Capitulo 97 - heavy truth

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Os corredores do hospital não são tão assustadores quando precisava respirar sozinha. Ultimamente aquelas luzes brancas me deixavam confortáveis, o audiente para me sentir "em casa".

Eu tinha medo pelos próximos meses.

Tinha medo de que meu corpo não aguentasse e acabasse tornando aquilo mais difícil. As vezes me pergunto como uma coisa que parecia ser um sonho, tinha se tornado meu maior pesadelo.

O medo aumentava com as semanas que se passavam, algumas eu estou bem, em outras algum problema reaparece. E voltasse a estaca zero.

Apoio minha mão direita contra a parede do corredor, e a outra apoio na lombar respirando fundo. O cansaço pelo mínimo esforço me faz sentir como se eu fosse uma inútil.

Acabo minha caminhada no lugar que gostava de visitar todas as vezes que vinha até aqui. O berçário. Por trás daquele vidro existiam seres, que desconhecia de todas as coisas do mundo, carregados pela inocência e o espírito angelical que rondava cada um deles, e algo mágico. Especial.

Gostava de olhar pra eles e imaginar quando seria a minha vez, de ir até lá dentro e pegar meu bebê nos braços. Mas, o medo me rondava como se não fosse possível chegar até essa fase, e de alguma maneira minha vez de entrar lá, nunca chegasse...

A sensação é dilacerante, eu não sei se... estaria lá com ele no final de tudo. Me sinto aflita, sem esperanças e tenho que me agarrar aquela imagem, de que a vida é frágil, mas, que eu conseguiria superar tudo aquilo.

- Viollet? -a voz de Kim não me atrai, mantenho os olhos fixos no berçário. - Temos que ir, querida. -fala amigável. Toca em meus ombros com ternura e afaga. - Faltam só três meses. Não seja tão ansiosa, meu amor.

A forma em que ele me trata acaba comigo. Porque é como se não tivesse acontecido nada entre nós dois. Me conformo, olho para ele e estico os lábios em um sorriso tímido. Não poupo a sua ajuda, seguro em seu braço enquanto faço um pequeno esforço.

Meus pés estão mais cansados, meu corpo pesava e doía, estava cada vez mais inchada. E recusar o apoio do seu braço me custaria caro mais tarde.

O caminho até o estacionamento é tranquilo, até que eu consigo ver um carro conhecido. Meu coração acelera, sinto a palma das mãos suarem ao apertar o braço de Kim. Não foi proposital, ele não tinha me visto do outro lado, e não estava desacompanhado.

Por muito tempo a presença daquela mulher me assustava, eu tinha um ressentimento enraizado no meu coração por todas as coisas que aconteceu durante o meu casamento. Mas, naquele momento eu me senti feliz por vê-la, me senti grata por estar ali ao lado dele.

Solto do braço de Taehyung e vou na direção do seu carro, antes que ele entrasse com a ajuda da mãe.

- Jimin? -o chamo, seu rosto virou rapidamente na direção da minha voz como se soubesse exatamente onde estava. O sorriso dele faz seus olhos desaparecem no rosto, formam uma pequena linha. Ele não senta no banco do carona, levanta como se não tivesse com os dois braços ainda imobilizados é vem em minha direção. - Jimin! -o abraço com receio, com medo de machuca-lo. - Você está bem! -meus olhos marejam ao tê-lo, ali perto de mim.

Seus cabelos não estava loiro, deixou os fios curtos e assumiu a cor natural. Aparentemente o sorriso disfarçava algo além dos braços imobilizados, e eu sentia aquilo no fundo da minha alma.

Hardcore ManOnde histórias criam vida. Descubra agora