Capítulo 19 - parte 3 (em revisão)

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– Você está estranho, Valdinho – disse Teodoro, servindo o copo do namorado. – O que aconteceu? Eu preciso saber porque tá difícil enfrentar e entender aquilo que eu vi alguns dias atrás.

– Desculpa, Teo, eu ia acabar te contando mais tarde, mas precisava ter autorização do Igor e da Eduarda.

– Mas, mas, mas... – disse ele, desorientado. – Bem, como isso aconteceu, como acontece?

– Algumas pessoas, muito especiais e raras, nascem assim, Teo, com poderes mágicos. Acho melhor tu perguntares e eu respondo.

– Onde vocês foram e por quê?

– Fomos para Avalon procurar Igor que poderia estar em perigo, mas o que aconteceu é que Avalon se encontra em algo como uma dimensão temporal diferente e nenhum de nós sabia disso.

– Avalon, da lenda do rei Arthur, a távola-redonda e a bruxa Morgana?

– Bem, essa Avalon pode até ser a mesma, mas o resto é lenda com certeza, exceto pela Morgana que é filha do Igor e da Eduarda e não é uma bruxa. É uma sacerdotisa celta nascida no século III.

– Mas como é que uma pessoa de hoje pode ser pai de alguém do século III? Você tem a ideia da confusão que isso faz na minha cabeça? – perguntou, encolhendo os ombros. – E aquele animal gigantesco?

– Gwydion é um dragão, um ser inteligente de outro planeta e muito amigo do Igor e da Eduarda. Eu conheci Igor faz uns cinco anos, quando ele entrou na faculdade e eu estava no segundo semestre. E também foi assim que ele e Dudinha se conheceram e apaixonaram.

Valdo contou devagar a aventura do mago que quase culminou na sua morte, mas sem entrar em muitos detalhes para não revelar algo que Igor pudesse não aprovar. Terminou falando sobre o Mundo de Cristal, como era belo e perfeito, o planeta que os magos adotaram para viver. Enquanto Teodoro enchia o seu copo novamente e ele bebia, ficou pensando como abordar o assunto do que lhe aconteceu.

– Mas você não acha que eles podem ser perigosos, Valdinho, tipo... sei lá, perigosos? – perguntou.

– Perigosos!? – exclamou Valdo, empertigado. – Eles são as pessoas mais fantásticas e legais que existem, Teo. Foram os primeiros amigos de verdade que eu tive, que nunca nem pensaram em preconceito. Meio brincalhões e às vezes até pegam pesado, mas são os melhores amigos do mundo e eu não os trocaria por nenhuma outra riqueza.

– Você devia ser advogado e não engenheiro. Então, o que o preocupa tanto? – perguntou o outro e Valdo concluiu que tinha que falar de uma vez por todas.

– Vamos caminhar um pouco que bebi demais, se bem que nem fez efeito. Deve ser parte do pacote porque, antes, eu ficava tonto rapidinho.

Pagaram a conta e saíram andando, em direção à José do Patrocínio, onde Teodoro morava.

– Aconteceram muitas coisas em Avalon, Teo – disse Valdo, finalmente. – Havia invasores de outro mundo, seres monstruosos que pareciam uma mistura de inseto com zumbi e que queriam matar todos, incluindo as fadas.

Valdo contou a sua história, mas sem se posicionar. Quando terminou, ficou calado e aguardou o namorado falar, o que não demorou.

– Bem, algo não se encaixa nessa história, pelo que você conta. Ele precisaria de ajuda de um sujeito que, de alguma forma maluca, teria de ser imune aos invasores. Você deixou uma grande lacuna.

– Eu sabia que tu ias chegar a essa conclusão. Com a tua inteligência toda era o mais óbvio de se calcular – disse Valdo. Sem fugir do assunto continuou. – Exato, ele teve essa ajuda vinda de mim.

O Mago e a Sacerdotisa de AvalonOnde histórias criam vida. Descubra agora