O Mago e a Sacerdotisa de Avalon

Capítulo 17 - parte 4 (em revisão)

Gwydion aproximava-se do ponto de encontro na pradaria, antes das rochas. Viu logo o pessoal e Saci pousado. Durante o voo ele notou que o inimigo havia recuado e colocado o seu efetivo de forma maciça na entrada da caverna, uma entrada quase tão alta quanto a caverna dos cristais, mas bem mais larga.

Desceram e ele não viu Eduarda, começando a se preocupar um pouco. Ezequiel apareceu e estava muito estranho, sem falar que apresentava algumas escoriações. Igor olhou para ele e franziu o sobrolho.

– Mas bah, tchê! – exclamou o mago. – O que foi que te aconteceu?

– Aqueles demônios – ergueu o braço, mostrando o bracelete destruído –, agora têm tecnologia do século XVII ou sei lá qual, afinal não posso lembrar dois mil anos de história. Mas o fato é que aqueles danados arrumaram uns mosquetes danados de feios, mas muito eficientes a curta distância. Crivaram Saci de balas e caímos.

– Onde está Eduarda, Ez? – perguntou Igor, pálido. – O que aconteceu com ela?

– Valdo ficou com ela porque perdeu a consciência com a queda. Saci precisou de me tirar e se recuperar.

– Ai, minha Deusa – disse Igor, desesperado. – Tenho que a salvar!

Virou-se e preparou-se para sair correndo quando esbarrou na esposa que apareceu do nada bem às suas costas. Reagindo de imediato segurou-a, mas Valdo não teve a mesma sorte e caiu de costas.

– Mas bah – resmungou o jovem. – Salvo a mulher dele e levo uma porrada em troca.

A preocupação de Igor era tanta, que nem prestou atenção a Valdo exceto por um rápido pedido de desculpas, sendo Nealie quem o ajudou a se levantar. Igor apenas pegou Eduarda e abraçou-a, cobrindo a esposa de beijos. Ela riu e afastou-o um pouco. Quando voltou para o chão, fez uma careta de dor e quase caiu, soltando um grito.

O jovem mago voltou a pegá-la ao colo e materializou uma maca, sentando a esposa nela. Pegou o seu pé com cuidado e verificou o tornozelo.

– Não está quebrado, amor – constatou, tranquilo. – É só uma luxação.

Estendeu a mão e o pé da Eduarda começou a brilhar em azul. O inchaço reduzia rápido e as dores foram parando, até que apenas ficou um brilho branco. Ele sorriu e Eduarda pulou da maca, pisando com firmeza. Nesse momento, viu Valdo ao seu lado e disse:

– Ei, desculpa o tombo e obrigado por ajudares.

– Promessa é dívida, amigo, esquece isso – respondeu Valdo, sorrindo.

Ezequiel parecia tonto e apático, até que Igor se lembrou que possuía outro bracelete além do que separou para Caroline. Estendeu-lhe o aparato e o sábio voltou a ficar alegre e ativo.

– Obrigado, filho – disse o ancião. – Eu já ia dizer que estava inutilizado, mas agora tô pronto para outro round. O que você fez que choveu de tudo por aqui, até pedaços de homem-mola?

Igor riu e contou-lhes. Depois disse:

– Se eles têm paus de fogo, precisamos de mudar a tática para que os dragões não sejam feridos. Eduarda, tu montas Gwydion e Ezequiel Saci, mas vocês atacam de longe, entendido? Rasantes apenas quando não houver armas de fogo pela frente. Os outros usem seus campos de força e ataquem para semear a confusão. Morgana, em vez de Valdinho, tu virás comigo porque Valdinho pode matar muitos aqui fora e nos dar suporte. Prontos?

Enquanto caminhavam para o ataque, Valdo perguntou:

– Igor, como eu posso criar uma barreira de proteção?

– Fecha os olhos – O amigo parou de andar e colocou a mão na sua fonte. – Agora vê se consegues sentir.

Valdo sentiu uma coisa estranha que não soube explicar exatamente o que era. Não se tratava de telepatia, pois parecia murmúrios perdidos e desconexos. Tão-pouco era hipnose, mas a verdade é que sentia que era capaz de erguer uma barreira. Igor afastou-se e disse.

– Experimenta, meu velho.

Valdo não fez muito esforço e um campo luminoso vermelho surgiu à sua volta.

– Bah, que legal.

– É um pouco fraca, mas um ótimo começo. A potência das tuas defesas deve ser ineficaz contra mais de dez ou vinte atacantes daqueles de uma só vez, por isso, toma cuidado.

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