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Camila? Como assim Camila? Será que é a Cabello?

Me:
Desculpa, que Camila?

Número desconhecido:
Cabello, Camila Cabello.

Puta que pariu, como ela conseguiu o meu número?

Me:
Como conseguiu meu número?

Número desconhecido:
Lívia me passou para te avisar.

Meu coração está batendo forte demais.

Me:
Oh, certo, Obrigada.

Número desconhecido:
De nada, Logan.

Me:
Logan?
Aqui é a Lauren.

Número desconhecido:
Lauren? Lauren Jauregui?

Me:
Sim.

Número desconhecido:
Puta que pariu é você mesmo?

Me:
Claro, achou que era quem?

Número desconhecido:
Meu Deus não acredito, a Lívia disse que era o número do Logan.
Ela mentiu aquela puta.

Me:
Melhores amigos fazem isso rsrs.

Número desconhecido:
Verdade.
Como você está?

Me:
Estou bem, e você?

Número desconhecido:
Estou bem também.

Guardei meu celular porque não tinha mais o que falar. Confesso que estava nervosa com a conversa, foram quatro anos sem se falar e do nada Puff, ela me manda mensagem. Tudo bem que o destinatário não era eu né, mas...

O filme já tinha acabado, então decidi dar uma volta na cidade, subi para o quarto indo direto para o closet. Peguei uma calça jeans escura, camisa xadrez azul com bordas pretas e um vans azul escuro cano médio, troquei de roupa permanecendo com a camiseta do Paramore e colocando a Camisa por cima. Fui no banheiro, escovei os dentes e passei uma maquiagem leve, peguei carteira, e chaves do carro saindo de casa.

As ruas de Londres estavam calmas neste domingo, no carro só se escutava a música One of us. Tinha um pequeno parque logo a frente, então estacionei em uma das vagas, peguei o maço de cigarro no suporte do carro e desci caminhando em direção a alguns bancos que tinham perto de uma árvore, me sentei e peguei um cigarro do bolso logo acendendo.

Comecei a observar as pessoas que estavam ali, tinha apenas algumas crianças já que estava de noite. Havia pessoas sentadas lendo, outras flertando e casais apaixonados. Tinha um em especial, era um casal de idosos que estavam sentados à poucos metros de mim, a senhora tinha um sorvete em mãos e gargalhava toda vez que seu marido tentava pegar um pouco do sorvete. Me peguei pensando se um dia iria encontrar alguém que pudesse compartilhar cada momento ao meu lado, me apoiar e brigar quando fizer algo idiota. Será que daria certo se Camila também gostasse de mim?

Sorri negando com a cabeça.

Cada idéia.

Traguei o cigarro uma última vez e o  joguei em um cinzeiro que tinha ali perto. Levantei do banco caminhando para fora do parque e avistei um bar em uma esquina, não pensei duas vezes e fui em direção ao estabelecimento logo entrando. O lugar era bem iluminado com luzes coloridas, fui em direção ao balcão e pedi uma cerveja para o garçom que logo trouxe. Comecei a beber e senti meu celular vibrar no bolso, vi que Austin estava ligando.

- Eu vou matar você idiota - disse quando atendi.

- E esse amor todo por mim? - riu.

- É sério Austin, que porra foi essa da Lívia dar meu número para Camila me mandar mensagem?

- A Lívia fez isso? - perguntou - Eu amo minha noiva - começou a rir.

- Cala boca idiota - bebi mais um pouco da cerveja.

- Laur acho que está na hora de vocês conversarem como duas adultas né.

- Eu sei Aus, mas eu fiquei surpresa quando ela me mandou mensagem né.

Eu sei que você ainda gosta e sente a falta dela.

- Claro que não Austin, eu posso até sentir a falta da amizade dela - disse pegando a cerveja e saindo do bar acenando para o garçom - Mas eu não gosto mais dela e eu tenho a Diana que é linda.

- Claro, ela é a cara da Camila e só transa com você.

- Austin.

- Ok Laur - suspirou - Então, sexta é para você estar aqui.

- Eu sei, ela me avisou - entrei no carro.

- Certo, vou dormir, amanhã a gente se fala.

- Ok, até amanhã - desliguei.

Liguei o carro e voltei para a casa pensando em como vai ser encontrar todo mundo de novo, estava com saudades do meus pais e amigos, eu não via eles desde que fui para Miami a menos de três meses. O trabalho e a faculdade pegavam pesado, principalmente a faculdade que duas vezes na semana, eu tinha que fazer alguns trabalhos em hospitais,  então era difícil ir sempre.

Cheguei em casa e fui direto para o meu quarto, olhei para o canto e vi meu teclado que eu não tocava a um tempo. Eu costumava tocar meu piano que está na casa de meus pais, na verdade, eu costumava tocar quando Camila ficava em casa. Lembro-me que ela levava seu violão e a gente tocava várias músicas juntas.

Me sentei no banquinho em frente ao teclado e peguei meu celular procurando alguma música para tocar, na playlist estava Friends do Ed Sheeran. Procurei a cifra da música na internet e coloquei meu celular no suporte que tinha no teclado.

Play

Comecei a tocar a música me sentindo um pouco enferrujada, eu não tocava diariamente como antes, mas estava me saindo bem.

Uma vez Camila tocou e cantou essa música em meu quarto, foi nesse dia que percebi que era completamente apaixonada por ela.

Apaixonada pela Jovem garota dois anos mais velha que eu, a garota que conseguia ser fofa e sexy ao mesmo tempo, a garota de mente incrível, inteligente e simpática, a garota bonita de traços latinos, a garota atrapalhada e que fazia piadas sem graça, a garota que tocava violão em meu quarto em um sábado estrelado, a garota dos laços, a garota ciumenta.

A garota que quebrou meu coração.

Terminei a música com os olhos um pouco marejados, não poderia negar que sentia a falta da latina e que talvez sentisse algo por ela, mas não admitiria em voz alta.

Peguei meu celular do suporte e troquei de roupa colocando meu pijama, fui para o banheiro fazer minha higiene noturna. Depois de tudo feito fui para minha cama dormir. A semana seria cheia e eu estava ansiosa para voltar a Miami.

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