Capítulo 19 - parte 2 (em revisão)

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Irla voava em volta deles, enquanto conversavam, e brilhava mais do que o usual, trocando a cor dos cabelos diversas vezes. Além dela, as quatro fadas salvas faziam o mesmo e, de alguma forma, eles também passaram a brilhar.

– O nosso povo decidiu que vai acompanhar vocês para o novo mundo – disse ela. – Vemos no vosso espírito que ele é de uma beleza excepcional e, além disso, parece com o nosso mundo de origem o que deixou todos muito satisfeitos.

– Então, Irla, em dez dias estarei de volta, quando o povo celta ficará pronto e vocês desfrutarão do novo mundo onde poderei vir visitá-las sempre que lá for.

– O nosso povo não tem palavras para agradecer por tudo, Igor das Fadas, o salvador. Nem a si, Valdo das Fadas, o bondoso. Você, Valdo, é um pouco como nós as fadas. Esse seu lado, muito mais sensível, pode descortinar coisas e poderes que os homens ainda desconhecem. – A fada aproximou-se e pôs a mão na sua testa. – Você receberá uma grande dádiva, mas precisará de aprender a usar e dominar. E saiba, meu filho, que eu acredito em você, sempre acreditarei, haja o que houver. Então, nada tema.

Imerso na luz da fada, Valdo começou a brilhar mais forte e sorria, como se sonhasse. Foi rápido e logo voltou tudo ao normal exceto por ele, que se sentia leve, bem e feliz.

– Ele é o verdadeiro salvador, Irla – disse Igor, rindo. – Sem ele, eu teria fracassado.

– Os dois são, Igor – respondeu Irla, mais séria. – Mas ele salvou você, minhas companheiras e sua amiga. Você salvou Avalon.

Ela despediu-se de Igor do mesmo jeito e o líder dos magos voltou a ter um vislumbre do infinito e uma compreensão fugaz do propósito da vida, além de aprender muito mais sobre o tempo, bem mais do que jamais poderia vir a revelar a alguém.

Após as despedidas, retornaram à cidade e Eduarda aguardava com Morgana e Ezequiel para se irem embora. Os demais iriam em alguns dias, quando Morgana e Igor retornassem para os pegar. Caroline já tinha ido antes, junto com o marido e instruções detalhadas.

― ☼ ―

Na estalagem que ficava à beira do lago onde supostamente se encontrava a Ilha de Avalon, apareceram do nada vários homens sisudos e autoritários que isolaram o local e começaram a fazer perguntas a todos sobre os estranhos visitantes que teriam desaparecido e a mulher que aterrorizou um cidadão na calada da noite. Aproximaram-se do carro que Igor e Ezequiel usaram, mas, na hora em que o abriram, ele desapareceu sem explicação, deixando os agentes assustados, principalmente porque, quando foram olhar as fotografias que tiraram do estacionamento, o carro também não aparecia como se nunca tivesse estado ali, mas um deles jurava que não só fotografou o carro como ainda ficou admirando a fotografia porque uma hóspede tinha passado naquela hora e ele tinha reclamado que o carro ocultava as suas belas pernas, que agora eram visíveis. O superior olhou a imagem e, de fato, viu a mulher, mas nada do carro, nem mesmo as marcas das rodas no solo. Uma contagem feita aos botes mostrou que o barquinho que faltava estava ali e isso deixou o proprietário bem confuso porque, durante a manhã, já tinha feito a contagem e faltava um barco.

No quarto ocupado pelos magos foi a mesma coisa: estava tudo arrumado como se jamais alguém houvesse estado ali nesses dias, exceto por uma boa quantia em dinheiro que surgiu no caixa do proprietário, quantia essa não mencionada durante os interrogatórios. Confiscaram os DVDs das câmeras de segurança, mas estavam apagados.

De mãos vazias, os agentes do MI6 desapareceram tão rápido quanto tinham vindo e com mais um mistério pela frente, um quebra-cabeças que alguns setores da inteligência britânica vinham procurando juntar há mais de dois séculos.

O Mago e a Sacerdotisa de AvalonOnde histórias criam vida. Descubra agora