Mantive a pose de que nada poderia me abalar, nem mesmo a sua reação após minha saída.
Jimin me seguiu até em casa com seu carro, tentou ser breve em palavras tão exdrúxulas na garagem onde fingi que não estava ouvindo nenhuma das atrocidades que saíram da sua boca. Eu ignorei! Sua opinião não me incomodava, não atingia nenhum ponto fraco que me fizesse voltar atrás e pedir desculpas.
Aliás, do que deveria me desculpar. Por agir da mesma maneira que ele? Ou por ter procurado um advogado pro divórcio. Não seria plausível, muito menos coerente voltar atrás com o que fiz.
Já tinha acabado.
Sigo as escadas de casa enquanto seus passos me acompanhavam no súbito silêncio. Não me sentia envergonhada, em hipótese alguma! Mantenho minha a cabeça erguida com a certeza de que tomei a decisão coerente.
Jimin tinha deixado claro que o problema sou eu em boa parte dos seus e-mails, agora ele não teria mais que lidar com esse problema.
Sento na beirada da cama, abaixo o tronco para tirar os sapatos. Seu corpo está bem de frente ao meu, Park permanece com as mãos no bolso a poucos centímetros de distância, olhando em minha direção com uma expressão derrotada. Levanto a cabeça e o vejo com o maxilar travado, ele não aceitaria perder aquela batalha, muito menos ter se exposto daquela maneira. Parece que procurava as palavras certas pra me atingir.
O único momento em que me dei conta de que tinha ultrapassado o limite da razão, foi quando o vi chorar de joelhos no chão. Foi algo inesperado, afinal de contas ele era o machão alfa que não se importava com o sentimento alheio, reprimia o que sentia até explodir uma única vez. Em toda a vida que tivemos juntos, as únicas vezes que o vi chorar foram em três ocasiões distintas: Na sua graduação, quando teve o diploma em mãos e sentiu que todo o esforço valeu a pena, o vi desmanchar em lágrimas de alegria, de alívio por chegar onde queria. Em nosso casamento, quando meu pai recusou-se entrar na igreja por motivos óbvios, ele odiava o fato de Jimin ser asiático, odiava que ele tivesse menos que a nossa família e tratava tudo aquilo como um grande circo de horrores. Ele chorou ao me ver entrando sozinha, sem nenhuma lágrima nos olhos e com orgulho que transbordava no peito por me tornar sua mulher. E a terceira vez, foi quando tivemos nossa primeira briga, algo tão bobo que acabou transformando aquilo em uma guerra, opiniões diferentes sobre a reforma da casa, aquela tinha sido a primeira discussão intensa que tivemos a ponto de passar alguns dias sem trocar míseras palavras. Ele chorou, chorou pedindo desculpas e me prometeu que seria um homem melhor e jamais em toda a sua vida levantaria a voz pra mim de novo.
Agora, eu poderia adicionar a quarta vez. A que ele chorou por receber os papéis do divórcio enquanto assistiu a mulher beijar a amante. E pensar nessa quarta situação me deixa um pouco amolecida, eu o magoei da pior forma possível.
— Como a conheceu? -quebrou o silêncio em um murmúrio.
— Internet. Foi fácil saber onde ela estava e não foi tão difícil conseguir atenção. -deito o tronco na cama colocando os pés para cima, dando impulso para que ficasse deitada no meio dela. Me sentia esgotada mentalmente.
— Conseguir atenção?
— Eu percebi que ela estava mais interessada em mulheres naquele bar do que em homens. -suspiro — Acredite você ou não, eu sou bonita. Seria uma surpresa se ela achasse o contrário.
— O que você quer com isso?
— O divórcio.
— Poderia ter me pedido em vez de fazer toda essa cena. -arfou derrotado, tira as mãos do bolso e logo em seguida o blaser. — Você me humilhou.
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Hardcore Man
FanfictionViollet Desiré é uma esposa completamente apaixonada pelo seu marido. E jamais cogitou que seu casamento estava entrando em um abismo, até aquele dia... No aniversário de casamento, descobre que a vida a dois não é aquele conto de fadas que ela idea...