Diz ele rindo e debochando. De repente começa a se arrastar para a letra L. E em voz alta lemos juntos.
- L.A.M.I.A.
- LAMIA? OH MEU DEUS, BERNARDO, BERNAR...
- Calma meu amor. Ele não pode te fazer mal. Você quer fazer mal a alguém?
Mort começa a gargalhar. O triângulo se arrasta para o NÃO. Bernardo ainda curioso continua a se questionar.
- Mas, o que você quer aqui?
Ele responde: - U.M. D.E. V.O.C.E.S. M.E. C.H.A.M.O.U. A.Q.U.I.
- Eu?
Se arrasta para o não.
- Quem te chamou aqui?
Disse a Emilly segurando em minha mão.
- Q.U.E.M. M.E. C.H.A.M.O.U. A.Q.U.I. F.O.I. S.U.A. A.M.I.G.A. *uma pausa dramática como se fosse uma vírgula* E.M.I.L.L.Y.
- Qual amiga? Eu?
Se arrasta para o sim.
- May, mas porque?
- Eu? Então era isso. Agora eu sei...
- Sabe do que Ingryd Mayara?
- Bem, isso foi quando eu era bem pequena, minha irmã no trabalho havia ignorado uma senhora que pedia para ajudar a ela com sua casa para que ela não fosse despejada. Mas minha irmã se negou a ajudar, dizendo que o chefe dela não havia deixado, mas era mentira. Então, a velha se revoltou contra ela. A velha fazia magia negra. Então, jogou uma magia negra das piores pra minha irmã e pra minha família. Mas, minha irmã foi arrastada pro inferno e não achando suficiente, eles querem me arrastar, Meu Deus.
- Ei, May, nada vai acontecer. Eu não vou deixar que nada aconteça contigo. Fique calma.
Ela vem pra perto de mim e me abraça. Mort indgnado com o nosso medo, ainda debochando pergunta.
- O que aconteceu pra você estar atrás dela?
E, o triângulo volta a se mexer.
- F.O.I. E.X.A.T.A.M.E.N.T.E. O. Q.U.E. E.L.A. D.I.S.S.E.
- Mas a irmã dela já foi, já pagou o preço, então porque ela tem que pagar?
- P.O.R.Q.U.E. A. V.E.L.H.A. C.O.N.T.I.N.U.A. Q.U.E.R.E.N.D.O. V.I.N.G.A.N.Ç.A.
- Mas, você não é o chefe? Então porque ainda aceita ordens de uma velha?
Disse o Mort rindo e achando super engraçado.
- Mort, para. Se não vai sobrar pra você.
- M.O.R.T. R.A.I.N.E.Y. E.U. T.E.N.H.O. T.E. O.B.S.E.R.V.A.D.O. M.U.I.T.O. V.O.C.E. J.A. F.E.Z. T.A.N.T.A. C.O.I.S.A. E.R.R.A.D.A. E. P.O.R.Q.U.E. A.I.N.D.A. Q.U.E.S.T.I.O.N.A. D.A. M.I.N.H.A. S.A.B.E.D.O.R.I.A. E. D.O. M.E.U. P.O.D.E.R.
- E, você sabe de tudo que eu fiz de errado, é?
Ele começa a rir demais, chega até a chorar. Eu começo a rir nervosa. O triângulo se arrasta para o sim.
- E o que eu fiz de tão grave assim?
- M.O.R.T. S.E. E.U. N.A.O. E.S.T.I.V.E.S.S.E. A.Q.U.I. O. T.R.I.A.N.G.U.L.O. N.A.O. E.S.T.A.R.I.A. M.E.X.E.N.D.O. V.O.C.E. N.A.O. A.C.H.A. E. S.E. V.O.C.E. N.A.O. A.C.R.E.D.I.T.A.S.S.E. N.A.O. E.S.T.A.R.I.A. F.A.L.A.N.D.O. C.O.M.I.G.O. S.E.I. Q.U.E. V.O.C.E. A.C.R.E.D.I.T.A. E. J.A. M.E. V.I.U. M.U.I.T.A.S. V.E.Z.E.S. M.O.R.T. V.O.C.E. Q.U.E. N.A.O. Q.U.E.R. V.E.R.
- Nossa "lamia", você sabe de muita coisa. Prevê até o futuro. Você faz o bem?
Ele arrasta pro sim.
- E. S.O. U.M.A. Q.U.E.S.T.A.O. D.E. P.O.N.T.O. D.E. V.I.S.T.A.
- É? Então tá bom. Eu não acredito nessa palhaçada e ponto.
- P.O.I.S. D.E.V.I.A. A.C.R.E.D.I.T.A.R. E.M. B.R.E.V.E. E.S.T.A.R.E.I. C.O.N.T.I.G.O. E. F.A.Z.E..N.D.O. M.A.L. A. U.M.A. P.E.S.S.O.A. Q.U.E. V.O.C.E. A.M.A. P.O.R. I.S.S.O. T.O.M.E.M. C.U.I.D.A.D.O. T.O.D.O.S. V.O.C.E.S.
- E a Mayara? Deixe-a em paz, eu ordeno. Se aquela velha tem o poder, eu tenho o poder investido no nome de Deus.
- S.I.M. D.E.I.X.O. S.U.A. A.M.I.G.A. E.M. P.A.Z. M.A.S. A.L.G.O. D.E. R.U.I.M. V.A.I. A.C.O.N.T.E.C.E.R. C.O.M. O. S.E.U. A.M.O.R. E. O. S.E.U. A.M.O.R. N.A.O. E. O. V.I.C.E.N.T.E.
- Vicente? Ainda preciso saber que história do Vicente é essa.
- Q.U.E.R. Q.U.E. E.U. C.O.N.T.E.
- Não. Você não se intrometa em nada da minha vida, assim espero.
- T.U.D.O. B.E.M. N.A.O. V.O.U. M.E. I.N.T.R.O.M.E.T.E.R. M.A.S. Q.U.A.N.D.O. A.C.O.N.T.E.C.E.R. N.A.O. S.E.R.A. M.I.N.H.A. C.U.L.P.A. E. S.I.M. S.U.A.
- Cada um tem responsabilidade por seus atos, então, tudo o que cometerei, terá minha consciência.
- F.A.L.O.U. A. M.E.N.I.N.A. D.E. 9 A.N.O.S. Q.U.E. B.E.I.J.A.V.A. N.A. B.O.C.A. D.A. K.A.T.L..Y.N.
- Eu só tinha 9 anos.
- E. M.E.S.M.O. A.S.S.I.M. C.O.N.T.I.N.U.A. B.E.I.J.A.N.D.O. S.E.M. C.O.N.T.A.R. N.A. B.O.C.A. D.O.S. 9.6.4. Q.U.E. V.O.C.E. B.E.I.J.O.U. E. .N.A.M.O.R.O.U.
- Isso não te diz respeito. Então, "lamia" o que eu não estou mais acreditando, não se meta.
Solto uma gargalhada bem alta e o Mort me segura pela cintura me beijando e rindo.
- E.S.S.A. F.E.L.I.C.I.D.A.D.E. D.E. V.O.C.E.S. V.A.I. A.C.A.B.A.R. Q.U.A.N.D.O. T.U.D.O. A.C.O.N.T.E.C.E.R. S.E. V.O.C.E. N.A.O. S.O.U.B.E.R. V.O.L.T.A.R. A.T.R.A.S. V.A.I. A.C.A.B.A.R. D.E. V.E.Z. M.A.S. S.E.I. Q.U.E. V.O.C.E.S. A.I.N.D.A. T.E.M. U.M.A. C.H.A.N.C.E. E. P.O.R. I.S.S.O. F.A.R.E.I. D.E. T.U.D.O. P.R.A. A.C.A.B.A.R. C.O.M. A. F.E.L.I.C.I.D.A.D.E. D.E. V.O.C.E.S.
- Mas não vai conseguir, pois quem está comigo é Deus e Ele é mais poderoso que todos da sua legião juntos.
- E. V.E.R.D.A.D.E. M.A.S. E.U. N.A.O. S.E.I. S.E. E.L.E. V.A.I. I.N.T.E.R.F.E.R.I.R. Q.U.E.M. S.A.B.E. E.L.E. D.E.I.X.E. V.O.C.E.S. S.E. P.E.R.D.E.R.E.M.
- Pode ter certeza que não.
- M.A.S. E.U. V.O.L.T.O. P.R.A. M.E. V.I.N.G.A.R. D.E. V.O.C.E. D.O. M.O.R.T. D.A. E.M.I.L.L.Y. D.O. B.E.R.N.A.R.D.O. E. D.A. M.A.Y.A.R.A. E. N.A.O. E.S.Q.U.E.C.E.N.D.O. A. P.E.Q.U.E.N.I.N.I.N.H.A. Q.U.E. E.S.T.A. D.O.R.M.I.N.D.O. V.O.L.T.A.R.E.I. P.R.A. F.A.Z.E.R. M.A.L. A. T.O.D.O.S. E. A. T.O.D.O.S. D.A.S. S.U.A.S. F.A.M.I.L.IA.S.
- NÃO ENVOLTA AQUELES QUE NÃO TEM NADA A VER COM ISSO, ESTÁ OUVINDO? DEUS NÃO PERMITIRIA. EU NÃO TENHO NADA A VER COM ISSO.
- E.S.T.A. C.O.M. M.E.D.O. E.M.
- É CLARO.
- O.T.I.M.O. V.O.U. M.E. A.L.I.M.E.N.T.A.R. D.O. M.E.D.O. D.E. T.O.D.O.S. V.O.C.E.S. M.E.N.O.S. D.O. M.O.R.T. E.L.E. N.A.O. S.E.N.T.E. M.E.D.O. E. T.A.L.V.E.Z. N.A.O. S.I.N.T.A. N.E.M. A.M.O.R.
- Amor, eu te amo. Não ligue pro que ele fala. Ele só está querendo mexer e abalar a gente.
- E.U. V.I.M. P.R.A. C.O.N.F.U.N.D.I.R. M.A.S. E.U. T.A.M.B.E.M. D.I.G.O. A. V.E.R.D.A.D.E. E.L.E. N.A.O. P.O.D.E. A.M.A.R. A. E.X. M.U.L.H.E.R. D.E.L.E. P.E.R.C.E.B.E.U. I.S.S.O. A.N.T.E.S. D.O. F.I.M. D.E.L.A. C.U.I.D.A.D.O. P.R.A. E.L.E. N.A.O. T.E. L.E.V.A.R. P.R.A. J.A.N.E.L.A. S.E.C.R.E.T.A.
- Janela secreta? O que há lá?
- Ele está mentindo amor, ele está mentindo, e mentiu falando que diz a verdade. é mentira. Não acredite nele. Eu não aguentaria te perder.
- Janela secreta é uma história do livro dele.
- Isso mesmo Bernardo. Você já leu?
- Sim.
- Mas, a janela secreta foi inspirada nos momentos que passei com minha mulher. Daí, escrevi sobre a janela secreta. Um dia te levo pra conhecê-la.
- N.A.O. A.C.E.I.T.E. C.O.N.H.E.C.E.R. A. J.A.N.E.L.A. S.E.C.R.E.T.A.
A luz voltou e o triângulo voou longe. Mort veio me abraçar.
- Ei, você não acreditou mesmo nessa história toda não, né?
- Eu não sei Mort.
- Não sabe? E quanto essa história do Vicente? Quando você ia ou vai me contar?
- Mort, amanhã nós conversamos. Durma com as meninas que eu vou pro meu quarto com o Bernardo. Faça isso por mim?
- Vou ficar escrevendo mais um pouco, depois durmo com elas.
- Obrigada. Venha, vamos subir Bê.
Bernardo levanta e me ajuda a levantar. Assim que levanto, Mort estende sua mão. Eu a agarro e o ajudo a levantar, Bernardo segura em sua outra mão e o ajuda também. Todos nós levantamos e Mort guarda o tabuleiro. Ele sorri e me dá um beijo.
- Eu te amo.
- Sério?
Ele olha dentro dos meus olhos.
- Eu te amo de verdade.
Eu sorrio e o beijo.
- Eu não sei, mas, eu acredito em você senhor Mort Rainey.
- E eu não mentiria pra você senhora Rainey.
- Um dia quem sabe...
- O que? Eu mentir pra você?
- Espero que não, mas estou falando desse lance de senhora Rainey.
Meu celular começa a tocar.
- Alô.
- Oi gostosa. Está em casa sozinha?
- Não, estou com sua filha, Em, May, Bernardo e Mort. Porque?
- Ah, seu novo amor, é? Se apaixonou pelo psicopáta foi?
- Não fala assim dele. Todos tem seus problemas, e, antes de você me conhecer, você tinha os seus, lembra?
- Ele também tem?
- O que? O mesmo problema que o seu? Não. Ficamos durante uns 30 minutos fazendo... Ou mais!
- Ah, vocês são porcos agora?
- Não, mas, foi nesse período. Lembra nossa primeira vez? Nem 5 minutos foi.
- Ah, você nem lembra. Você tinha apenas 11 anos.
- É, eu sei. Você se arrepende?
- Do que? De ter feito isso com você?
- É. Estragado minha infância.
- Sabe, é complicado. Porque, de uma forma, você gostou.
- Sim, eu te amo.
- É eu sei. E eu te amo como nunca amei ninguém.
- Pra quantas você disse isso?
- Pra nenhuma. Quero dizer, só pra você e pra sua mãe.
- Mas, você se arrepende?
- Às vezes, quando eu penso em tudo, me arrependo amargamente. Mas aí, vejo seu sorriso lindo e percebo que tudo valeu a pena.
- Valeu a pena ter estragado minha vida?
- Você se arrepende?
- Se eu pudesse voltar no tempo, eu faria diferente... Mas hoje em dia, o arrependimento não é nada em relação a tudo o que já aconteceu.
- Quer parar de me ver?
- Não. Morreria de saudades, e além do mais, não há como voltar no passado. Então amor, é tarde.
- Ainda não é tarde, podemos parar com isso.
- Ei, já te disse, e cumpro minhas promessas, só vou parar de te ver quando achar o homem da minha vida.
Mort chega perto de mim e me agarra pela cintura.
- Amor, desculpa. Me desculpa. Vou sempre te amar.
- Ei, não precisa se desculpar. Eu não entendo porque fez isso, mas agora, não adianta chorar pelo leite derramado.
- Quem é amor?
- Um amigo, Mort.
- Quem está aí?
- O Mort...
- Ah, o psicopáta. Entendi... É ele?
- Não sei... Quem sabe. Agora vou dormir, já é tarde. Beijos. Te amo.
- Te amarei até meu último suspiro... E, não se preocupe, quando for a hora, eu não estarei mais aqui. Só faça uma coisa por mim.
- Diga.
- Cuide da Vyc.
- Claro... Porque não cuidaria?
- Obrigado. Eu te amo meu amor. Beijos.
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Prazer Perigoso
Historical FictionPLÁGIO É CRIME A história começa com uma estudante de psicologia que decide comprar a casa de um escritor. A casa atual dele está em reforma e o mesmo pede um tempo para que sua casa fique pronta. Muita aventura, suspense, terror, romance, sexo e m...