Capítulo 》8

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         Bati no vidro frustrada sabendo que eles iam me deixar. Não era novidade, toda vez que me forçavam a ir com eles para algum lugar, mesmo insistindo que não precisava, no fim, era trocada por garotas bonitas que piscavam com interesse. 

Ygor abaixou o vidro do carro colocando seu braço apoidado na porta. No banco de trás tinha três meninas sorrindo, rindo atoa com o que Richard e Daniel diziam para elas.

– Aonde vou sentar? – Exclamei chateada, não havia espaço para mim no carro. 

Não tenho dinheiro pra pegar um táxi.

– E quem disse que você vai vim no carro? – Que ódio. Se eu pudesse esganar Ygor agora, eu faria. 

Ele tem um sorriso debochado no rosto. As meninas olham para mim e dão um "tchauzinho " com as mãos. Reviro os olhos cruzando os braços perdendo a paciência que me restava.

– Não tenho dinheiro pra voltar pra casa, idiota ... –  Ygor tira da sua carteira 10 dólares e da na minha mão piscando o seu olho.

Isso não dá nem pra comprar uma pizza.

– Pega um trem ou um ônibus, sei la. Não chegue tarde.

Acelera o carro fazendo sair fumaça no asfalto, tusso tampando meu nariz e abanando a fumaça forte branca na minha cara.

– Precisa emagrecer gordinha, se quiser posso ti recomenda um nutricionista gatinho. – Uma das meninas fala escrevendo em um papel. – Aqui

Pego o papel de suas mãos encarando, escrito a uma ofensa dizendo que sou a "gorda do macarrão e suco ". Amasso jogando na sua cara que reclama dizendo que sou mal educada, que só queria me ajudar.

– Não lembro de ter pedido sua ajuda, baranga.

Sai de lá com passos apressados pisando duro no chão, eu fui humilhada mais uma vez. A gente vive em um mundo moderninho, exigindo padrões, corpos, regras. Infelizmente é assim. Eu amo ser gorda, e aceito meu corpo, é claro que adimito que já tentei emagrecer e sempre vem a fodida auto-estima baixa dizendo ao contrário, pelo menos ninguém dita as minhas regras. Não preciso fazer uma dieta exagerada para manter o corpo, eu não sou modelo, não nasce pra segui padrão tosco.

Mas na minha cabeça sempre vem uma frase;

Eu deveria mudar ?

Mas pra que mudar? Se eu me amo do jeito que eu sou, e foda se as malditas pessoas porquê o mundo tem a obrigação de da voltas por cima, eu sei disso.

Noto que estou bem longe da escola e não sei onde é o ponto de ônibus. Na verdade nem sei pegar ônibus. E esse sol forte que deixa minha cabeça queimando não ajuda muito.

– Jasmine, o que tá fazendo ? – fala uma pessoa praticamente gritando no meu ouvido. Dou um grito me assustando com o indivíduo doido desvairado, Augusto.

– Augusto, que parar de gritar no meu ouvido? Vou morrer do coração. – Ponho a mão no meu peito, quase que minha alma sai de mim.

–  Você não respondeu minha pergunta! – Disse querendo uma resposta rapida.

– É que o carro do meu "querido primo" que veio comigo pra escola, está lotado por garotas F.D.P. Agora aqui estou eu, tentando voltar pra casa. 

– Idiotas, você quer uma carona? Ainda tá cedo, você pode dá uma passada lá em casa e conhecer minha mãe. – Ele dá pulinhos de alegria.

– Eu não tenho outra escolha não sei pega um ônibus mesmo. Certeza que sairia da cidade.

Augusto rir de mim balançando a cabeça negando.

Uma gordinha em uma escolaOnde histórias criam vida. Descubra agora