Capítulo 25 - fake friends real fucks

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Os dias são maçantes, as horas passam vagarosamente tornando cada segundo uma tortura. Aquele silêncio na cozinha continua sendo um incômodo, a casa vazia ecoava minha voz ao falar um pouco alto. E eu tive que lidar comigo mesma, enquanto tentava reafirmar que aquele tempo me faria bem.

Deixo minha xícara de chá em cima da pia, me inclino para acariciar minha cachorra e respiro fundo.

Há exatamente quatro meses, Jimin me convencia de ir para o trabalho mais cedo, com um sorriso no rosto e aquele ar descontraído. Falava que aquela minha paranoia de que as pessoas precisavam gostar de mim, fosse superada quando os funcionários do setor que eu estava se acostumasse com a minha presença. A vaga lembrança de suas palavras me causa uma nostalgia, algo que deveria ter afastado imediatamente.

Ele não tinha me ligado, não tinha me procurado. Pegou suas malas e aceitou o fim. E era a coisa certa a se fazer. Dani tentou me explicar uma semana depois os estágios da separação, o quanto aquilo me atingiria e me direcionou a forma menos danosa.

Na verdade, não existia essa forma. A separação sempre será dolorosa, os danos sempre serão maiores quando existia sentimentos. E isso era algo que não faltava.

Tive que aprender durante esse tempo a afastar tudo aquilo que me puxava de volta para o começo. Me isolei durante um tempo porque todas as coisas fora de casa me remetiam a ele. Tentei não entrar naquela fase medíocre de sair por aí procurando uma aventura ou sexo sem compromisso para suprir aquele vazio. Essa era a única fase que eu definitivamente não queria passar, porque agora, sexo não era apenas sexo pra mim. Era um tipo de compromisso, era uma lembrança de que aquele ato pode machucar a outra pessoa envolvida.

Essa etapa tive uma ajuda inesperada, aquele homem que eu tinha criado um tipo de amizade me fez enxergar por outra perspectiva. Graças a ele, me senti segura em manter aquela postura, sem me apressar com nada. Kim Taehyung, não estava de fato no mesmo país, não nos encontrávamos desde aquele dia, mas, ele fez questão de ligar quase todos os dias. -mesmo que seu fuso horário fosse diferente.

Inicialmente pensei que todas as suas ligações fossem apenas intencional, ele queria sexo, eu estava disponível. Poderíamos ter feito, e estaria mentindo se dissesse o contrário. Já que isso não saiu da minha cabeça por um tempo até que na quarta ligação o flerte tinha acabado e nos restou nada, a partir desse ponto, as conversas tomaram um rumo diferente.

Eu não poderia mentir.

Sentia falta de Jimin a cada maldito dia que se passava, sentia falta de todas as suas manias, suas paranóias e com certeza sentia falta da sua voz ao acordar. Isso era tão estranho, minha cabeça sempre esperava alguma notícia ruim, pensava em como ele iria se virar caso tivesse uma crise alérgica, como alguém iria cuidar dele. Me sentia um fracasso como esposa, um fracasso como mulher e se minha mãe pudesse me ver agora, jogaria na minha cara que eu não segurei um homem por tanto tempo, que em algum momento outra viria e tomaria meu lugar. Ela odiava Jimin, e odiava ainda mais o fato de ter uma filha solteira.

Mais uma vez estava sem saber o porque minha vida está se desmanchando como um castelo de areia.

A culpa não era minha, nem dele. Talvez estivéssemos entediados demais um com o outro. Park procurou outro tipo de diversão e eu acabei caindo em minhas próprias conclusões, passando meu tempo em um mundo cheio de paranóias. Eu não dava o que ele queria e nem ele me dava o que eu precisava. E assim acabava aquela história de amor. Com um divórcio!

Imagino que a senhora Park deva estar feliz agora.  Seu filho poderia finalmente se "arranjar" com qualquer uma mulher que fosse de sua cultura, entrasse nos requisitos da família.

Meu celular vibra em cima da mesa, continuo sentada com as mãos embaixo do queixo apoiando o rosto. Olho fixamente para o lado de fora pela parede de vidro. Vibrou mais uma vez e eu decido olhar pela tela. Minha advogada mandou mais de três mensagens falando que a entrada na papelada já tinha sido concluída, em menos de um mês estaria livre como se nada tivesse acontecido.

Hardcore ManOnde histórias criam vida. Descubra agora