tempo. Olho e me deparo com um enorme castelo como se estivesse a minha espera para descobri-lo. Suas paredes são feitas claramente de pedras polidas, suas janelas são um esplendor ao cintilar na luz do sol, tenho dificuldade para olhar lá em cima mas tenho certeza que é de se espantar. Um famoso lago arquitetônico tão exuberante me permite ver peixes de variados tipos. Isso é o lugar mais lindo que eu já vi!

Sorrio a toa, porque nunca tinha visto um espetáculo de tão bela natureza antes.

- Gostou do lugar? - Kevin indaga.

- Este lugar é perfeito! - Sorrio mais ainda - você mora aqui também?

- Bem, vamos dizer que ainda não. E não me pergunte o por quê?

Pausamos por um minuto.

Início na tremenda pergunta - Por quê?

Argh.

- Porque é grande demais para mim, além disso, estou com uma criatura de quem tenho que tomar conta. - Ele aponta seu indicador para mim.

Sinto-me mal e hesito em não olhar para nada, a não ser para os meus próprios pés.

- Vamos criança não fique ressentida, antes de começar nosso lindo passeio.

- O que você quer? Não já basta você me humilhar o tempo todo, cada palavra que você fala me magoa tanto, é como se fosse um choque avassalador. Você não ver minha angustia? Não já basta perder meu pai? Não já bastar ser enganada o tempo inteiro? E ainda corro risco de morte? Quer saber - respiro fundo - estou cansada dessa vida, essa não sou eu mais. - Fito bem em seus olhos - Você quer brincar, então vamos brincar.

No mesmo instante vou ao lago e jogo água nele. Não espero nem um pouco, abro a porta do carro pegando sua pasta, arremesso todos os seus papéis no lago. Kevin me pega pelas costas, mas logo o empurro dando uma joelhada no meio de suas pernas, ele grita de dor. No mesmo tempo a multidão de seguranças saem disparados atrás de mim.

Preciso fugir.

Pego o celular do Kevin que estava no chão e acelero na corrida contra o tempo. "Dessa vez eles não me pegam".

***

Caminho horas por ruas distintas sem nenhuma casa. De vez em quando me escondo nas árvores quando vem algum carro. Sei que não vou consegui me esconder para sempre, porém é uma tentativa.

Eu já estive em Nova York antes. Então, não a motivos para ficar insegura.

Um celular começa a tocar mas não atendo.

Não, não por que eu tive que pegar o celular daquele monstro. Se arrependimento matasse, acho que eu já estaria morta faz tempo.

Passo em frente um chalé meio rústico. A placa diz "café do jacaré". Sorriu. Quem em sã consciência colocaria isso?

Entro e vejo que os funcionários estão todos enlouquecidos com a clientela. Nossa, nunca pensei que esses tipos de chalés desse muita gente, só pode ser turistas. Não me importo muito com a correria para lá e para cá. Sento em uma das mesas ao lado da janela. Olho e vejo montanhas com a neve bem branquinha no topo. Isso faz me lembra de mamãe e papai correndo atrás de mim na neve. Nós sempre atravessávamos o lago congelado. Sou interrompida pelo um funcionário.

- Como boas vindas ao café do jacaré! Estamos oferecendo uma xícara de café e biscoitinho da sorte de graça para uma recepção calorosa. Você aceita moça? - Enuncia um atendente rechonchudo com o avental de florzinha.

O  IMPLACÁVEL DESCONHECIDOOnde histórias criam vida. Descubra agora