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Por Lauren

Fiz minhas malas e voltei para Los Angeles. Estava arrasada. Bati a porta do carro com toda a força. Subi as escadas correndo nervosa. Henry pagaria caro, cada vez mais caro por ter estragado com minha vida. Com a minha família, com meus estudos e com tudo que eu queria pra mim. Eu o odiei. Era o tipo de pessoa que merecia sofrer!

Entrei em meu quarto e bati a porta. Joguei minha bolsa na cama e fui direto para o banheiro. Antes que eu ligasse o chuveiro ouço minha mãe me chamando. Ela era a primeira pessoa que eu não queria ver naquele momento. Não teria controle para frear minha boca. Estava disposta a xingá-la e esfregar em sua cara toda a sua sujeira. Dizer toda a raiva que tinha dela e de Henry, no entanto, assim que vi seu rosto me senti desarmar.

Ela estava com semblante calmo e os olhos estavam inchados. Claramente havia chorado.

- O que houve?- Perguntei desmontando-me.

-Não se preocupe. Como foi a viagem?

- Tranqüila!- Menti.

-Que bom! Vou pedir que preparem algo pra você comer...deve estar com fome!

Ela estava falando sério? Era ela mesmo?

-A senhora está bem?- Insisti.

- Não se preocupe Lauren! Vou ficar bem! - Disse saindo.

Ela não estava bem. Disso eu tinha certeza. E só podia ser culpa de Henry. E incrivelmente o odiei por isso também. Provavelmente ela descobriu que Henry estava com outra em NY e estava sofrendo por isso. Eu só consegui odiá-lo mais. Deveria gostar de ver minha mãe sofrer por ele, mas pelo contrário. Eu só o odiei mais por fazê-la sofrer também.

***

O fim do primeiro semestre aproximava-se e eu estava atolada de provas, relatórios e seminários. Os orientadores não deixavam por pouco, e a cada dia havia mais trabalho a fazer. Passava os dias na UCLA e organizando meu apartamento para em breve me mudar. Não voltara a ver Henry desde o ocorrido, e também evitei cruzar com o pessoal do grupo de estudos para não me perguntarem o que houve. Eu não saberia o que responder. Sabia que ele e minha mãe continuavam a se encontrar as escondidas o que fazia com que eu os odiava a cada segundo. Uma ou duas vezes discutimos e eu joguei em sua cara sobre seu amante. Ela mais uma vez debochou e ironicamente disse pra eu parar de ler contos de fadas.

"Já disse que eu não sou a bruxa nessas suas histórias! "-disse ela.

Havia se passado uma semana desde o ocorrido em NY e eu estava na biblioteca da universidade estudando para uma prova. Não esperava vê-lo, no entanto de longe avistei sua estrutura máscula desenhada por trás do vidro. Ouvi a voz e tive certeza de ser ele. Não queria que ele me visse, pois não sei qual seria sua reação. Permaneci encostada na vidraça e não podia compreender o que estava a se passar. De onde eu estava Henry não me veria e eu poderia ficar ali tranquilamente em segurança.

Uma inquietação horrenda tomou conta do meu corpo. Tremia e suava frio. Meu coração palpitava acelerado pelo simples fato de saber que Henry estava a poucos centímetros de mim. Mais que isso, uma felicidade boba fez me sorrir ao ouví-lo conversar com a bibliotecária.

A lembrança do toque de sua boca dançou em meus pensamentos. Alisei os dedos pelos meus lábios na tentativa de reviver aqueles momentos em que o beijei e ele retribuiu de maneira tão ávida. Suspirei inquieta por relembrar-me que ele não estava dopado, portanto aquele beijo havia sido real, e sabia que ele havia sim beijado-me com tanto desejo como nenhum outro homem fizera. Não estava sobre efeito de nenhuma substância e isso me enlouquecia. Não entendia o porquê de ele ter me beijado se estava consciente. E eu sabia que não havia sido um sonho, ou uma impressão por causa do "boa noite cinderela" que eu acabei tomando.

Perigosa Atração (2°Livro)Onde histórias criam vida. Descubra agora