Capítulo 13 - parte 4 (em revisão)

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Vários citadinos rondavam a praça central para ver o que os druidas e sacerdotisas estariam a preparar e ficaram ainda mais curiosos quando chegaram os demais, totalizando um grupo de cerca de quarenta pessoas. Os druidas e sacerdotisas recém-chegados foram logo prestar homenagens à Morgana e Igor para depois curvarem-se perante Shayla e Gwenhwyar. O chefe era um dos curiosos e, na sua condição de governante, aproximou-se deles.

Igor sorriu e cumprimentou-o.

– Salve, chefe. Nós vamos fazer uma reunião fechada de druidas, mas depois precisamos de ter outra com vocês e, se possível, com os representantes da outra cidade. Quanto tempo acha que levariam a chegar aqui?

– Devem chegar em uma hora, ó Igor, o poderoso, porque eu tomei a liberdade de os convocar por causa dos ataques.

– Excelente, meu amigo. – Igor sorriu e inclinou a cabeça. – Só que agora eu peço que se afaste do centro da praça para podermos deliberar.

O alcaide não imaginava como Igor ia fazer uma reunião secrete se ficariam no meio da praça com toda a gente olhando. Ele mesmo já pensava em mandar o filho brincar ali perto para ver se ouvia alguma coisa.

Quando estava a uma distância segura onde não correria riscos, Igor ergueu as mãos e uma cúpula oval e transparente apareceu a cercar a região. Era possível vê-los, mas nada seria ouvido. A única coisa que traía a cúpula era um leve brilho que tremeluzia. Com medo, ninguém se atreveu a chegar perto.

Orientados pelo guardião supremo, cada druida e sacerdotisa sentou-se em um semicírculo aberto e, na mesa central, Igor fez surgir xícaras e uma garrafa térmica cheia de café e bolachas. Serviu-se e ofereceu para quem desejasse. Enquanto eles serviam-se, Igor começou a falar e, a seu pedido, Gwydion traduzia para Valdo por telepatia:

– Meus amigos – começou ele. – Convoquei a vossa presença por dois motivos: primeiro o inimigo perigoso e mortal; segundo, a situação de vocês perante os dias atuais. Vamos começar pelo inimigo. Como todos sabem, Morgana fez um sacrifício enorme para fechar o portal dos monstros, mas eles voltaram por outro e a quantidade de invasores que penetra em Avalon é cada vez maior. O que eles são, o que fazem e o que querem era desconhecido até ontem e posso dizer que não é boa coisa porque o objetivo primário dessas criaturas é nos comer.

Alguns dos mais jovens arregalaram os olhos e Igor via que o medo imperava por todo o lugar.

– Não é na verdadeira acepção da palavra e sim por causa dos nossos dons – explicou. – Quem não for um mago, será morto, quem for, será aprisionado para eles sugarem as nossas forças mentais enquanto as tivermos... sim?

– O que são magos? – perguntou Nealie que levantou a mão como se fosse uma escola.

– Magos é como os druidas e sacerdotisas são chamados nos dias de hoje. Eu sou um mago, tu uma feiticeira e todos nós somos magos – respondeu ele. – Desculpem se eu me esquecer que há coisas que não sabem. Sempre que não entenderem, podem interromper e perguntar.

– Obrigada. – Ela sorriu e Igor aproveitou para tomar um gole de café. Andou um pouco no palco improvisado e teve muita vontade de rir quando viu a multidão que, espantada, os observava da fronteira da cúpula sem ouvir nada quase que hipnotizada.

– Bem, meus irmãos. O que acontece é que, para podermos lutar com esses demônios, precisamos de estar afastados porque, quando nos aproximamos, eles vão anulando nossos poderes até que acabamos ficando apáticos ou inconscientes, o estágio final. Para piorar a situação, quando estão em grande quantidade podem afetar-nos em distâncias maiores Sozinhos, eles são quase que desprovidos de inteligência porque são um consciente coletivo. Precisam de juntar uma quantidade respeitável de elementos para terem um raciocínio mais apurado e é bem isso que vem ocorrendo nestes dias. Quando se tornam muito numerosos, acabam por ficar muito perigosos uma vez que adquirem inteligência apurada, que aumenta quando sugam os nossos poderes, sem falar que não sei se poderão fazer outras coisas adicionais com o tempo. A boa notícia é que os efeitos do mal que nos fazem passam bem rápido. Outra boa coisa é que eles tem um péssimo sentido de três dimensões, ou seja, mesmo que sintam a nossa proximidade, nunca olharão para cima para nos procurar em uma árvore, por exemplo.

O Mago e a Sacerdotisa de AvalonOnde histórias criam vida. Descubra agora