Hardcore Man

Capítulo 45 - Cold Sweat

POV KIM TAEHYUNG

Arrumo a gravata pela segunda vez na frente do espelho, minhas mãos estavam um pouco trêmulas e sentia uma pequena pontada em meu estômago. Uma ansiedade me tomava como se nunca tivesse feito aquilo, na verdade, parece que a pressão aumentava por ser algo tão importante pra ela.

Eu tentei fugir, por motivos óbvios. Jamais levaria meu irmão para conhecer a minha namorada, e muito menos ele poderia imaginar que minha namorada já tinha um outro namorado. Além desse mero adereço, o moleque só sabia se enfiar em problemas e eu não quero que nenhuma das suas tentativas de chamar atenção do nosso pai, respingasse em alguém importante pra mim.

De certo modo, tinha que respeitar a decisão do meu pai.

Aquele homem era um problema para nossa família, ele jamais seria como nós.

Jungkook sempre tentou chamar atenção de uma maneira errônea, sempre foi aquele que preferia torrar o dinheiro da família em coisas fúteis do que usá-lo para aprimorar algum conhecimento -se é que aquele moleque tinha conhecimento-. Ele nunca quis um trabalho na indústria, nunca se dispôs acompanhar o pai em alguma transação e nem gostava de aparecer ao nosso lado.

De alguma maneira, seu nome tinha ficado manchado lá fora. Quando se envolveu mais de duas vezes em lutas clandestinas e uma delas resultou em uma prisão. Minha mãe teve que desembolsar uma quantia exorbitante para o bastardo não sair pela terceira vez nos jornais como o garoto problema, todas as vezes que isso acontecia sofríamos uma pequena queda nas ações asiáticas, o que era bastante significativo para nós. Afinal de contas, o mercado de lá ainda nos rendiam 40% dos lucros e qualquer escândalo desse gênero poderia ser fatal.

Foi exatamente por esse motivo, que meu pai teve a brilhante ideia de cortar todo o dinheiro de Jeon e trancafia-lo dentro de casa. O que não deu muito certo, por isso, me fez sair dos Estados Unidos para dar um corretivo no infeliz.

A brilhante ideia foi tornar Jeon Jungkook meu assistente pessoal durante dois meses, até que ele começasse a criar um senso de responsabilidade. Essa tinha sido a solução que encontrou, e seria sua última chance antes de ser deserdado para sempre da família.

Eu torcia pra que isso acontecesse, pra que esse infeliz nunca mais nos metesse em confusão. Que de uma vez por todas desaparecesse de nossas vidas assim como entrou do nada.

No entanto, não era mais um adolescente brigando por espaço ou atenção, muito menos por dinheiro, já tinha a minha vida fora de casa e criado o meu próprio legado. O dinheiro da minha família não me interessa, porém, o sobrenome se sobressai e eu tinha a obrigação de mantê-lo.

Incialmente eu neguei, e me foi jogado na cara alguns problemas do passado. O que me ligava diretamente a Jungkook, como um modelo a ser seguido.

A verdade é que ele me odiava, na mesma intensidade que eu o repudiava amargamente e aquela ideia tornaria a convivência insuportável.

Eu tomei um calmante antes de ir, engoli o comprimido com uma boa dose de conhaque e tentaria me manter sossegado enquanto arrastava Jungkook de um lado a outro como se fosse gêmeos siameses.

O moleque me aparece com uma roupa fora do padrão, botas que o deixava mais alto além dos piercings no rosto. Eu quase cogitei a ideia de entregá-lo meu cartão de crédito e o deixa solto por Seattle, mas, de uma maneira estranha ele preferiu me acompanhar aquela noite.