Capítulo 》23

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Tiro essas idéias fantasiosas da minha cabeça. Tenho a incrível capacidade de imaginar coisas, especialmente por ter lido livros de vampiros, lobos, um mundo sobrenatural. Quem nunca teve uma idéia duvidosa sobre a existência desses seres místicos ?

     Ligo para Josh mas cai direto em fora de área, estranho. Resolvo pegar um táxi, quando chegar em casa eu pago o taxista, porque agora mesmo estou sem dinheiro no bolso, além de uma embalagem de bombom.

Pelo menos foi rápido ao aparecer um, não ficarei esperando até tarde.

Na frente de casa, peço para o senhor de idade meio mau humorado esperar para poder pegar o dinheiro. Entro rápido fechando a porta, quando me viro vejo malas paradas na sala, são dos meus pais, será que... Eles já voltaram! nem se quer avisaram, então é por isso que Josh não atendeu, devia está buscando meu pai e minha mãe no aeroporto.

Escuto suas vozes na cozinha, vou até lá espreitando pela brexa, minha mãe atenta ao celular falando com alguém, e o meu pai não consigo vê-lo. Lembro que eles podem ficar com raiva por não ir comprimenta-los, abro a porta decidida à ao menos dizer um "oi". Mas infelizmente na hora em que abrir a porta, meu corpo se chocou de frente com do meu pai, tremi ao vê sua roupa suja pelo café que estava nas suas mãos.  Dou um passo pequeno para trás com medo dele, seu rosto vermelho me encarando furioso.

– Garota inútil. Sabe quanto foi esse terno? Se eu pudesse ficaria viajando para não ter que vê essa sua cara de besta. –  Diz passando por mim irritado.

Fiquei com tanto medo dele me bater, que não segurei as lágrimas que tinham se juntado no canto dos meus olhos. Minha mãe aparece na minha frente rindo negando com a cabeça.

– Awon. Tá chorando, que pena. – Fala irônica sorrindo largo. Enxugo as lágrimas com raiva e não me contenho, explodo de uma vez.

– Por que vocês são assim? Vocês são os meus pais, que tipo de pais tratam a própria filha assim.

Ela pareceu se abalar e ficar incrédula com o que eu disse. Mas começou a rir como se fosse uma piada.

– Não é que não gostamos de você. – faz uma pausa se aproximando, pega meu rosto com a mão apertando com força. – Você estragou tudo. Toda vez que olho pra você sinto nojo.

– Então por que me tiveram? – Viro o rosto bruscamente tirando da sua mão. Ela engilha a testa sem falar nada. – Tem nojo por eu ser gorda, sentem vergonha por terem uma filha como eu. O fato, mamãe, é que eu me sinto bem desse jeito, não quero mudar e não preciso. Você é magra, faz mil e uma dietas, mas não é feliz. Então por que? Se não estavam prontos para terem filhos, existe contraceptivos que são exatamente para esse caso também. Tenho inveja das outras famílias, tive azar de ser filha de vocês, que só se importam com dinheiro. Nunca deveriam ter sido pais.

Talvez tenha pegado pesado no final, mas eles já falaram coisas piores para mim. A ardência da sua mão pesada contra minha bochecha do tapa estalado, me faz a olhar com desprezo. Uma aveia está saltada na sua testa, os olhos esbugalhados de ódio, nunca tinha a visto assim. Novamente levantou a mão para bater, porém  Daniel entrou na frente segurando sua mão.

– Você não vai bater mais nela Kayra. Só escutei verdades. Não merecem ter a filha que tem. – Minha mãe puxa seu braço saindo sem baixar a cabeça, sem mostrar um pingo de arrependimento.

As lágrimas caem como cachoeira molhando minha face, o abraço confortante do Daniel escondi minha cabeça no seu peito, posso sentir seu coração batendo rápido. Suas mãos levemente fazem carinho nos meus cabelos.

Uma gordinha em uma escolaOnde histórias criam vida. Descubra agora