Capítulo 15 - parte 4 (em revisão)

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Eduarda localizou a planta, arrancou uma raiz pequena, do tamanho aproximado de um dedão, e retornaram o mais rápido possível.

Quando chegou lá, Ezequiel já tinha comido algo que Igor criou para si e agora estava descontraído com as sacerdotisas. O guardião supremo aguardava com a filha ao lado, quietos e um pouco ansiosos, em especial o primeiro, que estava com um pressentimento que o incomodava.

Já Valdo estava mais descontraído e, curioso, observava Eduarda que, compenetrada, materializou um pouco de água quente e pôs a raiz dentro. Usando os poderes, ela irradiou energia sobre o vegetal que começou a brilhar e a encolher a olhos vistos até que desapareceu e, no seu lugar, ficou um chá de cor azul, muito claro e brilhante. Valdo não pôde deixar de comparar aquilo com um desenho animado onde quase tudo era possível e não reprimiu um pequeno sorriso, pensando em como a sua vido mudou nos últimos tempos desde que o amigo se revelou para ele, pedindo ajuda para encontrar a noiva desaparecida. Quando Eduarda se levantou, os seus devaneios foram interrompidos e voltou a se concentrar no presente, vendo-a aproximar-se de Ezequiel e oferecer a beberagem.

– Beba, por favor, que isso vai restaurar a sua memória – pediu, gentil. – Mas beba rápido porque a energia dura pouco.

Ele obedeceu e tomou o chá quase de um só gole, começando a brilhar junto com o líquido. Tão logo terminou, pousou a xícara e olhou para todos, muito calado enquanto seu rosto ainda brilhava em uma cor azul-pálido, dando uma grande vontade de rir no Valdo, que se controlou.

Assim que o brilho desapareceu poucos segundos depois, Ezequiel disse:

– Obrigado, Eduarda. – Pôs a mão na cabeça. – Acho que fui atingido pelo coice de uma mula.

Igor deu uma risada alegre e o sábio levantou-se, aproximando-se da neta. Abraçou Morgana com força.

– Pela Deusa, minha neta – disse, emocionado. – É tão bom vê-la de novo e com saúde. Tudo bem, Igor?

– Tirando o enorme susto que o senhor nos deu, sim – respondeu o jovem, feliz. – Sente-se bem?

– Muito bem, filho, ainda mais com a minha neta ao lado. Estou muito contente que você estivesse com razão em reação a ela.

– Bem, Ez – Igor apontou a mesa e fez aparecer café para quem quisesse. – Precisamos de saber o que aconteceu e com muita urgência porque estamos na iminência de um grande conflito.

– Primeiro quero saber onde está Saci?

– Lá dentro e fora de perigo – respondeu o amigo. – Agora, por favor tente lembrar-se de tudo o que lhe aconteceu e conte-nos sem demora.

– Bem, abrimos o portal e não encontramos nada nem ninguém a não ser um baita mal-estar e perder os poderes, daí começamos a descer para o sul de forma a darmos a volta à ilha até encontrar alguém – explicou o sábio. – Foi quando me lembrei que Saci podia nos carregar voando e pedi para ele se transformar, mas Saci descobriu que ficou incapacitado. Continuamos andando e encontramos as criaturas mais feias em que já pus os olhos e elas nos atacaram e feriram. Basicamente é isso.

– Ezequiel, o que o senhor conta tem muitas falhas além de ser demasiado resumido – argumentou Igor, pensativo. – Vocês abriram um portal, mas o senhor não consegue abrir portais e Saci não abriu porque mantinha a forma canina. Então, com quem o senhor veio e onde está essa pessoa, pelo amor da Deusa!

– Tem razão filho – respondeu, pensativo. – Tenho dificuldade em lembrar direito e acho que foi por causa da pancada...

– A planta raiz ainda não fez todo o efeito – interrompeu Eduarda, calma e fazendo sinal ao marido para ter paciência. – Não se preocupe que voltará ao normal em pouco tempo.

O Mago e a Sacerdotisa de AvalonOnde histórias criam vida. Descubra agora