Capítulo 16 - parte 2 (em revisão)

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– Então, filha – disse Ezequiel, encarando a neta. – Por que não me deixou uma mensagem? Se soubesse a dor que senti quando você desapareceu!

– Desculpe, avô – respondeu Morgana, abraçando-o. – Eu não imaginei que haveria um lapso de tempo aqui e desejava muito salvar a nossa gente, apenas isso. Quando descobri, mais de quinhentos anos tinham passado e você tinha sumido, talvez estivesse no mundo dos dragões, na época.

– Andei por muitos lugares, mas teria largado tudo por si.

– Minha mãe me alertou muitas vezes que o senhor precisaria de estar atento para o dia que salvaria meu pai da morte – afirmou a neta. – Ela disse que, sem o senhor, ele não teria sobrevivido e toda a nossa história mudaria, inclusive eu, que não nasceria. Por isso, sempre tive todo o cuidado de evitar que me encontrasse. Desculpe.

– Tudo bem. – Ezequiel sorriu. – Por muitos séculos, eu senti-me o homem mais solitário do mundo e não imaginava que encontraria a minha filha renascida e menos ainda a minha neta desaparecida há mais de mil e seiscentos anos.

– Agora, todos nós temos uma família, avô – disse Morgana, feliz. – O senhor não imagina o quanto desejei isso.

– Correção. Agora, somos uma família. Você nem imagina o quanto o seu pai desejava conhecê-la, filha. Chegou a pensar em voltar no tempo para encontrá-la e trazer para o futuro – afirmou o sábio. Pôs a mão sobre os olhos para ver contra o sol e disse. – É impressão minha ou tem uma horda daqueles demônios vindo nesta direção?

Morgana olhou com atenção e respondeu:

– Não é impressão não. Será que sentiram a gente nesta distância?

– É um pouco longe – disse Ezequiel. – Vão demorar um pouco a chegar. Se a inteligência deles aumenta com a quantidade, segundo Igor me contou, pode ser que a sensibilidade também aumente de forma proporcional.

– Faz quanto tempo meu pai e Valdo estão na caverna? – perguntou Morgana.

– Talvez duas horas, eu penso.

– Acho que os vou retardar – afirmou ela, convicta. – Não sei quanto tempo mais precisarão. Saci, vamos atacar os invasores e desviá-los um pouco?

– "Vamos sim." – respondeu o gigante, abrindo as quatro asas. Notava-se um tom de alegria. – "Tal como aqueles nossos voos tao divertidos, quando eras criança?"

– Nada me faria mais feliz, Saci. – Morgana subiu no amigo e fez um aceno para o avô, que retribuiu e sorriu. – Não imagina a saudade que tenho de voar com você.

― ☼ ―

– Olha, Valdinho – disse Igor, apontando um veio de pedras preciosas de diversos tipos. – Um veio de cristais bastante rico e com tudo o que preciso para provocar uma reação em cadeia das mais potentes.

– Escuta, cara, explodir aquele mundo desses amortecedores estragados não me incomoda nem um pouco, mas não há risco de detonar toda a Ilha de Avalon e a Inglaterra junto? – perguntou Valdo, preocupado. – Tu sabes o que estás fazendo?

– Sei sim, meu amigo – respondeu Igor. Além do mundo deles, o grande risco é Avalon porque vamos detonar perto do portal, mas isso não tem remédio mesmo. Contudo, eu sei que a reação em cadeia demora algum tempo e dará para evacuar todos, então não te preocupes.

– A que profundidade estamos, na tua opinião? – perguntou Valdo, coçando a cabeça.

– Pelo menos uns trezentos metros, talvez. Por quê?

O Mago e a Sacerdotisa de AvalonOnde histórias criam vida. Descubra agora