Capítulo 17 - Company

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Contei os primeiros dias como uma fase de superação. Eu não liguei, não procurei saber por terceiros e nem ao menos senti vontade de atender suas ligações. Depois de quatro dias sem saber como as coisas estavam a minha cabeça começa a funcionar de um jeito diferente, penso que tudo de ruim poderia ter acontecido com ele, que eu estou sendo severa demais em ignora-lo e é depois do décimo oitavo dia, que não aguento mais!

Eu me lembro de todas as nossas brigas e como nós resolvemos em seguida, e aos poucos me sentia cada vez pior. Virar em uma cama e não o vê do meu lado, puxar os lençóis e não ouvir sua voz sonolenta reclamando. Eu teria de me acostumar a fazer isso! Eu tinha que permanecer assim, por um bom tempo.

Afinal de contas, o divórcio sairia no começo do próximo mês e eu não deveria em hipótese alguma hesitar.

Aperto ainda mais a xícara de chá nas mãos, sentindo as palmas queimarem um pouco. Dani estava provando uma das suas novas botas por encomenda, ela pisava forte a ponta do salto testando se a incomodava.

— Como consegue? -coloco a xícara na mesa — São 20 centímetros. Está parecendo a Lady Gaga.

— Quero parecer uma vagabunda. -anda um pouco pela cozinha testando a flexibilidade que teria. — Deve ser disso que gostam.

— Você vai? -estreito os olhos a encarando. Era estranho. Dani recebeu uma correspondência com o mesmo cartão que encontrei na roupa de Jimin. Não tinha nada além de uma frase digitada que parecia um pouco confusa.

"vamos rir das borboletas douradas"

E o cartão estava grudado embaixo dela. Dani era curiosa, xereta ao ponto de comprar roupas novas e dizer que iria naquele dia indicado atrás do cartão, são coordenadas e não um endereço qualquer. Demorou dois dias para que ela conseguisse decifrar aquilo, até que se convenceu de que veria com seus próprios olhos. A sua desculpa foi: — Eu vou saber como funciona tudo, estou curiosa.

No fundo eu sabia que sua curiosidade passava muito além do que colher informações para me contar. A ideia de ser convidada pra um encontro era convidativa, no fundo, a curiosidade seria despertada mesmo que alguém já tenha dito pra não se meter com eles.

— E se Jimin estiver lá? -ela senta na cadeira ao lado e começa a puxar o zíper, as botas vermelhas vão até suas coxas, acompanhada das botas de couro, tinha seu mini vestido na mesma cor.

— Ele não vai te reconhecer. Olha essas roupas, tem certeza de que não é um pouco "muito".

— Deve ser um desses encontrinhos bdsm. Já fui em um e a maioria se veste dessa maneira.

— Um encontro do outro lado da cidade e que você precisa manter sigilo, não me parece apenas um encontrinho comum.

— Quer ir?

— Não! -ergo as mãos na frente do corpo — Isso não é um convite aberto a outras pessoas. Além disso, Diane me falou que não e fácil sair.

— Diane, Diane, Diane. -resmunga — Você sempre fala nessa puta.

— Ela não estava mentindo quando falou sobre isso. Olhe só você! Foi convidada, então isso significa que de fato existe.

— Pode até ser. Mas, não vai passar do que eu falei. Ethan me disse que é um mito, essa sociedade só abre as portas pra novatos em ocasiões especiais. Reuniões aberta a convidados de membros.

— Ethan só contou pra você o que eles eram, tenho certeza que é pura especulação daquele fofoqueiro. -me olha estranho quando estava rindo das suas palavras. Coloco a xícara na boca e bebo um pouco do chá.

Hardcore ManOnde histórias criam vida. Descubra agora