Lauren P.O.V
O dia amanheceu fechado e friento na segunda-feira, é onze horas da manhã e tenho que levantar para almoçar com Austin e Veronica.
Sai da cama e fui ao banheiro fazer minha higiene matinal, aproveitando para tomar um banho. Sai do banheiro e peguei uma camisa xadrez azul e preta, uma calça escura e meu vans azul escuro.
- Ótimo - terminei de passar o batom vermelho e sai de casa indo pegar um táxi.
O restaurante não estava muito cheio, a chuva fina caia lá fora e eu já estava ficando impaciente esperando meus amigos.
- Ela brigou comigo só porque eu não coloquei a tampinha na escova, acredita? - escutei a voz incrédula de Veronica atrás de mim.
- Você está totalmente amarrada Vero - disse Austin - Oi branquela - o rapaz beijou minha testa sentando em minha frente.
- Fala Jauregay - Vero beijou meu rosto e se sentou ao lado de Austin.
- Por que demoraram tanto? - questionei brincando com o palito de dente na mesa.
- Eu tinha esquecido minha bolsa no escritório, aí tive que buscar - Vero deu de ombros.
- Que cara é essa? - Austin perguntou.
- A única que tenho - respondi.
- Está com o cu virado - Vero riu - Acordou agora né?
- Onze horas - dei de ombros.
- E a faculdade? - questionou Vero.
- Está em reforma, volto no final do mês que vem e fico lá até dia vinte e três de dezembro.
- Nossa - Vero fez uma cara engraçada.
- Sorte a nossa que vamos parar, a gente adiantou muita coisa antes da reforma, quando voltarmos, vamos fazer apenas aulas práticas - sorri - Vai ser mais divertido.
- Você vê essas coisas do corpo humano e tals? - perguntou Austin.
- Sim - dei de ombros.
- Vai se especializar em algo ou vai ser clínico geral?
- Pediatria - sorri largo - Eu amo crianças, e cuidar delas vai ser uma honra.
- Sabemos que sim - Vero sorriu sincera.
Uma moça trouxe nosso almoço e comemos em uma conversa animada, falando sobre tudo o que nos vinha a mente. Depois do almoço os dois ainda tinhas alguns minutos antes de voltar ao trabalho, então decidimos ir ao parque que tinha ali perto.
- Eu não sei cara, a Lucy ainda tem vinte e um anos e eu dezenove, acho cedo - explicou Vero comendo seu sorvete.
- Eu e Livia também temos vinte e um - Austin deu de ombros.
- Vinte e dois - falei.
- O que? - perguntou.
- Você tem vinte e dois, animal - dei um tapa fraco em sua cabeça.
- Ah é - sorriu.
- Mesmo assim Aus, nós não terminamos a faculdade ainda - suspirou.
- Vero, você não precisa planejar as coisas antes de se casar, claro que não vai ser fácil dividir uma casa a dois, ir ao trabalho e a faculdade. Mas pensa, Lucy é a mulher da sua vida, e não tem nada mais gratificante que compartilhar as dificuldades, alegrias, tristezas, ou qualquer outra coisa, com a pessoa que ama - Austin sorriu - Eu digo isso porque é o que estou vivendo, Livia é a mulher que amo, tudo que queríamos era nos casar e viver em nossa bolha particular, e olha só, estou casado, muito feliz e ainda não terminei a faculdade.
Continuei comendo meu sorvete olhando Veronica que estava concentrada no que Austin disse.
- O que você acha Laur? - ela me perguntou.
- Eu concordo com ele - dei de ombros - Digo, você não precisa pensar na idade e tals, o que basta é o amor, o respeito e a lealdade. Se vocês se amam, se respeitam e são leais uma com a outra, perfeito, é isso que basta - sorri - Mas estou ficando nervosa, meus amigos estão casando e eu estou ficando para trás. Daqui a pouco vem Trolly e Norminah dizendo que irão casar também.
- Ficando para trás porque quer, Camila está aí - disse Vero.
- Verdade - concordou Austin roubando um pouco do meu sorvete.
- Está na hora de vocês voltarem, não é mesmo? - disse olhando em meu relógio - Olha, está mesmo, tchau.
- Por que você sempre foge do assunto Camren? - perguntou Vero e Austin me olhou cúmplice.
- Eu não fujo, só não tenho nada para falar.
- Sei - estreitou os olhos - Sua sorte que eu tenho que trabalhar - beijou minha testa - Até outro dia.
- Tchau Laur - Austin me abraçou apertado.
- Tchau - joguei o pontinho de sorvete no lixo.
Continuei sentada no banco que estávamos antes, olhando as pessoas no parque e tentando adivinhar o que elas estavam pensando ou como seria a vida delas.
- Ora, ora, ora, se não é Lauren Jaquregui - ouvi umas voz conhecida ao meu lado fazendo meu coração disparar - Não vai falar comigo, priminha?
Virei minha cabeça para o lado encontrando o homem dezesseis anos mais velho que eu me encarando sinicamente.
- O que faz aqui? - perguntei me afastando dele.
- Ué, eu me mudei para Miami - sorriu - Legal né?
- Bom para você - me levantei do banco sentindo minhas pernas bambas.
Esse pesadelo de novo não.
- Aposto que tia clara te deu educação priminha, não vire às costas para mim.
- Cala a boca Leonardo - virei de frente para ele - Eu tenho nojo de você.
- Léo, amor - apareceu uma mulher atrás dele com uma menininha no colo - Você sumiu e eu não te achav...ah oi - ela me olhou sorrindo.
- Olá - sorri de volta.
- Paty, querida, essa é Lauren, minha prima - ele abraçou a mulher de lado - Lauren essa é minha esposa e essa pequenina é minha filha.
Esse imbecil tem uma família.
- Muito prazer - a mulher me deu a mão e eu apertei - Você é muito bonita.
- Claro que é querida, ela é uma Jauregui - o homem sorriu convencido.
- Aí Léo, fica quentinho - a mulher riu.
- Desculpa, mas eu tenho um compromisso - falei - Foi bom conversar com vocês.
- Vai lá priminha, talvez eu vá visitar meus tios - sorriu sínico.
- Claro - sorri forçado me virando para sair dali.
- Até mais priminha, me aguarde - escutei sua voz.
Eu saí o mais rápido possível do parque chamando um táxi que passava pela rua, o trajeto não demorou muito e eu ja estava entrando dentro de casa trancando tudo o que tinha direito de trancar.
- Filho da puta, desgraçado - dei um soco na porta do quarto - Aí merda - resmunguei.
Um monte de coisas passava na minha cabeça depois desse encontro, ele não deveria ter aparecido agora e nem nunca.
Porque esse imbecil voltou?