Hardcore Man

Capítulo 8 - I know

POV VIOLLET DESIRÉ

A dor latejava, minhas têmporas doem na mesma intensidade que o fundo dos meus olhos enquanto sinto aquela acidez no estômago. Todo o meu corpo pedia pra que não levantasse da cama, estava pesado, dolorido e aquele marasma me deixa ainda mais enjoada. Não sabia quanto tempo tinha ficado jogada embaixo do chuveiro, meus cabelos ainda estão úmidos e a claridade invadia o quarto, fazendo com que meus olhos doessem um pouco mais.

Tento me levantar, e tudo ao meu redor parece tirar. Meu estômago revira e a única coisa que presto atenção no momento é que minha cachorra sobe na cama e tenta lamber o meu rosto.

Jimin estava comigo, não estava? Ele tinha sumido
Passo a mão esquerda no rosto esfregando os olhos.

— Vivie?  -a voz dele estava próxima, mas eu não o via — Amor, está tudo bem?

Olho para trás atordoada, vejo que ele estava sentado na poltrona com seu celular nas mãos e usando o óculos de grau que tanto abominava, pisco os olhos algumas vezes me acostumando com a claridade do local. Jimin apontou para a mesa de canto, onde tinha uma garrafa de água e uma xícara de chá ainda quente ao meu lado. Arruma as hastes do óculos no nariz e suspira ao levantar do seu local confortável.

— Que horas são?

— Deve ser duas da tarde, eu acho. -dá de ombros e me entrega a garrafa de água.

— Não foi trabalhar? -estreita os olhos como se pudesse me fuzilar com eles, passa a mão direita na calça do pijama que usava e balança a cabeça negativamente. Jimin, estalou a língua no céu da boca demonstrando descontentamento.

— Como poderia? -arrasta a voz em um tom firme — Você estava mal e eu não vou te deixar assim.

— Não precisa se preocupar comigo. Eu estou bem! Sei que tem mais coisas para administrar do que a ressaca da sua "esposa". -murmuro a palavra esposa, colocando a garrafa na boca.

Park sento do lado meu lado, pegou a xícara de chá e me ofereceu como se eu fosse obrigada a tomá-lo.

— Eu tenho um presente para você.

— Nossa! Presente? Então fico de ressaca e ganho presentes?

Pego a xícara de suas mãos, seguro devagar tentando não queimar a ponta dos dedos. O homem inclinou um pouco o tronco em minha direção, juntou os lábios devagar assoprando o líquido na xícara. Engulo minha própria saliva ao perceber que seus olhos dissimulados deram vida por baixo dos óculos de grau. Jimin estende os lábios em um meio sorriso, como se uma criança inocente.

— Viollet, tenho sido bem mesquinho ultimamente e eu quero me desculpar com você. -sua ladainha de homem correto iria começar! Tomo um gole do chá e franzo o nariz, o cheiro era horrível e o gosto ainda pior, tão amargo e nenhuma gota de mel adicionada. Sinto meu estômago revirar, fazer um barulho que me deixa um pouco desconfortável.

Alguns flashs da noite anterior passaram na minha cabeça quando Jimin ousou tocar em minhas coxas desnudas, usando apenas uma camisa sua que cobria até um pouco mais. Esfrega suavemente os dedos fazendo uma pressão, bebo um pouco mais o chá e deixo a xícara de lado. Eu lembro do que disse aquela noite, lembro exatamente como ele tentou me calar quando falei, agora sabia que colheria os frutos daquele deslize. Seu discurso politicamente correto iria arruinar o pouco de sanidade que me restava.

— Qual é o presente? -interrompi — Eu não quero saber de coisas que já sei, não sou nenhuma adolescente pra tomar sermão por uma bebedeira.

— Porque te daria um sermão? Você é adulta.